Inovação

Tecnologia ajudará a prever problemas causados por construção de portos e marinas

Cerca de 40% da costa brasileira sofrem algum tipo de processo de erosão. Apesar de se tratar de um fenômeno natural, a ação humana pode agravar a situação em algumas regiões. Pesquisadores e técnicos começam a estudar um novo progra

Agência Brasil
17/12/2012 11:57
Visualizações: 623 (0) (0) (0) (0)
Cerca de 40% da costa brasileira sofrem algum tipo de processo de erosão. Apesar de se tratar de um fenômeno natural, a ação humana pode agravar a situação em algumas regiões. A construção de um porto, sem um planejamento que considere todas as condições locais, por exemplo, pode acelerar a degradação de praias e afetar corais.

Ainda não existem formas de prever ou medir o quanto essas interferências afetam o litoral. A expectativa entre especialistas brasileiros é que até o final do ano seja possível simular essas situações com mais precisão. Alguns pesquisadores e técnicos começam a estudar, a partir da semana que vem, um novo programa que é utilizado pelo governo espanhol e está sendo adaptado para a realidade brasileira.

“Essa ferramenta vai apoiar a identificar critérios e melhorar a construção de obras de engenharia costeira como portos, marinas e píeres e apontar ações para enfrentar os problemas de erosão que é o maior problema da nossa costa”, explicou Márcia Oliveira, bióloga do Departamento de Zoneamento Terrestre do Ministério do Meio Ambiente.

A ferramenta inclui uma espécie de banco de dados, com informações sobre marés, ondas, e sobre as condições de um determinado local. A partir desses dados, especialistas vão conseguir simular situações já estabelecidas ou projetos que ainda estão sendo cogitados, como obras de infraestrutura no litoral.

A costa brasileira é uma das mais extensas do mundo, com 7,4 mil quilômetros de praias. A gestão adequada desse patrimônio, com um planejamento prévio, poderia evitar impactos irreversíveis e asseguraria a preservação de grande parte da biodiversidade presente nesses locais.

Professores e especialistas de universidades federais no Rio Grande do Norte, de Pernambuco, de São Paulo, do Espírito Santo e de Santa Catarina e de órgãos de governo, como o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), serão os primeiros a receber orientações sobre a ferramenta. A partir desse curso, os grupos vão desenvolver cinco estudos de casos para as primeiras avaliações.

“Vamos identificar erros e, no final do ano, afinar a ferramenta e disponibilizar gratuitamente para todas as instituições e universidades”, explicou a bióloga.

A expectativa é que, no início do ano que vem, pesquisadores contem com um software que indique vulnerabilidades como a possibilidade de alteração na direção de correntes marítimas, transporte de sedimentos ou mudanças na dinâmica das praias. “O modelo tenta apresentar cenários do que alteraria uma nova estrutura nesse pedaço do litoral. Você tenta simular porque, a partir desses estudos de tendências, é possível melhorar os projetos ou criar alternativas para mitigar o impacto”, explicou.
 
Representantes do governo brasileiro também acreditam que, a partir dos cursos de formação no Sistema de Modelagem Costeira (SMC), novos especialistas se formem no país. A análise desse tipo de impacto depende, hoje, de consultorias caras. “Temos poucos engenheiros de costa no Brasil. E você pode ter problemas imensos com essas obras e muitas vezes não tem capacidade técnica para fazer projetos que consideram todas as dinâmicas envolvidas, como ondas e marés”, acrescentou Márcia.
 
Leia também: www.tnsustentavel.com.br 
Mais Lidas De Hoje
veja Também
Bahia Oil & Gas Energy 2025
Começa nesta quarta (28) o maior evento de petróleo e gá...
22/05/25
Pré-Sal
ANP autoriza entrada em operação de plataforma no campo ...
22/05/25
ANP
Valores referentes à produção de março para contratos de...
22/05/25
Bahia Oil & Gas Energy 2025
Tenaris destaca soluções comprovadas em campo para proje...
22/05/25
Renováveis
Acelen Renováveis dá início ao plantio da macaúba em Cac...
22/05/25
OTC HOUSTON 2025
Empresas brasileiras geram US$ 316 milhões em negócios d...
21/05/25
Acordo
OneSubsea e Petrobras assinam acordo para desenvolver um...
21/05/25
Margem Equatorial
NOTA IBP – Aprovação pelo IBAMA do PPAF da Petrobras na ...
20/05/25
Biodiversidade
Empresas podem acessar até US$ 10 trilhões em oportunida...
20/05/25
Internacional
ApexBrasil lidera delegação brasileira na World Hydrogen...
20/05/25
Resultado
2024 é marcado por investimentos recordes e progresso na...
20/05/25
Resultado
Produção de petróleo em regime de partilha ultrapassa pe...
20/05/25
Margem Equatorial
Petrobras consegue do Ibama autorização de simulado em á...
20/05/25
IBP
Crescimento do mercado e diversidade em destaque no Semi...
20/05/25
Pré-Sal
Interligação submarina do Projeto Búzios 11 terá R$ 8,4 ...
19/05/25
Refino
Parada programada de manutenção da Refap, em Canoas (RS)...
19/05/25
IBP
Naturgy debate perspectivas de expansão do GNV e biometa...
19/05/25
Participação especial
Valores referentes à produção do primeiro trimestre de 2...
19/05/25
Etanol
Hidratado volta a cair e anidro sobe pela terceira seman...
19/05/25
IBP
Setor de gás busca soluções para acelerar o crescimento ...
16/05/25
IBP
Shell Energy Brasil defende integração setorial e estabi...
16/05/25
VEJA MAIS
Newsletter TN

Fale Conosco

Utilizamos cookies para garantir que você tenha a melhor experiência em nosso site. Se você continuar a usar este site, assumiremos que você concorda com a nossa política de privacidade, termos de uso e cookies.

22