Sae Brasil, por Saimon Debastiani.
A indústria mundial como um todo, em seus diversos segmentos, está diante de uma grande mudança, que alguns especialistas chamam de uma nova revolução industrial, norteada cada vez mais pela tecnologia e pela automação aplicada aos processos produtivos.
Este fato está relacionado à obtenção de maiores ganhos de produtividade, aumento da capacidade produtiva, melhoria da qualidade, redução dos custos operacionais e melhoria da segurança, dentre outras necessidades.
Enquanto os Estados Unidos e alguns países da Europa e Ásia se preparam para esta nova fase de competitividade, que demanda profunda mudança na manufatura, o Brasil ainda precisa lidar com alguns entraves na corrida pela automação.
Um dos obstáculos é a defasagem tecnológica, que contribui para piorar os indicadores de produtividade do Brasil em relação a outros países, desenvolvidos ou em desenvolvimento.
Exemplo do cenário é a quantidade de robôs que o Brasil adquiriu em 2013: menos de 1,3 mil unidades. Enquanto isso, países como a Coréia do Sul e a China adquiriram, respectivamente, 21 mil e 37 mil unidades.
A idade média do parque fabril aqui é outro dado que reforça essa defasagem, pois gira em torno de 17 anos. Trinta por cento desses equipamentos possuem mais de 20 anos. É muito tempo.
Um dos caminhos para a superação da defasagem tecnológica é a maior inserção da indústria nacional nos mercados globais para que sejam identificadas as melhores práticas ligadas à automação.
Percebemos que as empresas brasileiras estão pouco expostas à competição internacional porque o mercado nacional ainda consome o que o Brasil produz.
Mas, se o nosso mercado vier a estagnar e as empresas precisarem sair, será complicado para as empresas lidarem com essa concorrência globalizada.
O elevado custo para a aquisição de equipamentos e máquinas é outro fator que dificulta o investimento em tecnologia no Brasil, que paga até 37% mais do que os Estados Unidos pelo mesmo maquinário.
Além do investimento em tecnologia demandar altos gastos no Brasil, as indústrias instaladas aqui ainda recebem poucos incentivos para a modernização dos seus parques fabris, embora o governo junto com a Abimaq, a Associação Brasileira de Máquinas e Equipamentos, estude a criação de um programa de incentivos fiscais, tributário e de financiamento para garantir o aumento da competitividade e da produtividade, com um “choque” de renovação no parque de máquinas brasileiro, além de socorro aos fabricantes nacionais, priorizando os bens de capital produzidos dentro do país. É esperar para ver.
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