A Ilha da Pombeba, localizada na Baía de Guanabara, foi o local definido pelo Instituto Estadual do Ambiente (INEA) para receber parte do sedimento da dragagem do Porto do Rio de Janeiro que contém metais pesados. A previsão é dragar 30 mil metros cúbicos de sedimentos. O transporte e disposição do material na Ilha da Pombeba tiveram início na última sexta-feira (01) e estão previstos para terminar em maio. O processo está sendo acompanhado pelo Programa de Gerenciamento Ambiental das obras de dragagem, realizado pelo Instituto Virtual Internacional de Mudanças Globais (IVIG), da COPPE/UFRJ.
A tecnologia adotada é a mesma que vem sendo utilizada na dragagem do canal do Fundão, ou seja, os chamados geotubes, ou “geotêxteis”, que são grandes sacos retangulares feitos com um tecido sintético que permitem somente a passagem da água, mantendo o sedimento confinado. Para esta obra, serão utilizados seis geotubes, cada um com capacidade de reter 5 mil metros cúbicos de sedimento.
Durante e após o processo de dragagem e disposição do material dragado nos geotubes, será realizado o monitoramento da água, dos líquidos percoláveis (líquidos que saem dos geotubes) e do solo na área de influência do empreendimento. Este sedimento destinado para Pombeba será transferido por uma draga de sucção e recalque. Essa dragagem será realizada nas proximidades do cais de São Cristóvão.
Os geotubes ocuparão uma área prevista de 12,5 mil metros quadrados na Ilha da Pombeba, que é uma formação criada artificialmente através de sucessivas dragagens realizadas no passado, cujos sedimentos foram despejados no local ao longo do tempo. Após a conclusão das obras, a vegetação da ilha será recomposta e enriquecida com o replantio de 2.500 mudas de espécies de restinga através de um programa paisagístico de recuperação para que o local permaneça em harmonia ao ambiente da Baía de Guanabara.
Dragagem - A dragagem do Porto do Rio de Janeiro, iniciada em fevereiro do ano passado e com previsão de término para junho de 2011, faz parte do Programa Nacional de Dragagem (PND), da Secretaria de Portos (SEP) da Presidência da República, e está incluída no Programa de Aceleração do Crescimento (PAC). Até o momento já foram dragados 2,8 milhões de metros cúbicos de sedimentos. O objetivo é aumentar a profundidade do canal de acesso do porto, o que viabiliza a atracação de navios maiores, permitindo um aumento significativo na movimentação de cargas. Espera-se com esta dragagem, que a movimentação dos terminais de contêineres passe de 900 mil TEUs/ano para 3,4 milhões de TEUs (um TEU equivale a um contêiner de 20 pés, aproximadamente seis metros).