A redução de 30% sobre o preço brasileiro do aço oferecida pelas siderúrgicas é considerada insuficiente pelo presidente da Transpetro. Com os estaleiros, a negociação envolve a análise de cada valor da proposta para definir formas de redução de custos.
A licitação da Transpetro para a encomenda de 26 navios de grande porte encerrou a fase burocrática, com a abertura de todas as propostas de preços em 14 de março e está em plena fase negocial para adequar as propostas apresentadas por consórcios e estaleiros aos preços mais próximos dos competitivos internacionalmente.
O presidente da Transpetro, Sérgio Machado, admite pagar um pouco mais pelos primeiros navios construídos em cada categoria em função da necessidade de o Brasil trilhar uma curva de aprendizado tecnológico para se igualar aos estaleiros internacionais. No entanto, o executivo, informa que essa curva também tem que estar dentro de parâmetros adequados. "O objetivo é chegar ao preço internacional porque a indústria naval é mundial e precisa ser competitiva internacionalmente", argumenta.
No momento a empresa negocia com as licitantes que apresentaram as melhores propostas para contrução dos vários modelos de navios a redução dos preços oferecidos. "Estamos abrindo a caixa-preta e analisando cada preço para ver onde podemos reduzir os custos", disse Machado, que acredita que será possível chegar a um bom termo com os estaleiros. Segundo ele, as empresas de construção naval têm sido receptivas às propostas para a adequação do equilíbrio dos preços.
Além de negociar com os estaleiros, Machado também esteve em visita à Usiminas e à Cosipa, ambas de único grupo siderúrgico que produz chapas navais no Brasil. O objetivo é garantir o aço para os estaleiros ao mesmo preço praticado no mercado internacional. Na última rodada de negociações, a siderúrgica havia oferecido uma redução de 30% sobre o preço praticado no Brasil, mas Machado afirma que o valor internacional é muito mais barato do que a redução oferecida.
Machado admite que a negociação com as siderúrgicas deveria ser feita pelos próprios estaleiros, mas pondera que "como sou eu que vou pagar a conta e sou interessado em pagar menos, não custa nada ajudar".
Durante o evento realizado na Câmara Americana de Comércio do Rio de Janeiro (Amcham-Rio), onde proferiu a palestra entitulada o "Renascimento da Indústria naval brasileira: o sucesso da licitação da Transpetro", Machado reiterou que os 26 navios, que serão encomendados na primeira fase do Promef, estarão flutuando até o final de 2006. A expectativa do executivo é de que o primeiro contrato seja assinado ainda ao final de abril.
No atual estágio da licitação, a Transpetro negocia com os consórcios:
Atlântico Sul - composto pelas empresas Camargo Corrêa, Andrade Gutierrez,
Aker Promar, Queiróz Galvão e Samsung - que ofereceu o melhor preço para
lote 1, para a construção de 10 Suezmax.
Rio Naval - composto pelas empresas Grupo MPE, Iesa, Sermetal, Hyundai -
que ofereceu melhores preços para a construção dos lotes 2 e 3, de cinco
Aframax e quatro Panamax.
Mauá Jurong, Maric e CSSC, que foi o único licitante a oferecer proposta
para o lote 4, de quatro navios de produtos.
Estaleiro Itajaí, único a oferecer proposta para o lote 5, para a
construção de três navios gaseiros.
O estaleiro Itajaí e a Transpetro têm uma pendência jurídica, uma vez que o Itajaí havia sido desclassificado na licitação e continuou a participar por liminares judiciais. Segundo Machado, o processo judicial continua e caso a Transpetro ganhe e o Itajaí não possa continuar participando da licitação, a estatal terá o direito de convidar outros estaleiros habilitados e oferecera encomenda que seria do Itajaí.
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