Investimentos

Projeto de expansão do Porto de Santos poderá ser feito pelos EUA

A decisão foi tomada na manhã de ontem, pelo diretor comercial e de Desenvolvimento da estatal, Fabrizio Pierdomenico, após uma reunião com a assessora para desenvolvimento comercial do Consulado dos Estados Unidos em São Paulo, Marina Konno, na cidade norte-americana de Long Beach.<BR><BR>Tant...

A Tribuna (Santos)
21/08/2006 00:00
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A decisão foi tomada na manhã de ontem, pelo diretor comercial e de Desenvolvimento da estatal, Fabrizio Pierdomenico, após uma reunião com a assessora para desenvolvimento comercial do Consulado dos Estados Unidos em São Paulo, Marina Konno, na cidade norte-americana de Long Beach.

Tanto Marina como Pierdomenico participam da missão comercial organizada por A Tribuna e a Una Marketing de Eventos, que trouxe mais de 30 executivos e autoridades do cais santista para visitas técnicas e reuniões de negócios nos portos de Los Angeles, Long Beach (que formam um complexo) e Houston. A viagem integra a programação do Santos Export 2006 - Fórum Nacional para a Expansão do Porto de Santos, a ser realizado no próximo dia 4, na sede da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), na Capital.

A análise de viabilidade do novo conjunto de terminais de Santos poderá ser custeada por um programa administrado pela United States Trade Development Agency (USTDA ou só TDA), a agência de desenvolvimento comercial dos Estados Unidos. Essa parceria é feita somente para projetos que contam com o comprovado interesse de governos locais e criam possibilidades de negócios para empresas norte-americanas durante a sua construção (caso de um terminal, que precisará de equipamentos de vigilância eletrônica, os quais podem ser fornecidos por empresas daquele país).

Nos últimos anos, cerca de 50% dos empreendimentos que contaram com esta ajuda eram públicos ou realizados através de parcerias entre a iniciativa privada e seus governantes. No Brasil, por exemplo, a TDA já apoiou obras no Porto de Suape (PE), segundo a assessora do Consulado dos Estados Unidos em São Paulo.

De acordo com Marina Konno, que representa o Departamento de Comércio no órgão diplomático, a elaboração dos estudos não representa um compromisso de contratação de firmas dos Estados Unidos para o fornecimento de equipamentos, por exemplo. A TDA apóia os projetos nos quais ela veja que há alguma chance de negócio para alguma companhia dos EUA. Não vamos participar da construção de um prédio porque as construtoras brasileiras são de ótima qualidade e não teremos chance. Mas se há um empreendimento no qual podemos participar com o fornecimento de sistemas eletrônicos ou de segurança, por exemplo, esse é um caso que pode ser considerado, explicou.

A agência de desenvolvimento também exige que já haja um plano preliminar, determinando de onde virão os recursos para a sua construção e, no caso de obras portuárias, como elas serão administradas. Não pode ser apenas um conceito. As empresas interessadas nesse programa devem ter seu pré-estudo, uma estratégia definida para a sua implantação', afirmou a especialista.

Para participar do programa norte-americano, a Codesp terá de apresentar o planejamento de Barnabé-Bagres à TDA, que irá analisar se os critérios exigidos foram respeitados e o interesse norte-americano na obra.

As análises financiadas, tradicionalmente, têm um custo estimado entre US$ 300 mil e US$ 500 mil, mas estes limites podem variar, como ocorreu em um projeto realizado pela Petrobras que contou com esta parceria. Neste empreendimento, os estudos de viabilidade custaram cerca de US$ 1 milhão. Tudo vai depender de cada caso. Se for interessante para os Estados Unidos, a TDA pode aprovar o pedido, disse Marina Konno.

De acordo com a representante do consulado, se a agência norte-americana acatar o projeto, a elaboração da análise de viabilidade será feita por empresas dos Estados Unidos. Washington fará uma relação daquelas gabaritadas para o serviço e apresentará seus nomes e dados à requerente do estudo, a quem caberá a escolha final.

Toda a avaliação será paga pela TDA diretamente à companhia selecionada. Não há repasse de verbas para o responsável pelo empreendimento (no caso de Barnabé-Bagres, a Codesp). A firma pedirá o estudo de viabilidade e nós entregaremos o estudo pronto, explicou Marina.

As firmas interessadas em participar do programa podem enviar suas propostas ao Consulado dos Estados Unidos em São Paulo, aos cuidados de Marina Konno, ou à agência de desenvolvimento. Os contatos com o órgão podem ser feitos através de sua página eletrônica na Internet, www.ustda.gov

Docas

Nas próximas semanas, a Codesp enviará seu projeto para Barnabé-Bagres ao Consulado dos Estados Unidos de São Paulo, afirmou o diretor Fabrizio Pierdomenico, otimista quanto à aprovação do empreendimento por Washington. Santos hoje responde por 29% das trocas comerciais entre o Brasil e os Estados Unidos. Portanto, uma obra que melhore a operação no porto irá interessar aos Estados Unidos. Além disso, a construção de terminais portuários, que vão precisar de equipamentos de segurança, de controle operacional de cargas e de programas de logística, irá atrair empresas norte-americanas, disse.

Atualmente, a realização dos estudos da viabilidade da expansão do complexo santista estava sendo negociada com o governo do Japão. Segundo Pierdomenico, essas conversas não vão parar. A proposta dos Estados Unidos será mais uma opção. Poderemos escolher aquela que mais irá nos agradar, quem poderá fazer a melhor oferta, explicou.

O programa da TDA foi apresentado por Marina Konno aos empresários e às autoridades que participam da missão comercial na manhã de ontem. Entre eles, estava o diretor do Terminal de Contêineres da Margem Direita (Tecondi), César Floriano, que considerou a proposta interessante para companhias brasileiras. Todo projeto precisa de um estudo de viabilidade. É parte de seu custo. Se o projeto atender aos critérios do governo norte-americano e esse custo puder ser cortado, será otimo, afirmou.

Além da apresentação da representante do consulado, os participantes da comitiva se reuniram com representantes de empresas de logística e fornecedores de equipamentos de vigilância. (Fonte: A Tribuna (Santos)
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