<P>A manutenção, pela Agência Nacional do Petróleo (ANP), dos prazos de exploração das áreas do pré-sal na Bacia de Santos vai exigir uma mudança nos planos da Petrobras, afirmou ontem o gerente executivo da companhia para o pré-sal, José Formigli. Segundo ele, a companhia terá de realoc...
Jornal do CommercioA manutenção, pela Agência Nacional do Petróleo (ANP), dos prazos de exploração das áreas do pré-sal na Bacia de Santos vai exigir uma mudança nos planos da Petrobras, afirmou ontem o gerente executivo da companhia para o pré-sal, José Formigli. Segundo ele, a companhia terá de realocar alguns de suas sondas de perfuração e buscar outras no mercado externo para conseguir avaliar todas as concessões antes do fim dos prazos, que vão até 2012.
“Se a ANP negar mesmo nosso pedido, vamos ter que buscar nova forma de gestão do portfólio para garantir a preservação dos interesses da companhia”, disse Formigli, em entrevista concedida horas antes de a ANP homologar a decisão de manter os prazos atuais. O executivo disse, porém, que está confiante de que a companhia vai conseguir realizar o trabalho previsto dentro do prazo.
A decisão da ANP refere-se aos blocos BM-S-8 (Bem-Te-Vi), BM-S-9 (Carioca e Guará), BM-S-10 (Parati), BM-S-11 (Tupi e Iara) e BM-S-21 (Caramba). Todos estão em fase de avaliação de descobertas, com prazos vencendo entre 2010, caso de Tupi, e 2012, casos de Guará e Bem-Te-Vi.
reservas. Ao fim dos períodos, a Petrobras e seus sócios têm de comprovar a existência de reservas comerciais. Caso contrário, são obrigadas a devolver parte das áreas à União. Formigli reconheceu que os prazos são exíguos - a estatal queria mais quatro anos -, mas disse que já há um plano de ação para evitar o risco de devolução de áreas. “Já estamos sondando o mercado internacional atrás de equipamentos.”
A estratégia prevê ainda maior mobilização de sócios nas concessões, para buscar novas sondas ou realocar unidades que estão no exterior. A Petrobras tem quatro sondas com capacidade para perfurar nas altas profundidades do pré-sal da Bacia de Santos - todos com lâmina d”água (distância entre a superfície e o fundo do mar) superior a 2 mil metros. Além disso, encomendou mais 12 unidades no mercado internacional.
Formigli admitiu, porém, que a quantidade é insuficiente para chegar a 2012. “Quando os prazos foram fixados, imaginava-se determinado nível de sucesso na região. Os trabalhos, porém, deram ótimos resultados, gerando demanda muito grande por poços”, comentou o gerente da Petrobras.
A excelente taxa de sucesso, aliada à escassez de sondas, motivou o pedido de extensão de prazos. O contrato de concessão dos blocos da região prevê a devolução de 50% de cada área no terceiro ano de exploração e de 25% no sexto ano. Caso não haja descobertas, o restante é devolvido após oito anos. As concessões foram adquiridas entre 2000 e 2001 e a devolução dos primeiros 50% já foi feita. Como se comprometeu com investimentos para avaliar descobertas, a Petrobras foi liberada da segunda devolução.
TUPI. Formigli informou que o teste de longa duração (TLD) no campo de Tupi, iniciado em 1º de maio, vem ocorrendo sem imprevistos, com a produção diária de 14 mil a 15 mil barris por dia. Segundo ele, a Petrobras está aproveitando o teste para avaliar também um tipo de reservatório mais profundo do que o previsto inicialmente. “Aproveitamos o início do teste e a disponibilidade da sonda para testar o reservatório seguinte (chamado de rift).”
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