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Os congressistas norte-americanos democratas e republicanos chegaram nesta quarta-feira a um texto de consenso para o plano de reativação econômica, mas isso não foi capaz de frear a derrubada das indústrias siderúrgica e automobilística, assim como os preços do petróleo.
De acordo com um senador democrata, que pediu o anonimato, as bancadas dos dois partidos chegaram a um acordo sobre um programa de US$ 789 bilhões que deve ser votado nos próximos dias, para então ser enviado o mais rápido possível ao presidente Barack Obama, que precisa promulgar o texto para que ele entre em vigor.
"Chegou a hora de tomar uma decisão firme e rápida", disse o presidente americano, durante uma visita a uma construção no norte do estado da Virgínia, ressaltando a importância de aprovar seu plano "urgente" e "essencial".
Apesar do bom andamento do plano, a Agência Internacional de Energia, em Paris, antecipou uma queda global da demanda por petróleo em 2009: -1% em relação ao ano anterior, a maior redução desde 1982.
"Temos um colapso da produção industrial, várias fábricas com as atividades paralisadas, a estabilização do consumo e, provavelmente, uma queda das exportações", disse a ministra francesa das Finanças, Christine Lagarde, refletindo o avanço inexorável da crise sobre a economia européia.
Na Grã-Bretanha, o Banco da Inglaterra indicou que a economia britânica, atualmente em recessão, pode cair, na pior das hipóteses, até 6% em ritmo interanual, antes de voltar a crescer, no início de 2010.
Os líderes da UE participarão de uma cúpula extraordinária no dia 1º de março, e os ministros do G7 se reunirão na próxima sexta-feira em Roma, ambos para discutir a crise mundial e as criticadas tentações protecionistas de alguns países, como os Estados Unidos e a França, para proteger sua indústria.
A ArcelorMittal, maior produtor de aço do mundo, anunciou prejuízos gigantescos no quarto trimestre de 2008, estimando que talvez precise demitir mais funcionários além dos 9 mil já anunciados.
A francesa PSA Peugeot Citroën, por sua vez, informou que cortará 11 mil postos de trabalho este ano na Europa, após revelar um forte prejuízo líquido em 2008.
Já o Credit Suisse, segundo maior grupo bancário suíço, anunciou nesta quarta-feira ter amargado um prejuízo líquido de 8,2 bilhões de francos suíços (US$ 7,07 bilhões) no ano que passou.
A crise também começa chegar com força na China, onde as exportações registraram em janeiro uma queda de 17,5%, o pior retrocesso em mais de uma década, e as importações despencaram 43,1%, sob o peso da crise mundial.
As más notícias influenciaram as bolsas mundiais, que já estavam nervosas com os ambiciosos planos de resgate do setor bancário e de reativação econômica nos Estados Unidos.
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