São Paulo

Transição energética: R$ 16,8 bilhões de investimentos privados serão aplicados em São Paulo

Redação TN Petróleo/Assessoria Governo de São Paulo
20/06/2023 10:26
Transição energética: R$ 16,8 bilhões de investimentos privados serão aplicados em São Paulo Imagem: Divulgação Visualizações: 1249 (0) (0) (0) (0)

A Secretaria de Meio Ambiente, Infraestrutura e Logística (Semil) lançou, em 19 de maio, a estruturação do Plano Estadual de Energia 2050 (PEE), com diretrizes para o incentivo a projetos de transição energética e à redução de emissões de gases de efeito estufa no Estado. A iniciativa conta, também, com apoio da Secretaria de Desenvolvimento Econômico (SDE), que delegou à InvestSP, a agência de promoção de investimentos do Estado, a identificação dos projetos. No total, serão 21, somando R$ 16,8 bilhões em investimentos privados.

Do total de projetos, pelo menos 10 já entraram em fase de implementação. Alguns exemplos de inovação que contribuem para essa mudança são a produção de carros que utilizam motores híbridos como alternativa sustentável à gasolina e construção ou reforma de fábricas e usinas que gerem energia a partir de fontes sustentáveis, como bagaço de cana ou resíduos sólidos urbanos. Estes somam R$ 4,8 bilhões e contemplam 10 cidades de 8 regiões administrativas: Araçatuba, Barretos, Campinas, Franca, Santos, São José do Rio Preto, São José dos Campos e Sorocaba. 6 deles são da área de infraestrutura, 3 da indústria e 1 de material de construção.

Eles visam resolver problemas dos setores identificados com altos índices de emissão de gases de efeito estufa, que, em São Paulo, são transportes, energia e resíduos, de acordo com o último levantamento do PAC (Plano de Ação Climática) divulgado em dezembro de 2022. O estado tem o compromisso de alcançar, até 2050, a meta de carbono líquido zero. Isso significa que todas as emissões de gases de efeito estufa que ocorram no estado devem ser integralmente compensadas por processos que removam CO2 da atmosfera.

"São Paulo quer ser líder no processo de transição energética. Temos um grande potencial do estado no etanol, que é a ponte para termos veículos movidos a partir de hidrogênio e que vão ser muito viáveis na questão de carga. Será uma revolução no transporte brasileiro, a tecnologia está aí e, com uma dose de incentivo, vamos ter usinas de etanol produzindo também o hidrogênio verde. Vamos fechando as pontas da economia circular ", afirma o governador Tarcísio de Freitas.

A Secretaria de Desenvolvimento Econômico (SDE) definiu a transição energética e a descarbonização da economia, ou seja, a substituição de fontes de emissão de gás carbônico, como trilhas de desenvolvimento prioritárias para o Estado.

"O Estado de São Paulo tem total condições de ser protagonista na transição energética, temos aqui um enorme potencial que nos possibilita avançarmos no etanol, hidrogênio verde, economia circular. Esses investimentos que estamos trazendo serão fundamentais para cumprir essa forte premissa do governador Tarcísio de Freitas", afirma o secretário Jorge Lima.

Perfil dos projetos em fase de implementação
Quatro dos 10 estão ligados à produção de álcool e açúcar. Um deles, da Alcoeste Bioenergia, vai ampliar a produção de álcool em Fernandópolis. A Raízen Energia vai construir duas unidades de geração de bioetanol para expandir a planta de Cogeração de Energia (COGEN) nas cidades de Morro Agudo e Andradina. E a usina Tereos Cruz Alta vai inaugurar uma usina de biogás e ampliar a planta de cogeração de energia a partir do bagaço de cana, em Olímpia.

Os outros dois estão ligados à geração de energia. A Sun Mobi vai construir uma usina fotovoltaica com energia solar em Taubaté. E a Empresa Metropolitana de Águas e Energia vai modernizar três pontes rolantes do Complexo Henry Borden, voltado à produção de energia elétrica em Cubatão.

Indústria e material de construção
A fabricante de veículos Great Wall Motors (GWM), que já havia anunciado o investimento de R$ 10 bilhões em uma fábrica em Iracemápolis, assinou, neste ano, um termo de engajamento para estudar, com o governo do estado, o desenvolvimento de uma rota logística para veículos movidos a hidrogênio e a identificação de parceiros para geração do combustível de baixo carbono a partir de fontes renováveis.

A Toyota tem dois projetos que somam R$ 1,6 bilhão para instalar duas linhas de produção de veículos em suas fábricas de Porto Feliz e Sorocaba. A primeira é de um veículo que combina um motor bicombustível (gasolina e etanol) com outro elétrico, cuja bateria é autocarregada. Já a segunda vai produzir motores com essas duas tecnologias. A medida ajuda a aumentar a frota de veículos eletrificados no estado, que já detém 30% da frota de carros elétricos do país (33,5%).

E, por fim, a Votorantim Cimentos vai fazer renovação tecnológica da unidade de cimento de Salto de Pirapora, com redução do uso de combustíveis fósseis e substituição por resíduos energéticos.

Hidrogênio verde
No estado, a geração de hidrogênio verde tem potencial para ser feira feita por meio da reforma do etanol. Além de poder ser usado como combustível em substituição a fontes poluentes como gasolina e diesel, o hidrogênio verde também pode ser usado como um insumo na fabricação de produtos. Ele está presente, por exemplo, no processo de produção da amônia verde, usada na fabricação de fertilizantes.

Segundo Marília Garcez (foto), diretora de Projetos de Investimentos da InvestSP, "a ideia principal, seguindo as diretrizes da SDE, é a descarbonização de todo o processo produtivo industrial do estado. Alguns estudos apontam que a produção do hidrogênio pelo etanol captura CO2 da atmosfera, ao invés de contribuir para o efeito estufa".

As apostas para uma economia limpa também passam pelo incentivo ao biometano (gás produzido a partir de materiais biológicos), biomassa (qualquer material orgânico de origem biológica que pode ser utilizado como combustível), etanol de segunda geração (também produzido a partir de resíduos) e outras alternativas verdes para abastecer as cadeias de energia, gás, transportes e indústria.

"O governo mira a possibilidade de inserção dos produtos verdes nas cadeias globais de suprimento, então o nosso o nosso olhar é muito mais para o produto de valor agregado do que simplesmente para mais uma fonte de energia", contextualiza Garcez.

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