Paridade média entre etanol e gasolina ficou em 67%, segundo a ANP. Em estados como MT, MS, SP e PR, etanol é mais vantajoso em todos os municípios pesquisados.
Redação TN Petróleo/Assessoria UnicaNa segunda quinzena de maio, as unidades produtoras da região Centro-Sul processaram 47,84 milhões de toneladas ante a 45,36 milhões da safra 2024/2025. No acumulado da safra 2025/2026 até o fim de maio, a moagem atingiu 124,77 milhões de toneladas, ante 141,54 milhões de toneladas registradas no mesmo período no ciclo anterior – retração de 11,85%.
Na última quinzena de maio, sete unidades deram início à safra 2025/2026. Ao término da quinzena, estavam em operação 252 unidades produtoras na região Centro-Sul, sendo 232 unidades com processamento de cana, 10 empresas que fabricam etanol a partir do milho e 10 usinas flex operando apenas com a produção de etanol de milho. No mesmo período na safra 2024/2025, operaram 251 unidades produtoras, sendo 233 unidades com processamento de cana, nove empresas que fabricam etanol a partir do milho e nove usinas flex.
Em relação à qualidade da matéria-prima, o nível de Açúcares Totais Recuperáveis (ATR) registrado na segunda quinzena de maio atingiu apenas 124,87 kg de ATR por tonelada de cana-de-açúcar, contra 130,15 kg por tonelada na safra 2024/2025 – variação negativa de 4,06%. No acumulado da safra, o indicador marca 117,02 kg de ATR por tonelada, registrando retração de 4,13% na comparação com o valor observado em igual posição no último ciclo.
Produção de açúcar e etanol
A produção de açúcar na segunda metade de maio totalizou 2,95 milhões de toneladas, registrando crescimento de 8,86% na comparação com a quantidade observada em igual período na safra 2024/2025 (2,71 milhões de toneladas). No acumulado desde o início da safra até 1º de junho, a fabricação do adoçante totalizou 6,95 milhões de toneladas, contra 7,87 milhões de toneladas do ciclo anterior (-11,64%).
Apesar do mix mais açucareiro registrado nesta safra até o momento (49,99%, contra 47,81% na passada), a produção de açúcar segue em queda quando comparada ao ciclo anterior — reflexo da menor moagem e da redução no ATR por tonelada de cana.
Na segunda metade de maio, a fabricação de etanol pelas unidades do Centro-Sul atingiu 2,06 bilhões de litros, sendo 1,25 bilhão de litros de etanol hidratado (-3,21%) e 811,58 milhões de litros de etanol anidro (-2,98%). No acumulado do atual ciclo agrícola, a fabricação do biocombustível totalizou 5,74 bilhões de litros (-11,36%), sendo 3,85 bilhões de etanol hidratado (-11,29%) e 1,89 bilhão de anidro (- 11,51%).
Do total de etanol obtido na segunda quinzena de maio, 18,01% foram fabricados a partir do milho, registrando produção de 370,39 milhões de litros neste ano, contra 329,56 milhões de litros no mesmo período do ciclo 2024/2025 – aumento de 12,29%. No acumulado desde o início da safra, a produção de etanol de milho atingiu 1,45 bilhão de litros – avanço de 23,46% na comparação com igual período do ano passado.
Vendas de etanol
No mês de maio, as vendas de etanol totalizaram 2,99 bilhões de litros, o que representa praticamente o mesmo valor registrado na safra 2024/2025. O volume comercializado de etanol anidro no período foi de 1,11 bilhão de litros – aumento de 6,35% – enquanto o etanol hidratado registrou venda de 1,89 bilhão de litros – retração de 4,16%.
No mercado doméstico, o volume de etanol hidratado comercializado pelas unidades do Centro-Sul totalizou 1,82 bilhão de litros – variação negativa de 4,50% em relação ao mesmo período da safra anterior. As vendas de etanol anidro, por sua vez, atingiram a marca de 1,08 bilhão de litros – avanço de 7,93%.
No acumulado desde o início da safra até o fim de maio, a comercialização de etanol pelas unidades do Centro-Sul somou 5,77 bilhões de litros, registrando ligeira queda de 1,92%. O volume acumulado de etanol hidratado totalizou 3,72 bilhões de litros (-5,23%), enquanto o de anidro alcançou 2,06 bilhões de litros (+4,69%).
O levantamento de preços mais recente (01/06 a 07/06/25), divulgado pela Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), apurou preços de bomba de combustíveis em 371 municípios, registrando valor do etanol abaixo da paridade técnica com a gasolina em 187 dessas cidades. “Os dados da ANP indicam que todos os municípios amostrados nos estados de Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, São Paulo e Paraná registraram preço do etanol economicamente vantajoso em relação a gasolina, reforçando a expectativa de manutenção do consumo do biocombustível. A média do preço nesses estados está abaixo da paridade há quase 2 anos”, explicou Luciano Rodrigues, diretor de Inteligência Setorial da UNICA.
“O diferencial relativo de preços do etanol hidratado e da gasolina nos postos revendedores está em 67,8% na média do País, oferecendo uma alternativa viável para o consumidor brasileiro economizar e descarbonizar”, afirmou Luciano Rodrigues.
Com relação ao volume de etanol exportado pelas unidades da região Centro-Sul, o mês de maio registrou 88,28 milhões de litros, uma queda de 9,41% em relação ao mesmo período do ciclo anterior, sendo 62,65 milhões de litros (+7,14%) de etanol hidratado e 25,63 milhões de etanol anidro (34,25%).
Mercado de CBios
Dados da B3 até o dia 13 de junho indicam a emissão de 19,13 milhões de créditos em 2025 pelos produtores de biocombustíveis. A quantidade de CBios disponível para negociação em posse da parte obrigada, não obrigada e dos emissores totaliza 28,92 milhões de créditos de descarbonização.
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