<P>Pelo menos três diques em unidades militares na região metropolitana do Rio são usados por empresas privadas. Dois ficam na Base Almirante Moraes Rêgo, na ilha do Mocanguê, e o terceiro no Arsenal de Marinha. De acordo com o Sinaval os diques têm sido cedidos a empresas de ocasião, sem res...
SinavalPelo menos três diques em unidades militares na região metropolitana do Rio são usados por empresas privadas. Dois ficam na Base Almirante Moraes Rêgo, na ilha do Mocanguê, e o terceiro no Arsenal de Marinha. De acordo com o Sinaval os diques têm sido cedidos a empresas de ocasião, sem responsabilidade social, desprovidas de licenças ambientais e que empregam mão-de-obra não qualificada.
O último ofício do Sinaval seguiu para o comandante da Marinha, almirante Julio Soares de Moura Neto, no início de outubro. Nele, o presidente do sindicato, Ariovaldo Rocha, alerta para o risco de ceder instalações a empresas que seriam inidôneas e cita o recente episódio da Operação Águas Profundas, da Polícia Federal, que apurou fraudes em licitações da Petrobras para reparos e prestações de serviços em plataformas petrolíferas.
O primeiro ofício da entidade data de 26 de junho do ano passado. Houve, por parte da Marinha, uma resposta formal que falava do aproveitamento pela iniciativa privada de espaços subutilizados pela instituição.
Segundo o Sinaval, os donos das embarcações e plataformas que precisam de reparos alugam ou arrendam os diques da Marinha e contratam empresas, a preço menores dos cobrados pelos estaleiros convencionais, para a realização de serviços como pinturas de casco, troca de chapas e reformas em tubulações, equipamentos mecânicos e instalações sanitárias.
A Marinha está cedendo seus diques para empresas que não são estaleiros. Empresas que contratam pessoal por serviço, sem pagar os benefícios trabalhistas legais. Sem falar que as instalações de Marinha não são próprias para isso, para fazer reparo em embarcação civil, acrescenta o secretário-executivo do Sinaval, Sérgio Leal.
Outro problema citado pelo sindicato é que na Marinha a fiscalização do poder público não ocorre. Uma empresa pirata tem mais facilidade, em uma instalação da Força, de driblar a fiscalização do Ministério do Trabalho e dos órgãos ambientais. Qual o fiscal que entra em uma unidade da Marinha? No estaleiro comercial, o acesso é fácil, diz Leal.
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