<P>Com o atual “boom” da indústria naval brasileira, a Transpetro quer ampliar e integrar a cadeia nacional de fornecedores de peças para navios (navipeças). De acordo com o presidente da subsidiária da Petrobras, Sérgio Machado, a idéia é capacitar e disponibilizar linhas de crédito par...
Diário do Nordeste - CECom o atual “boom” da indústria naval brasileira, a Transpetro quer ampliar e integrar a cadeia nacional de fornecedores de peças para navios (navipeças). De acordo com o presidente da subsidiária da Petrobras, Sérgio Machado, a idéia é capacitar e disponibilizar linhas de crédito para que pequenas e médias empresas regionais possam integrar a lista de fornecedores da maior armadora da América Latina. “Queremos que o desenvolvimento da indústria naval venha gerar novos fornecedores no Nordeste e no Ceará”, disse.
Machado, que recebeu, ontem pela manhã, o prêmio “Os Melhores da Política e Administração do Ceará”, na Assembléia Legislativa, informou que, segunda-feira, irá participar, em Fortaleza, de uma reunião com o representantes do Banco do Nordeste (BNB) e do Sebrae/CE. O objetivo é debater a inserção de novos fornecedores para a Transpetro. “A gente quer estimular esses novos fornecedores de forma competitiva. Não é só fornecer, é falar a linguagem do mundo que é competência”, reforçou.
A ampliação da cadeia de fornecedores de navipeças é estratégica para a Transpetro, que, no momento, executa a primeira fase do Programa de Modernização e Expansão da Frota (Promef), cuja meta é gerar 40 mil empregos diretos, com a construção de 49 petroleiros. As contratações da primeira etapa (para 26 navios) exigem participação mínima de 65% de empresas brasileiras e as da segunda, 70% (para outros 23 navios). Mas a participação de cada estado, no entanto, está ainda indefinida.
O presidente da Transpetro lembrou que “um navio é constituído de duas a três mil peças diferentes, ou cerca de 20 a 30 mil itens, que vão do tapete à cadeira, passando pela geladeira´. “É uma cidade”, disse. Por determinação do Governo Lula, conforme destacou, a indústria naval brasileira vem ampliando investimentos e passando ao largo da crise internacional. “É por isso que a Petrobras está investindo US$ 172 bilhões e a Transpetro está investindo US$ 7,7 bilhões para mudar a vida dos brasileiros”, comentou.
De acordo com Machado, há seis anos, “a indústria naval era o patinho feio da indústria brasileira”. “Ninguém achava que ela podia ter futuro, e o presidente Lula acreditou que um país da dimensão do Brasil e que movimenta 95% do seu comércio internacional através dos mares não podia deixar de ter uma indústria naval”.
Hoje, segundo disse, é um oásis. “Enquanto vários setores estão desempregando, a indústria está dando emprego e, só em Recife, são sete mil brasileiros. Essa é a grande oportunidade de a gente poder crescer e a indústria naval é um exemplo, é um case, onde se mostra que acreditando, fazendo o que é certo, dá resultado”, completou o executivo.
REGASEIFICAÇÃO
Golar Spirit pronto para voltar ao Pecém
O navio Golar Spirit está pronto para retornar ao Porto do Pecém para realizar as operações de regaseificação de gás natural liquefeito (GNL). De acordo com o presidente da Transpetro, Sérgio Machado, a embarcação está na Baía de Guanabara, fazendo testes específicos por dois dias — mais complexos do que os já realizados no porto cearense —, e deve retornar ao Estado “dentro de poucos dias, para começar regularmente a operação”. Machado informou que existem hoje 140 pessoas trabalhando, tanto no Mucuripe como no Pecém, para dar suporte ao início das operações. Estas, entretanto, só devem ocorrer conforme a demanda por gás natural. Ou seja, como o Estado atualmente está em plena quadra chuvosa, as termelétricas não devem necessitar de suprimento de GNL convertido. “Agora, já está completamente pronto. A questão do navio é somente de necessidade”.
Estaleiro
Sérgio Machado confirmou que o Ceará “tem toda condição de participar do processo” de implantação de um estaleiro de reparos em sua costa. O Brasil precisa de quatro equipamentos deste tipo, sendo dois de grande porte e dois de reparos. “Nós estamos, agora, construindo navios no Brasil. Não tem por que mandar consertá-los lá fora. Só no Promef 1 e 2, são 49 navios, mais 23 em outro programa da Petrobras, mais 156 barcos de apoio, mais plataformas, mais o pré-sal”, disse.
Para o presidente da Transpetro, “o Ceará pode e deve participar desse novo momento de crescimento e progresso”. Ele citou o exemplo de Pernambuco, que recebeu o estaleiro Atlântico Sul, representando investimento de US$ 700 milhões e geração de sete mil empregos diretos.
Encomendas
O Atlântico Sul detém hoje a maior carteira de encomendas da Transpetro, com 15 navios. O Governo do Estado já está em busca de parceiros internacionais para a construção de um equipamento destes no Ceará.
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