Mais de 1.500 km de praias são monitorados pelo projeto na área de abrangência da Bacia de Santos. Trabalho inclui registro e atendimento veterinário
Redação TN Petróleo, Agência PetrobrasPela primeira vez, desde o início da execução em 2015, o Projeto de Monitoramento de Praias da Bacia de Santos (PMP-BS) registrou um lobo-marinho-antártico (Arctocephalus gazella) no litoral paulista. Três espécies de aves, usualmente presentes em áreas mais oceânicas, também tiveram registros inéditos no Estado de SP: pardela-de-óculos (Procellaria conspicillata), atobá-grande (Sula dactylatra) e mandrião-de-cauda-comprida (Stercorarius longicaudus).
Segundo Henrique Chupil, ornitólogo do IPEeC (instituição que realiza o monitoramento em Iguape, Ilha Comprida e Cananeia), a explicação para os registros inéditos no Estado de SP das aves pardela-de-óculos, atobá-grande e mandrião-de-cauda-comprida pode estar associada ao clima. “Provavelmente algum evento metereológico contribuiu para desviar o caminho desses animais e fez com que chegassem às nossas praias.”
Em 2021, mais de 15 mil novos registros foram realizados, que se somaram ao vasto acervo de informações sobre mamíferos, aves e tartarugas marinhas que o projeto vem construindo. As aves marinhas foram os animais mais registrados pelo PMP-BS no ano passado, com 10.261 registro, sendo a espécie com maior número de registros o pinguim de Magalhães (Spheniscus magellanicus).
Rede de Atendimento Veterinário
Todos os animais marinhos encontrados debilitados pelo PMP-BS são avaliados e, quando necessário, encaminhados para instalações da Rede de Atendimento Veterinário do projeto. Os animais passam por estabilização clínica e tratamento veterinário, até sua reabilitação.
No ano passado, o PMP-BS concluiu a reabilitação de mais de 500 animais marinhos, sendo que as aves foram o grupo como maior número de indivíduos reabilitados. A espécie com maior número de indivíduos reabilitados foi o gaivotão (Larus dominicanus), seguido pelo atobá-marrom (Sula leucogaster) com segundo maior número, e pelo pinguim de Magalhães (Spheniscus magellanicus) com terceiro maior número de reabilitados.
Na Baixada Santista, há duas unidades da Rede de Atendimento Veterinário do PMP-BS: um Centro de Reabilitação e Despetrolização de Animais Marinhos no Guarujá e uma Unidade de Estabilização de Animais Marinhos na Praia Grande.
Sobre o PMP-BS
O PMP-BS é executado pela Petrobras como condicionante do licenciamento ambiental conduzido pelo Ibama para as atividades de exploração e produção de petróleo e gás na Bacia de Santos. O objetivo é avaliar a interferência das atividades sobre aves, tartarugas e mamíferos marinhos, através do monitoramento de praias e do atendimento veterinário a animais vivos e mortos. Mais de 1.500 km da costa são monitorados nos municípios litorâneos de Santa Catarina, Paraná, São Paulo e do Rio de Janeiro (de Paraty até Saquarema).
“O projeto é uma ferramenta para a gestão ambiental das atividades da Petrobras, além de entregar importante resultado para a conservação ambiental, refletindo-se inclusive na produção científica sobre as espécies marinhas. Todos os dados registrados ficam armazenados em um sistema de acesso público, o SIMBA (Sistema de Informação de Monitoramento da Biota Aquática)”, explica o gerente de Manutenção de Pós Licença para a Bacia de Santos da Petrobras, Fernando Gonçalves de Almeida.
Participação da população
A população pode contribuir acionando as equipes ao avistar um animal marinho vivo ou morto.
No Litoral de SP, o telefone é 0800 642-3341.
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