Valor Econômico
Os preços do petróleo despencaram pelo terceiro dia e acumulam queda de mais de US$ 16 em três sessões. As recentes notícias indicando para os riscos de uma desaceleração econômica maior do que a antecipada nos países desenvolvidos e a redução no consumo de combustíveis nos EUA geraram um argumento para o que alguns analistas estão chamando de estouro da bolha do petróleo.
O contrato de WTI negociado para agosto em Nova York caiu US$ 5,31, para US$ 129,29. Em Londres, o barril de Brent para setembro caiu US$ 4,74, para US$ 131,07. Durante os negócios, o petróleo chegou a subir mais de US$ 2, por conta de novas tensões na Nigéria, mas o movimento não resistiu à pressão da ponta vendedora.
Ainda analisando os números divulgados quarta-feira pelo Departamento de Energia americano sobre sobre o nível de estoques de combustíveis, os agentes do mercado atentaram para um dado que mostra queda no consumo de gasolina. Os americanos consumiram 9,3 milhões de barris de óleo equivalente de gasolina por dia nas últimas quatro semanas, um recuo de 2,1% sobre o que foi gasto em igual período de 2007.
Na visão dos analistas, a queda no consumo de combustíveis seria uma das razões para que os estoques de óleo cru, de destilados e de gasolina tivessem subido na semana passada, ante uma previsão de redução no nível de reservas.
O alumínio caiu em Londres num momento em que o maior salto dos estoques do metal desde agosto de 2006 sinalizou a possibilidade de a demanda estar se enfraquecendo, ao mesmo tempo em que a queda acentuada dos preços do petróleo bruto estimulou as vendas de commodities. O cobre também recuou.
Os estoques de alumínio nos armazéns monitorados pela Bolsa de Metais de Londres (LME, pelas iniciais em inglês) subiram 24.825 toneladas, para mais de 1,1 milhão de toneladas. Os preços subiram para um patamar recorde na semana passada depois que as fundições da China, maior produtor mundial de alumínio, concordaram em reduzir a produção em até 10%.
O salto dos estoques de alumínio "é de fato bem grande", disse Eugen Weinberg, analista do Commerzbank AG de Frankfurt. O contrato de alumínio para entrega dentro de três meses fechou ontem a US$ 3.106 a tonelada. O metal subiu para recorde de US$ 3.380,15 a tonelada no dia 11 de julho e acumula uma alta de 29% este ano.
O alumínio e o cobre ampliaram as quedas depois que o petróleo despencou. Isso desencadeou vendas de contratos atrelados a índices de commodities, disse David Thurtell, analista do BNP Paribas de Londres. O cobre caiu US$ 100, para US$ 8.045 a tonelada.
Os preços do alumínio não devem se recuperar antes do quarto trimestre, período em que as indústrias chinesas tentam repor seus estoques.
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