<P>Até o final deste ano, o Atlântico Sul precisa ter 1.800 profissionais qualificados, mas atualmente o número está em 800. Primeiro petroleiro feito no estaleiro deve ser lançado ao mar em abril de 2010</P><P>Quem passa pelo canteiro de obras do Estaleiro Atlântico Sul (EAS), em Suape, se su...
Folha de PernambucoAté o final deste ano, o Atlântico Sul precisa ter 1.800 profissionais qualificados, mas atualmente o número está em 800. Primeiro petroleiro feito no estaleiro deve ser lançado ao mar em abril de 2010
Quem passa pelo canteiro de obras do Estaleiro Atlântico Sul (EAS), em Suape, se surpreende com o ritmo frenético da construção. E não pode ser diferente, porque a unidade naval tem o compromisso de entregar, até 2013, dez navios petroleiros para a Transpetro. O primeiro deles será lançado ao mar em abril de 2010. O desafio do grupo não está na velocidade da construção, mas na capacidade de treinamento da mão-de-obra. Até o final deste ano, a estimativa é ter 1.800 profissionais qualificados, mas até agora o número ainda está em 800.
“Nossa limitação é maior pela capacidade de treinamento de pessoal do que pela construção civil”, observa o presidente do EAS, Paulo Haddad. Pelo cronograma de contratação da empresa, é preciso fechar 2009 com algo entre 3 mil e 3,5 mil funcionários e chegar a 2010 com os 5 mil colaboradores.
Não é difícil entender porque a qualificação é o principal gargalo do estaleiro. Estamos falando de um setor que está nascendo no Estado, onde não há experiência, nem massa crítica de profissionais capacitados. Outra dificuldade é o nível de escolaridade das pessoas na tentativa de ocupar as vagas de soldador, montador, eletricista e encanador. Tanto, que os candidatos enfrentam uma verdadeira maratona até ver a carteira de trabalho assinada. “Eles precisam estar em ponto de bala para serem contratados”, resume Haddad.
O longo caminho dos profissionais começou num reforço de escolaridade com aulas de português e matemática para melhorar o nível dos candidatos. A coordenadora do programa pela Secretaria Estadual de Educação, Cantaluce Lima, lembra que o governo de Pernambuco investiu R$ 3,7 milhões para fazer a capacitação com 5,4 mil alunos dos municípios de Ipojuca, Cabo, Jaboatão, Escada e Moreno, além das comunidades de moradoras de Suape. “Foram 52 horas de aula e o índice de assiduidade chegou a 93%”, comemora. Depois, os alunos passam pela fase de capacitação técnica na Escola do Senai do Cabo e vão para o Centro de Treinamento construído pelo estaleiro em Suape.
A estimativa do EAS era convocar entre 200 e 300 alunos que concluíram o reforço de escolaridade a cada dois meses, mas o cronograma está andando num ritmo mais lento. De acordo com o Senai, a capacitação técnica teve início em agosto de 2007, com uma grande turma de 402 alunos, que concluiu o curso em outubro. A coordenadora da Escola do Senai do Cabo, Rina Buarque, diz que o tempo do curso é de 160 horas, mas algumas turmas chegaram a ter 240 horas, em função da estratégia de contratação do estaleiro.
O Senai já contabiliza o treinamento de 1.119 alunos, contando com uma turma de 251 alunos que está em curso. “Até janeiro de 2009 teremos pelo menos mais três grupos”, observa. Ela explica que as aulas no Senai garantem aos alunos o conhecimento técnico básico para iniciar o processo.
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