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Seguimos trabalhando, por Karine Fragoso

Karine Fragoso
27/04/2020 16:18
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Se ontem, tínhamos a certeza de que o preço iria cair, hoje temos a certeza de que ele irá subir. Simples assim. Porque esse mercado é assim, cíclico. Por isso, não é para amadores, para aventureiros. É um mercado de longo prazo e cada vez mais refém de descontroles de oferta, dados seus crescentes e novos agentes.

Sim, é verdade que alguns ficam pelo caminho em cada crise que nos surpreende, mas também é verdade que posições se consolidam enquanto uns se fortalecem e outros se reinventam. É preciso um misto de tranquilidade que traz clareza, com a persistência que traz resiliência.

Para quem se concentra no momento atual, uma série de questões tende a se acumular. Trabalhar, se manter trabalhando, é o que nos diferencia. Trabalhar o presente com horizonte de médio prazo é o que nos permite reagir e manter expectativas para a retomada que virá. A recuperação será lenta e gradual.

O momento é de preservação. Preservação das pessoas, das empresas e das instituições. Encontrar o novo caminho a trilhar, com as oportunidades que a nova ordem irá impor. Trabalhar as fragilidades que ficaram expostas, oportunizar o momento para decisões difíceis no passado, e retomar antigos projetos que voltam a fazer sentido no cenário que se consolida.

Institucional

Muitas indústrias remodelaram suas plantas fabris para contribuírem com o atendimento à explosão de demanda de diversos itens, que se tornaram essenciais nesse momento de combate ao coronavírus. De forma colaborativa e além do consumo próprio, a produção de alguns equipamentos tem sido em grande parte destinada para o fortalecimento do sistema público de saúde. Se a crise expôs fragilidades, também criou esforço colaborativo.

Não só em casa e nas empresas, mas, também nas instituições e nas administrações públicas, é necessário encontrar espaço no orçamento para se reinventar. Aproveitamento de capacidades instaladas ou potencialmente acessíveis (insumos e matéria-prima), competências disponíveis (recursos humanos engajados) e a integração dessas duas primeiras riquezas são a resposta para a agregação de valor, numa nova roupagem tecnológica e digital que nos permitirá reduzir esforço físico e financeiro para alcançar os resultados de retorno ao crescimento contínuo e sustentável.

Se o protecionismo volta a moda, e as economias tendem a se fechar, e a manter por tempo indeterminado o isolamento econômico; o fortalecimento das suas posições no mercado interno, local, pode ser o foco. Assim, fica cada vez mais urgente avançar nas reformas estruturais que nos darão o ânimo e o folego necessários para essa etapa emergencial de resgate da economia e da atividade produtiva.

E, se cada segmento específico do mercado de óleo e gás já sentiu os impactos da pandemia, como a redução do consumo de combustíveis, que ultrapassou 60% em algumas cidades, expandir nossa presença nas outras vias de monetização, geração de energia e insumo para fabricação de petroquímicos, são rotas de saída e aceleração da retomada que fazem sentido no nosso caso. O Brasil, que tem o agronegócio como motor de sua economia, convive com uma balança deficitária em muitos pontos, 70% nesse caso, quando olhamos para o consumo de fertilizantes, por exemplo.

Fortalecer o mercado interno, criando demanda por aumento de atividade produtiva como resultado de parcerias público privadas é um bom norte para o momento: gera emprego, renda para famílias e empresas, além de ampliar a base de arrecadação para governos. É a boa saída para o reequilíbrio das contas públicas e privadas: mais produção e produtividade.

Dar destino a sobreoferta de óleo e gás é tão importante quanto ampliar a utilização das capacidades instaladas e o aproveitamento das competências existentes. Os pátios das empresas também estão cheios. A preservação do encadeamento produtivo e a sobrevivência das atividades econômicas relacionadas são tão importantes quanto à visão de agregar valor ao petróleo. Cada um tem papel fundamental na retomada futura.

O mercado de óleo e gás continuará fazendo seu papel estratégico. Mesmo que de forma silenciosa, eles serão capazes de garantir energia e o suprimento da população. Para isso, a atividade industrial não para, segue trabalhando.

Sobre o autora: Karine Fragoso é gerente de Petróleo, Gás e Naval da Firjan. Economista pós graduada em Economia e Gestão em Energia pela COPPEAD com foco em Sistemas de Distribuição de Gás Natural. Participou do programa IEL- Wharton, na Universidade da Pennsylvania para Capacitação em Estratégias e Inovação nos Negócios.

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