Não falta mais nada para o projeto Porto Maravilha sair do papel, afirmou na quinta-feira o prefeito do Rio de Janeiro, Eduardo Paes, durante o seminário O resgate da zona portuária do Rio, realizado pelo Jornal do Commercio. Segundo Paes, após a aprovação,
Jornal do CommercioNão falta mais nada para o projeto Porto Maravilha sair do papel, afirmou na quinta-feira o prefeito do Rio de Janeiro, Eduardo Paes, durante o seminário O resgate da zona portuária do Rio, realizado pelo Jornal do Commercio. Segundo Paes, após a aprovação, na Câmara dos Vereadores, do projeto que estabelece novas regras urbanísticas para a zona portuária, no último dia 29, não há mais barreiras para a execução das obras. O projeto prevê investimentos de até R$ 3,8 bilhões, dos quais pelo menos R$ 300 milhões da Prefeitura, na primeira fase, e cerca de R$ 3,5 bilhões estimados para a segunda etapa, de origem privada.
"Demos um passo importantíssimo, que foi a aprovação do projeto que permite a revitalização da zona portuária. Há muita necessidade de investimento. Prometemos inicialmente R$ 200 milhões para a primeira fase, mas este montante pode chegar a R$ 300 milhões. Parte das obras já teve início, como a construção da alça rodoviária", disse o prefeito.
Segundo Paes, o volume total de investimento vai muito além da capacidade da Prefeitura. Para isto, serão vendidos Certificados de Potencial Adicional de Construção (Cepacs), que devem gerar os R$ 3,5 bilhões da segunda fase do projeto. "Os recursos serão destinados à melhoria da região e poderão ser adquiridos por qualquer pessoa ou empresa que acredita no projeto", afirmou o prefeito, na abertura do evento, que lotou o auditório do Centro de Convenções Sul América.
Eduardo Paes disse que a Prefeitura do Rio está empenhada em garantir segurança institucional e jurídica ao projeto, de forma a atrair investidores. Vários grupos, inclusive estrangeiros, estão interessados na região, adiantou.
O prefeito lembrou que, desde que foi eleito, a recuperação das áreas do entorno do porto se tornou sua prioridade. "Fui eleito no domingo. Na quarta-feira, fui com o governador Sérgio Cabral a Brasília agradecer o apoio do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Não adianta a Prefeitura dizer que vai construir algo se não houver integração entre todas as esferas de poder."
O presidente do Jornal do Commercio e da Rádio Tupi, Mauricio Dinepi, destacou o grande potencial da região e o estado de deterioração a que ela chegou. "A sede do Jornal do Commercio fica na zona portuária. Do terraço, temos uma vista deslumbrante, mas quando descemos os olhos vemos tudo derrubado, degradado", disse. "Chega a se assemelhar a uma praça de guerra", comparou.
Dinepi lembrou que, no período eleitoral do ano passado, o então candidato Eduardo Paes fez uma visita ao Jornal do Commercio. O presidente contou ter mostrado a vista do terraço e proposto a Paes um desafio, caso fosse eleito: o de tornar a revitalização da zona portuária uma de suas prioridades. "Hoje percebo que este projeto já começou a andar, o que nos deixa, a todos, muito entusiasmados", disse Mauricio Dinepi.
O presidente do Instituto Pereira Passos (IPP), Felipe Góes, disse que os vários projetos de revitalização, em gestões anteriores, não tiveram sucesso por falta de integração entre os governos. "A iniciativa privada tem o pé atrás, porque há 30 anos se fala disso e nada sai do papel. Não pode ser um projeto do prefeito, tem que ser da cidade", afirmou o presidente do IPP, órgão responsável pelo gerenciamento do Porto Maravilha.
Segundo Goes, a região tem cerca de 22 mil habitantes, mas após o processo de recuperação o número pode chegar a 100 mil. A zona portuária, que engloba os bairros da Gamboa, Santo Cristo e Saúde, ocupa 5 milhões de metros quadrados e apenas o 24° lugar no Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) da cidade.
O seminário foi realizado pelo Jornal do Commercio e pelos Diários Associados, com apoio do Governo do Estado do Rio de Janeiro, Prefeitura do Rio, Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro (Alerj), Capemisa, Confederação Nacional das Empresas de Seguros Gerais, Previdência Privada e Vida, Saúde Suplementar e Capitalização (CNSeg), Icatu Hartford, Carvalho Hosken, Serviço Social do Comércio (Sesc-RJ), Clube de Diretores Lojistas (CDL-Rio) e Federação das Empresas de Transportes de Passageiros do Estado do Rio de Janeiro (Fetranspor).
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