Gás natural

Seminário sobre Gás Natural no IBP, debate a abertura do mercado de transporte e distribuição do gás

Redação/Assessoria IBP
15/08/2019 18:14
Seminário sobre Gás Natural no IBP, debate a abertura do mercado de transporte e distribuição do gás Imagem: Márcio Félix, MME Visualizações: 467 (0) (0) (0) (0)

O segmento de gás natural brasileiro vive uma fase de transformação, especialmente a partir do lançamento do Novo Mercado de Gás. O programa do governo federal que prevê a abertura do mercado de transporte e distribuição de gás natural foi um dos principais temas debatidos nessa quarta-feira (14) durante as apresentações do primeiro dia do .Seminário sobre Gás Natural, promovido pelo Instituto Brasileiro de Petróleo, Gás e Biocombustíveis (IBP)

"As medidas do governo promovem a criação de um mercado livre com foco nos grandes consumidores e na importação, que associados aos avanços previstos na tributação irão tornar o gás natural mais acessível e competitivo, facilitando, assim, a industrialização da economia brasileira", disse José Firmo, presidente do IBP, na abertura do evento.

Durante a abertura do evento, o secretário de Avaliação, Planejamento, Energia e Loteria do Ministério da Economia, Alexandre Manoel Ângelo da Silva, disse que o governo garantirá às empresas do setor acesso à infraestrutura em escoamento e transporte. Com isso, espera-se que o preço do gás natural se torne mais competitivo. A abertura do mercado e a competitividade, que impulsionam o aumento do consumo e a queda do preço do gás, também foram amplamente discutidas na mesma sessão pelo secretário de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis do Ministério de Minas e Energia, Márcio Félix (foto), e pelo diretor do Centro de Economia Mundial da FGV, Carlos Langoni.

"Diante de uma transformação muito grande no Brasil, o gás natural se tornou o cerne de qualquer debate, com a promoção da concorrência, o aperfeiçoamento da regulação e distribuição e a eliminação de barreiras tributárias. O gás promoverá a 'patinetização' molecular da economia. Ou seja, sem meias palavras, esses pilares, conjuntamente, ajudarão na redução significativa do preço do gás", falou Félix.

Langoni, por sua vez, defendeu a abertura do mercado e as medidas que estimulam a competitividade. "O monopólio estimula o desperdício e a ineficiência. Os players vão crescer ainda mais em um ambiente competitivo, toda a cadeia vai se beneficiar e, com isso, vai gerar a redução dos preços do gás, que será feita de forma natural e gradual para o consumidor final".

O debate em torno da transição de um monopólio estatal para um mercado mais aberto e competitivo da indústria brasileira de gás natural foi o principal tema abordado pela diretora-executiva de refino e gás da Petrobras, Anelise Lara. "A Petrobras se compromete a sair da atividade de transporte e vai vender as participações que ainda possui da TAG e NTS. A estatal escolheu a opção de ser carregador e comercializador de gás", afirmou. A executiva disse ainda que o mercado tende a crescer, principalmente entre 2020 e 2023, com a entrada dos projetos do pré-sal na Bacia de Santos, e esses novos investimentos de infraestrutura serão feitos juntos com os parceiros.

Na mesa redonda sobre as condições para a viabilização da oferta do gás natural do pré-sal, o secretário-executivo de Gás Natural do IBP, Luiz Costamilan, ressaltou que é preciso aumentar a competição no setor de gás e permitir que grandes consumidores escolham o fornecedor. "A ideia é que em 10 anos a oferta de gás dobre e o setor fique mais dinâmico e competitivo graças aos investimentos em infraestrutura, transporte e as oportunidades, cada vez mais reais, para investidores midstreamers", pontuou.

Já para José Mauro Ferreira Coelho, diretor de Estudos do Petróleo, Gás e Biocombustíveis da EPE, o maior desafio do gás natural do pré-sal é o alto teor de CO2 existente nele, além da distância que os campos de pré-sal têm da costa – o que implica em tecnologias altamente caras para a remoção do CO2 e eleva os custos de escoamento do gás.

O transporte de gás natural seguiu sendo pauta durante o primeiro dia de evento. Kees Bouwens, advisor Europe regulatory da ExxonMobil, explicou que, na Europa, a liberação do gás foi um processo longo cheio de erros e acertos e que os fornecedores foram os principais agentes da mudança, já que havia a implementação de preços distintos. Bouwens explicou que o primeiro passo para a abertura do mercado foi o acesso à infraestrutura para a diretiva e a separação do transporte como propriedade separada, o que resultou na desverticalização.

