Operação Lava-Jato

26ª fase aprofuna investigação sobre o pagamento de propina pelo grupo Odebrecht

A pedido do MPF e da PF são executadas prisões, buscas e conduções para investigar ilicitudes cometidas até o segundo semestre de 2015.

Assessoria MPF/PF/Redação
23/03/2016 18:35
26ª fase aprofuna investigação sobre o pagamento de propina pelo grupo Odebrecht Imagem: Divulgação Visualizações: 309 (0) (0) (0) (0)

Estão sendo cumpridos, nesta terça feira, 22 de março, mandados de prisão, de busca e apreensão e de condução coercitiva para aprofundar a investigação de possíveis crimes de organização criminosa, corrupção e lavagem de ativos oriundos de desvios da Petrobras, cometidos por empresários, profissionais e lavadores de dinheiro ligados ao Grupo Odebrecht.

Em decorrência das buscas e apreensões e de outras diligências realizadas após a deflagração da 23ª fase da Operação Lava Jato, colheram-se indícios de que foi instalado dentro da estrutura do Grupo Odebrecht um setor profissionalmente organizado que era utilizado para pagamentos que incluíam vantagens indevidas a servidores públicos em razão de contratos firmados pela Odebrecht, chamado “setor de operações estruturadas”. Apurou-se que as tratativas acerca dos pagamentos de vantagens indevidas se estenderam até, pelo menos, novembro de 2015, conforme comprovado por troca de e-mails entre os investigados.

De acordo com as evidências surgidas, este setor tinha dentre suas missões viabilizar, mediante “pagamentos paralelos”, atividades ilícitas realizadas em favor da empresa. Para operacionalizar o esquema ilícito, foi instalado dentro do Setor de Operações Estruturadas da Odebrecht um sistema informatizado próprio, utilizado para armazenar os dados referentes ao processamento de pagamentos ilícitos e para permitir a comunicação reservada entre os executivos e funcionários envolvidos nas tarefas ilícitas. Além disso, para viabilizar a comunicação secreta entre executivos, funcionários da Odebrecht e doleiros responsáveis por movimentar os recursos espúrios, utilizava-se outro programa, em que todos se comunicavam por meio de codinomes.

A partir da análise de e-mails e planilhas apreendidas, apurou-se que pelo menos quatorze executivos de outros setores do Grupo Odebrecht, que demandavam “pagamentos paralelos”, encaminhavam aos funcionários as diversas solicitações de pagamentos ilícitos, de forma que a contabilidade paralela e a entrega dos valores espúrios ficassem centralizados nesta estrutura específica. Essas evidências abrem toda uma nova linha de apuração de pagamento de propinas em função de variadas obras públicas.

Além disso, a partir das planilhas obtidas e das anotações contidas no celular de Marcelo Odebrecht, obtiveram-se mais evidências contundentes de que este, então Presidente da Organização Odebrecht, não apenas tinha conhecimento e anuía com os pagamentos ilícitos, mas também comandava diretamente o pagamento de algumas vantagens indevidas, como, por exemplo, as vantagens indevidas repassadas aos publicitários e também investigados Monica Moura e João Santana.

De acordo com a procuradora da República Laura Gonçalves Tessler, a troca de e-mails relativa ao pagamento de propina foi apurada até recente data – novembro de 2015. " Chega a ser, de certa forma, assustador. Mesmo com a prisão de Marcelo Odebrecht se teve a ousadia de continuar a operar o pagamento de propina em detrimento do poder público", disse na coletiva de imprensa na sede da Polícia Federal, em Curitiba, na manhã desta terça-feira, 22 de março.

Dentre as razões que embasaram as prisões preventivas estão: as novas evidências de pagamentos de propinas vultosas, disseminadas e sistematizadas como modelo de negócio, até data recente, mesmo após a 14ª fase da Lava Jato, a qual focou sobre a atividade ilícita da Odebrecht; os indicativos de obstrução à investigação, com a destruição de arquivos e informações; bem como as provas de mudança para o exterior, por conta da empresa e após a deflagração da Lava Jato, dos funcionários responsáveis pela estruturação dos pagamentos ilícitos.

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