Logística

Vale decide não depender de transporte de terceiros

 Ao ser privatizada, a Vale deu pouco significado à sua frota. Vendeu todos os navios de bandeira brasileira e a maior parte dos que usavam pavilhão estrangeiro. Com o tempo, apesar dos lucros bilionários propiciados pela alta do minério, a empresa - sob controle

Monitor Mercantil
07/07/2010 08:12
Visualizações: 637

 Ao ser privatizada, a Vale deu pouco significado à sua frota. Vendeu todos os navios de bandeira brasileira e a maior parte dos que usavam pavilhão estrangeiro. Com o tempo, apesar dos lucros bilionários propiciados pela alta do minério, a empresa - sob controle de Bradesco, Previ e Mitsui - foi obrigada a mudar de estratégia.

 

Segundo um analista, na época do pai de Eike, Eliezer Batista, à frente da então Vale do Rio Doce, os grandes compradores de minério eram os japoneses. Com visão de longo prazo, os nipônicos não se importavam em pagar um pouco mais pelo frete, pois sabiam ser estratégico não depender dos fornecedores australianos. Agora, o comprador principal é a China, mais pragmática: quer saber o preço final do minério entregue em seus portos, não interessa de onde venham ou em que navios. A China não parece preocupada em, ao comprar da Austrália, limitar seus fornecedores. Quer o melhor preço e pronto.



Com isso, a Vale teve de trocar de estratégia. Após dar pouca importância à logística marítima, mudou radicalmente de posição. Sabe que não pode depender dos donos de frota. O mesmo pode se aplicar ao Brasil. Como pode uma potência emergente contentar-se com transportar menos de 1% do comércio que gera? Até agora, só a Transpetro está fazendo encomendas e não tanto para expandir a frota, apenas para renová-la.

Por ser uma empresa particular, o caso da Vale é mais simples e a solução já está a caminho. A ex-estatal comprou 14 navios usados e já opera 17 navios próprios; encomendou 20 unidades, sendo dez de 400 mil toneladas de capacidade de carga. Através de contratos de longo prazo, com armadores como STX, BW, Oman Shipping e NYK, a empresa terá a sua disposição - seja com navios realmente próprios ou afretados a longo prazo, o que dá quase no mesmo - alto volume de navios, muitos deles gigantescos. Nos afretados a longo prazo, o frete não varia com o mercado ou a especulação.

A frota brasileira, contando-se até unidades de navegação fluvial, é de 3,6 milhões de toneladas de capacidade (porte bruto), segundo dados da Agência Nacional de Transportes Aquaviários (Antaq). Entre navios próprios e afretados por longo prazo, a frota à disposição da Vale em breve irá superar a de todo o Brasil.



Fonte:MonitorMercantil/Sergio Barreto Motta

Mais Lidas De Hoje
veja Também
Apoio cultural
Transpetro une preservação cultural e desenvolvimento su...
06/11/25
Internacional
Malásia quer se tornar polo global de captura e armazena...
05/11/25
Meio Ambiente
ANP realiza workshop sobre emissões de metano em conjunt...
05/11/25
Combustíveis
Procon Carioca firma parceria inédita com o Instituto Co...
05/11/25
Energia Elétrica
Thopen adquire operação de geração distribuída de energi...
05/11/25
Resultado
PRIO divulga resultados do 3T25 com avanços em Wahoo, Al...
05/11/25
PD&I
Noruega e Brasil lançam nova chamada conjunta de financi...
04/11/25
Descomissionamento
ABPIP realiza segundo workshop com ANP para discutir des...
04/11/25
iBEM26
Evento internacional de energia abre inscrições para ati...
04/11/25
Etanol
UNICA e Cetesb firmam acordo para fortalecer gestão ambi...
04/11/25
OTC Brasil 2025
Petrobras estuda ter centro logístico no Amapá enquanto ...
03/11/25
Pré-Sal
Campo de Búzios atinge produção recorde de 1 milhão de b...
03/11/25
Mão de obra
Programa de Desligamento Voluntário é lançado pela Petrobras
03/11/25
Etanol
Preços do anidro e do hidratado registram alta
03/11/25
Evento
PPSA reúne CEOs para debater o futuro da indústria de ól...
03/11/25
Evento
Porto do Açu e Porto de Antuérpia-Bruges assinam carta d...
03/11/25
Transição Energética
Fórum Econômico França-Brasil discute transição energéti...
03/11/25
Energia Elétrica
MP do setor elétrico: Órigo Energia ressalta importância...
03/11/25
Posicionamento IBP
PLV 10/2025 prejudica o ambiente de negócios e coloca em...
03/11/25
OTC Brasil 2025
SLB destaca protagonismo e compromisso com a inovação, s...
31/10/25
OTC Brasil 2025
MEQ Energy Hub: Impulsionando o Desenvolvimento Empresar...
31/10/25
VEJA MAIS
Newsletter TN

Fale Conosco

Utilizamos cookies para garantir que você tenha a melhor experiência em nosso site. Se você continuar a usar este site, assumiremos que você concorda com a nossa política de privacidade, termos de uso e cookies.