Hélio Bisaggio, superintendente de Infraestrutura e Movimentação da ANP, também falou sobre os desafios da transição para o novo modelo de transporte de gás natural e comentou sobre a monopolização da Petrobras no setor. "A Petrobras retém a posição dominante no mercado com 75% da produção e 40% do consumo. O Novo Mercado de Gás veio para promover a concorrência, acabar com esse monopólio, remover as barreiras tributárias e harmonizar as regulações estatais e federais, gerando um mercado cada vez mais competitivo, com investimentos no transporte de gás, o que vai gerar, no futuro, a diminuição do preço do gás para o consumidor final", afirmou.

Finalizando o dia, no painel sobre as fontes e usos alternativos do gás, Giovani Machado, diretor de Estudos Econômico-Energético e Ambientais da EPE, afirmou que o gás natural contribui com aproximadamente 17% da capacidade instalada total de cogeração do Brasil, o que prepara o país para lidar com a geração distribuída. "Dados mostram que 3,5% do gás natural consumido no país são destinados à cogeração, sendo que 95% do consumo do gás em cogeração ocorrem na classe industrial. O Brasil tem um potencial enorme de cogeração a ser consumida tanto no setor industrial quanto no comercial", finalizou.

A 19ª edição do Seminário sobre Gás Natural continua nesta quinta-feira, 15/08, com a presença do ministro da economia, Paulo Guedes, e do presidente da Petrobras, Roberto Castello Branco, que participarão do encerramento do evento. Além disso, serão debatidos temas como os desafios do mercado de gás natural no Cone Sul e o papel do gás natural na integração como setor elétrico. O evento é patrocinado pela Petrobras, Shell, Equinor, ExxonMobil, Repsol Sinopec, PetroRio, Faveret Lampert, NTS, TBG e Eneva.

Institucional

Mais Lidas De Hoje
veja Também
PD&I
CEPETRO desenvolve para a Petrobras ferramenta que integ...
19/08/25
Pré-Sal
Com 900 mil barris de petróleo por dia, Campo de Búzios ...
18/08/25
Logística
PetroReconcavo e Dislub constroem rota inédita para esco...
18/08/25
IBP
Programa NAVE avança com 21 startups do setor de energia
18/08/25
Bacia de Campos
ANP interdita FPSO Peregrino
18/08/25
Fenasucro
Fenasucro & Agrocana encerra edição com recorde de públi...
18/08/25
Combustíveis
Etanol anidro e hidratado sobem na segunda semana de ago...
18/08/25
Emprego
Firjan alerta: aumento do FOT cria tarifaço fluminense e...
15/08/25
Pré-Sal
PRIO vence disputa por carga de Atapu e pela primeira ve...
15/08/25
Petrobras
Com 225 mil barris/dia, FPSO Almirante Tamandaré bate re...
15/08/25
Resultado
Porto do Rio de Janeiro lidera crescimento entre os port...
15/08/25
Etanol de milho
Biocombustível impulsiona uso do milho e amplia fronteir...
15/08/25
ANP
TIP ANP: 3ª edição do evento debateu temas relacionados ...
15/08/25
Descomissionamento
ABPIP promove debate para otimizar custos e prazos de de...
15/08/25
Fenasucro
Cogeração, biometano e CCS colocam Brasil no centro da t...
15/08/25
Paraná
Petrobras entrega primeiro lote de ARLA 32 na Ansa, em A...
14/08/25
Fenasucro
Biodiesel avança como pilar da transição energética e ga...
14/08/25
Fenasucro
Na FenaBio, Anfavea afirma que com 100% de etanol na fro...
14/08/25
Dutos
Transpetro investe R$ 100 milhões por ano para ampliar a...
14/08/25
Logística
Super Terminais recebe Selo Ouro e tem inventário de emi...
14/08/25
PD&I
Tecnologia brasileira utiliza inteligência artificial pa...
14/08/25
VEJA MAIS
Newsletter TN

Fale Conosco

Utilizamos cookies para garantir que você tenha a melhor experiência em nosso site. Se você continuar a usar este site, assumiremos que você concorda com a nossa política de privacidade, termos de uso e cookies.