Com uma edição menor do que nos anos anteriores, a 5ª Protection Offshore, que acontece em Macaé até quinta-feira (28), tem como foco prevenção, SMS, gestão de riscos, respostas a emergência e integridade de ativos do setor offshore.
Na cerimônia de abertura, estavam entre os palestrantes o superintendente da Organização Nacional da Indústria do Petróleo (Onip), Alfredo Renaut, o secretário de Desenvolvimento Econômico, Clinton Santos, e o gerente geral da Unidade de Operações de Exploração e Produção da Bacia de Campos (UO-BC), Joelson Mendes.
"A sociedade quer produção de energia e, ao mesmo tempo, cuidado com o meio ambiente. Estamos aqui debatendo o desafio de fechar essa equação, proporcionando segurança ambiental e social. Esse evento é importante para esclarecer esse entendimento", disse Alfredo Renaut.
"A Petrobras segue normas e padrões internacionais em suas operações e utiliza, em suas unidades, recursos de primeira linha. A natureza de nossas operações exige constante evolução neste sentido e fóruns que propõem debates sobre a questão da segurança estarão sempre na lista de interesses da companhia. Para nós, participar deste evento é uma grande oportunidade de alinhar os esforços”, afirmou o representante da estatal, Joelson Mendes.
O primeiro painel, que abordou regulamentação, fiscalização e normatizaçãode área de SMS do segmento de E&P offshore, contou com a participação de representantes de órgãos regulamentadores, do Poder Público e da Marinha do Brasil, além da Petrobras.
A superintendente adjunta de Segurança Operacional e Meio Ambiente da Agência Nacional de Petróleo, Gás e Biocombustíveis (ANP), Caroline Morais, enfatizou que o órgão regulador está priorizando bons indicadores pró-ativos nas unidades auditadas. Os números contemplados em sua apresentação mostram que entre 2009 e 2012, a ANP realizou 145 auditorias offshore, constatou 1055 não-conformidades, aplicou R$ 40 milhões em multas e entrou com 14 medidas cautelares.
"O Brasil tem o menor número de incidentes, se comparado com os outros países produtores. Temos que analisar melhor os números e as informações recebidas. Talvez não estejamos analisando todos os incidentes. Mesmo assim, nos empenhamos para melhorar essa fiscalização", afirmou.
O representante da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), Afonso Infurna Jr., chamou a atenção para a formação dos profissionais que atuam na área de SMS, e alertou que a efetividade de alinhamento na área é algo difícil.
"A formação curricular dos profissionais de SMS ou de Segurança do Trabalho deve inserir o conhecimento em saúde pública, não só na formação do técnico, mas fundamentalmente na formação do gestor, que pode ser um profissional de biologia, farmácia, química ou engenharia. Somente estudar as normas não dá a devida formação ao profissional. É fundamental que ele tenha especialização, ou mesmo mestrado, em saúde pública. O tema SMS é de ampla cobertura, e o profissional deve saber se situar melhor, dando respostas mais rápidas, e fazendo com que a empresa seja mais eficaz nas suas propostas para a segurança do trabalhador", disse. "SMS é um setor em formação. Essa cultura vem se instalando e chegou o momento de dar um salto de qualidade e eficácia profissional. O trabalhador está exposto a outros riscos que vão além da segurança de equipamentos individuais", concluiu.
Carlos Alberto Saliba, do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE) chamou a atenção para os números que virão com a produção do pré-sal, como os elevados investimentos governamentais, instalação de várias empresas estrangeiras no Brasil, aumento do número de plataformas e de navios, aumento do número de trabalhadores nacionais e estrangeiros, e desenvolvimento de novas tecnologias que terão foco em altas profundidades, aumentando o risco para os trabalhadores.
"Nessa área, o PAC investirá, de 2011 a 2014, quase R$ 282 bilhões, e depois de 2014 cerca de R$ 600 bilhões. Só no pré-sal serão cerca de R$ 126 bilhões", afirmou citando dados oficiais. Considerando números gerais, Saliba alertou sobre os gastos com acidentes de trabalho. "Cerca de R$ 42 bilhões são gastos com acidentes de trabalho por ano. Quem paga a conta somos nós trabalhadores, já que a previdência social custeará esses acidentes. Se você considerar o custo total, chega a R$ 70 bilhões, ou seja, cerca de 2,5% do PIB. É muito dinheiro. Aí está a parte do Custo Brasil".
Além das palestras, a Protection Offshore contará com rodada de negócios organizada pela Onip com o objetivo de fomentar parcerias e viabilizar novos projetos neste segmento. As reuniões acontecerão entre os fornecedores de serviços e tecnologia do segmento com os seus principais compradores.