Impasse

Rio Naval fica sem área para atender Transpetro

<P>A construção de nove grandes navios petroleiros no antigo estaleiro Ishibrás corre sério risco de não ir adiante. O projeto está parado há cerca de seis meses por um impasse que coloca em lados opostos o consórcio Rio Naval, que tem contrato com a Transpetro para fazer as embarcações, e...

Valor Econômico
02/07/2008 00:00
Visualizações: 240 (0) (0) (0) (0)

A construção de nove grandes navios petroleiros no antigo estaleiro Ishibrás corre sério risco de não ir adiante. O projeto está parado há cerca de seis meses por um impasse que coloca em lados opostos o consórcio Rio Naval, que tem contrato com a Transpetro para fazer as embarcações, e os donos das instalações do estaleiro: a Inepar Administração e Participações (IAP) e a Fator Empreendimentos, holding do banco Fator.

O conflito pode forçar o Rio Naval, liderado pelo grupo MPE, a procurar outro lugar para fazer os navios, com custo estimado em US$ 1,1 bilhão. Se não encontrar outra área, o MPE pode desistir do projeto dos navios, encomendados pela Transpetro, subsidiária de logística da Petrobras. A encomenda faz parte de um pacote de 26 embarcações. Nesta hipótese a Transpetro poderia até ser obrigada a fazer nova licitação.

A discussão entre MPE, Inepar e Fator refere-se ao contrato de arrendamento da área do estaleiro. O Rio Naval assinou um contrato de arrendamento das instalações do estaleiro por cinco anos com os donos da área e, em um segundo momento, abriu negociação para estender o contrato por 20 anos. As discussões também passam por ampliar a área alugada para todo o terreno do estaleiro, que ocupa 400 mil metros quadrados. No contrato original foi arrendada apenas uma parte da área.

Renato Ribeiro Abreu, presidente do MPE, diz que na negociação os donos pediram preço muito alto pelo metro quadrado, o que inviabiliza o negócio. Ele não deu números, mas o Valor apurou que no contrato original o metro quadrado foi fixado em cerca de R$ 7 e na renegociação foi pedido R$ 15 por metro quadrado. Abreu disse que enviou carta dizendo até quanto poderia chegar e ontem a resposta foi dada: pelo preço que o Rio Naval estaria disposto a pagar não há acordo.

Manoel Horácio Francisco da Silva, presidente do banco Fator, disse que após a assinatura do contrato com o Rio Naval para uso da área o consórcio não conseguiu dar ao Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) as garantias necessárias para levar adiante o projeto. O BNDES é o agente financeiro do Fundo da Marinha Mercante (FMM), que financia a construção dos navios. O banco informou, por sua assessoria, que as liberações de recursos não começaram porque não foram atendidos alguns requisitos.

Segundo fontes do setor, o Rio Naval tentou atrair outros sócios para o projeto. Mas para entrar no negócio os parceiros teriam exigido mudanças nas condições do contrato original, entre as quais arrendamento de mais 15 anos e ampliação da área. Comenta-se no mercado que a Odebrecht negociou parceria com o Rio Naval. Não fomos nós que inviabilizamos o Rio Naval, disse Silva.

A Fator Empreendimentos e a Inepar controlam a área do antigo Ishibrás por meio da GFS, uma sociedade de propósito específico que comprou, no ano passado, 100% das instalações da Companhia Brasileira de Diques (CBD), dona das instalações do estaleiro. A CBD pertencia à Indústrias Verolme Ishibrás (IVI), empresa de Nelson Tanure.

Silva confirmou que os donos do terreno têm plano de transformar o estaleiro em uma unidade ativa de prestação de serviços para a indústria naval e offshore. Fontes do setor dizem que o bom momento da indústria de óleo e gás, com as novas descobertas de reservatórios pela Petrobras, despertou um maior interesse das empresas em construir navios e plataformas no Brasil. A estimativa é que para dar condições competitivas ao antigo Ishibrás seria preciso investir US$ 100 milhões. Inicialmente o Rio Naval pretendia investir US$ 20 milhões no estaleiro. Os rumores no mercado são de que, em última instância, o governo do Estado poderia tentar desapropriar a área.

Mais Lidas De Hoje
veja Também
Combustíveis
Fiscalização: ANP realiza novo debate sobre medida repar...
27/06/25
Margem Equatorial
Capacidade de inovação da indústria de O&G impulsiona es...
27/06/25
Biocombustíveis
Sifaeg comemora aprovação do E30 e destaca ganhos para o...
27/06/25
Transição Energética
Sebrae Rio promove Seminário sobre Transição Energética ...
27/06/25
Austral Engenharia
Austral Engenharia aposta em eficiência energética e sus...
27/06/25
Asfalto
Importação de asfaltos: ANP prorroga data para adequaçõe...
27/06/25
Gás Natural
Comgás recebe 41 propostas em chamada pública para aquis...
27/06/25
Offshore
Petrobras assina convênio para desenvolver operações off...
27/06/25
RenovaBio
ANP publicará lista de sanções a distribuidores de combu...
26/06/25
Logística
Gás natural: a ANP fará consulta pública sobre Plano Coo...
26/06/25
Transição Energética
ENGIE Day celebra 10ª edição com debates sobre regulação...
26/06/25
PPSA
Leilão da PPSA comercializa 74,5 milhões de barris de pe...
26/06/25
Combustíveis
Governo aprova aumento de etanol na gasolina de 27% para...
26/06/25
Royalties
Valores referentes à produção de abril para contratos de...
26/06/25
Margem Equatorial
Em Belém, presidente do IBP defende pesquisas na Margem ...
26/06/25
ANP
Publicado edital do Prêmio ANP de Inovação Tecnológica 2025
26/06/25
Leilão
PPSA espera uma arrecadação potencial de R$25 bilhões n...
25/06/25
Combustíveis
ICL alerta para riscos à qualidade dos combustíveis com ...
25/06/25
Oportunidade
CNPEM e USP fazem acordo para oferecer bolsas a pesquisa...
25/06/25
Transpetro
Transpetro reforça investimentos em frota, eficiência e ...
25/06/25
Bahia Oil & Gas Energy 2025
Zinga Metall Brasil participa do Bahia Oil & Gas Energy ...
25/06/25
VEJA MAIS
Newsletter TN

Fale Conosco

Utilizamos cookies para garantir que você tenha a melhor experiência em nosso site. Se você continuar a usar este site, assumiremos que você concorda com a nossa política de privacidade, termos de uso e cookies.

22