Biocombustíveis

Regulamentação do Programa RenovaBio na agenda ambiental

Redação/Assessoria Unica
05/10/2017 16:54
Visualizações: 907 (0) (0) (0) (0)

Em fase decisiva para a sua regulamentação, o Programa RenovaBio é considerado estratégico para “descarbonizar” os transportes e reduzir a emissão de gases de efeito estufa por meio do uso de biocombustíveis. A proposta, que tem adesão plena de ambientalistas e produtores do País, representa um dos poucos consensos existentes na sociedade civil a respeito de políticas públicas que promovam, sem subsídios ou isenção fiscal, a sustentabilidade na matriz energética nacional.

O diretor executivo da União da Indústria de Cana-de-Açúcar (UNICA), Eduardo Leão de Sousa, ressalta que o RenovaBio é uma demanda da sociedade nacional, e não apenas setorial. “Muito mais do que uma política de apoio ao setor de biocombustíveis, por meio de regras claras e previsíveis, trata-se de um programa de Estado que beneficiará toda a sociedade. Além de ser um poderoso instrumento que irá ajudar o Brasil a cumprir as suas metas de redução de gases de efeito-estufa, o RenovaBio permitirá uma melhoria da poluição atmosférica nas grandes cidades e significativos investimentos, com geração de mais empregos e renda no campo e nas cidades”, avalia.

Lançado no final de 2016 pelo Ministério de Minas e Energia (MME), o RenovaBio teve suas diretrizes formalizadas pelo Conselho Nacional de Políticas Energéticas (CNPE) em junho deste ano e logo seguiu para a Casa Civil, onde foi exaustivamente analisado e aprovado por técnicos do governo. As próximas etapas incluem a redação final do projeto e a definição se o Programa seguirá como Medida Provisória ou Projeto de Lei para aprovação no Congresso Nacional. Durante o Fórum Nordeste 2017, realizado no dia 25/09, em Recife (PE), o ministro do MME, Fernando Coelho Filho, falou sobre a consolidação do RenovaBio: “Já estamos na fase final e acredito que em breve vamos celebrar essa conquista”.

Sociedade civil

Entidades da sociedade civil, incluindo movimentos ambientalistas no Brasil e no exterior, vêm pedindo celeridade na implementação do RenovaBio, dada a sua importância para a redefinição do papel dos biocombustíveis diante dos compromissos assumidos pelo Brasil na Conferência de Paris. Objetivando cortar em 43% as suas emissões até 2030, o País definiu diversas ações de mitigação, entre estas alavancar a oferta anual de etanol dos atuais 28 bilhões de litros para aproximadamente 45 bilhões de litros.

Também no dia 25/09, a Coalizão Brasil Clima, Florestas e Agricultura, movimento multissetorial que reúne mais de 120 empresas e associações da sociedade civil, entre elas a UNICA, colocou o RenovaBio na pauta de um encontro com o secretário de Política Econômica do Ministério da Fazenda, Fábio Kanczuk. A Coalizão já havia enviado uma carta ao presidente Michel Temer no início de julho defendendo que o Programa fosse estruturado de forma a reconhecer a contribuição econômica, social e ambiental dos biocombustíveis.

Com a adoção do RenovaBio, o setor sucroenergético, que já emprega cerca de 1 milhão de pessoas, poderá gerar mais 750 mil empregos, além de evitar a emissão de aproximadamente 571 milhões de toneladas de CO2 na atmosfera, volume equivalente a três vezes o total emitido pelo desmatamento de florestas no País de 2014 a 2030.

Em outra correspondência endereçada ao presidente da República, o Below50, iniciativa global de apoio a combustíveis renováveis que emitam 50% menos gases de efeito estufa (GEEs) em relação aos fósseis – o etanol brasileiro atinge um percentual bem superior, de até 90% – referiu-se ao RenovaBio como um instrumento para alavancar o mercado de carbono no Brasil: “(...) o RenovaBio representa o pontapé inicial para a configuração de um possível mercado de carbono no país, pois prevê a certificação de redução das emissões de gases de efeito estufa dos biocombustíveis. Com isso, abrem-se as portas para a consolidação da discussão em torno da precificação de carbono na economia nacional”.

Mais Lidas De Hoje
veja Também
Etanol
MG deverá colher 77,2 milhões de toneladas de cana na sa...
28/04/25
Bunker
Petrobras e Vale celebram parceria para teste com bunker...
25/04/25
Pessoas
Thierry Roland Soret é o novo CEO da Arai Energy
25/04/25
Combustível
ANP concede autorização excepcional para fornecimento de...
25/04/25
Sísmica
ANP aprova aprimoramento de normas sobre dados digitais ...
25/04/25
RenovaBio
Regulação do RenovaBio trava o mercado e ameaça metas de...
25/04/25
Bacia de Santos
Oil States do Brasil fecha novo contrato com a Petrobras...
24/04/25
Oportunidade
Últimos dias para se inscrever no programa de estágio da...
24/04/25
ESG
Necta Gás Natural reforça compromisso com princípios ESG...
24/04/25
Investimentos
Bahia vai receber fábrica de metanol e amônia verdes e o...
24/04/25
Pré-Sal
Parceria entre CNPEM e Petrobras mira uso do Sirius para...
24/04/25
Meio Ambiente
Porto do Açu e Repsol Sinopec Brasil assinam acordo para...
23/04/25
Combustíveis
Gasolina em Alta: Como o Preço do Petróleo e do Dólar In...
23/04/25
Diesel
Após reajuste da Petrobras, preço do diesel volta a cair...
23/04/25
Energia Elétrica
Neoenergia vende 50% de Itabapoana Transmissão
23/04/25
Combustíveis
Abastecimento de combustíveis: ANP debate atuação de órg...
22/04/25
Startups
Concluída a avaliação das startups que se inscreveram na...
22/04/25
Etanol
Hidratado recua após duas semanas em alta; Anidro fecha ...
22/04/25
PPSA
União teve direito a 131 mil barris de petróleo por dia...
18/04/25
PPSA
União teve direito a 131 mil barris de petróleo por dia...
18/04/25
BRANDED CONTENT
O avanço da exploração offshore no Brasil e os bastidore...
17/04/25
VEJA MAIS
Newsletter TN

Fale Conosco

Utilizamos cookies para garantir que você tenha a melhor experiência em nosso site. Se você continuar a usar este site, assumiremos que você concorda com a nossa política de privacidade, termos de uso e cookies.

22