Redação TN
Foi realizado no dia 18 de novembro, na sede da Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro (Firjan), a palestra State-of-the-Art Tecnologias 'Made In Germany' para exploração do Pré-Sal, Offshore Brasil, ministrada pelo gerente de geociências da Baker Hughes no Brasil, Berthold Kriegshäuser.
O Rio Oil & Gas Forum foi promovido pela Câmara de Comércio e Indústria Brasil-Alemanha, referência na promoção da relação bilateral de comércio, que tem como objetivo promover a plataforma de geração de negócios e intercâmbio tecnológico entre os dois países.
Berthold apresentou as tecnologias fabricadas e manufaturadas nos centros de pesquisa da Baker Hughes na Alemanha, que foram desenvolvidas para atender aos desafios de exploração da camada pré-sal, localizada a 7 mil metros de profundidade e 300 km da costa.
Na ocasião, o geofísico concedeu uma entrevista exclusiva para a TN Petróleo:
TN – A exploração das fontes não convencionais podem inviabilizar economicamente o pré-sal brasileiro?
Berthold – Os Estados Unidos tem duas áreas principais de exploração de petróleo: o Golfo do México, que é muito caro devido a sua profundidade, e as fontes não-convencionais, que exigem tecnologias muito diferentes em relação às que estão sendo aplicadas aqui. Em relação ao shale gas, embora os seus reservatórios sejam rasos, é preciso fraturar muitos poços para manter o seu ritmo de produção. E o que podemos observar é que a produção aumenta e decai rapidamente, ocasionando uma preocupação muito grande com o componente ambiental em virtude do método de extração conhecido como 'fracking'. A extração do gás de xisto também envolve questões políticas, como o desejo norte-americano de conquistar a sua autossuficiência energética. Portanto, não posso responder se o pré-sal brasileiro será inviabilizado pelas fontes não-convencionais.
Qual o diferencial competitivo da Baker Hughes na corrida tecnológica pela inovação?
A parceria entre a Petrobras e as operadoras é a base para desenvolver e fornecer as tecnologias para perfurar os poços e produzir o reservatório. O que é importante é que a empresa tenha um portfólio de tecnologias e possa avaliar os reservatórios com segurança. É importante enfatizar a questão da segurança, em razão do desafio de perfurar uma profundidade de 2 mil metros de água e mais 5, 6 km de camada de sal, sob alta pressão, sem causar acidentes.
Quais foram os maiores desafios no desenvolvimento e implantação dessas tecnologias?
Temos sempre mais pedidos do que recursos. Embora tenhamos muitas tecnologias interessantes, temos limites, é claro. Os pedidos não param mas não temos recursos ilimitados. Além disso, envolve um esforço de anos em pesquisa, desenvolvimento e inovação. Felizmente, muitas tecnologias que estamos utilizando hoje na perfuração saíram da perfilagem. Estamos transferindo essa tecnologia para a área de perfuração.
Fale Conosco
21