Energia elétrica

Após impacto da pandemia e crise hídrica, setor elétrico debate modernização e abertura de mercado no XII Congresso Brasileiro de Regulação

Painel realizado no evento, que acontece até o dia 12 de novembro, em Foz do Iguaçu (PR), mostra que desafios da escassez foram superados e que prioridade é o planejamento para ampliar capacidade de geração e reduzir custos operacionais

Redação TN Petróleo/Assessoria
10/11/2021 17:17
Após impacto da pandemia e crise hídrica, setor elétrico debate modernização e abertura de mercado no XII Congresso Brasileiro de Regulação Imagem: Saulo Cruz, ANEEL Visualizações: 963 (0) (0) (0) (0)

Para o setor elétrico brasileiro, os últimos anos trouxeram imensos desafios estruturais que impactaram a disponibilidade e o custo de energia aos consumidores, em especial os efeitos da pandemia e a crise hídrica de 2021. Mas uma série de ações emergenciais, e um contexto de novas leis e oportunidades de mercado, mostram que aos poucos o setor começa a retomar a normalidade e planejar o futuro, afirma o diretor geral da ANEEL, André Pepitone (foto), durante painel no XII Congresso Brasileiro de Regulação e 6a. Expo ABAR, promovido pela ABAR (Associação Brasileira de Agências de Regulação) de 10 a 12 de novembro, em Foz do Iguaçu (PR).

"As medidas emergenciais, como a suspensão do corte de energia a consumidores nos primeiros meses da pandemia, tiraram capital de giro das empresas, o que obrigou uma operação de resgate do setor da ordem de R$ 15,3 bilhões, permitindo diluir em cinco anos os impactos que seriam repassados aos consumidores em 12 meses", explica Pepitone, que também é vice-presidente federal da ABAR.

Em paralelo, o Brasil viveu em 2021 a maior crise hídrica dos últimos 90 anos. A região Sudeste, responsável por 70% do abastecimento do País, hoje opera com apenas 17% da capacidade de armazenamento. Mas o cenário seria muito pior se o Brasil não tivesse diversificado nos últimos anos sua matriz energética: atualmente, as hidrelétricas respondem por 60% do total gerado no País - em 2001, ano do apagão, eram 85%. Se este fosse o cenário atual, os reservatórios do Sudeste estariam com apenas 2% do volume de água.

"Nos últimos 20 anos, avançamos mais na expansão da transmissão do que em toda a história brasileira. Isso foi fundamental para enfrentar a crise hídrica", destaca o diretor da ANEEL. Atualmente, fontes alternativas, como energia solar, eólica e biomassa, juntas, representam mais de 20% do total produzido. "A questão do abastecimento está superada, agora o desafio é olhar para os custos, que foram altos em função desses problemas, somados ao dólar alto e o aumento do IGP-M e do IPCA."

Na visão de Rui Altieri, presidente do Conselho de Administração da Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE), uma oportunidade está nos contratos das termelétricas que estão vencendo entre 2023 e 2024 e que não devem ser renovados com os atuais operadores. "A matriz térmica se modernizou muito nos últimos anos. Os novos contratos vão demandar uso de novas tecnologias e maior eficiência operacional para reduzir custos", comenta. 

"Há um consenso no setor de que o arcabouço vigente está defasado em vários aspectos, e isso explica a agenda de modernização, que é um olhar para o passado, para entender o que temos, e outro para o futuro. São três questões-chave neste processo: a abertura do mercado não tem volta; é preciso pensar na transformação da matriz e no uso de novas tecnologias; além de ajustar custos, encargos e riscos para o mercado", define Thiago Barral, presidente da Empresa de Pesquisa Energética (EPE), vinculada ao Ministério de Minas e Energia e responsável por desenvolver estudos de planejamento energético nacional.

Segundo Pepitone, o futuro do setor está na abertura do mercado livre, no uso de novas tecnologias, de fontes renováveis e na segurança jurídica do setor. Recentes investimentos e leilões de privatização bem-sucedidos mostram que, mesmo com crises, o mercado energético brasileiro tem a confiança de investidores. E será preciso mais para dar sequência à modernização do setor, cerca de R$ 535 bilhões até 2030, calcula o diretor.

 

Mais Lidas De Hoje
veja Também
Etanol
MG deverá colher 77,2 milhões de toneladas de cana na sa...
28/04/25
Bunker
Petrobras e Vale celebram parceria para teste com bunker...
25/04/25
Pessoas
Thierry Roland Soret é o novo CEO da Arai Energy
25/04/25
Combustível
ANP concede autorização excepcional para fornecimento de...
25/04/25
Sísmica
ANP aprova aprimoramento de normas sobre dados digitais ...
25/04/25
RenovaBio
Regulação do RenovaBio trava o mercado e ameaça metas de...
25/04/25
Bacia de Santos
Oil States do Brasil fecha novo contrato com a Petrobras...
24/04/25
Oportunidade
Últimos dias para se inscrever no programa de estágio da...
24/04/25
ESG
Necta Gás Natural reforça compromisso com princípios ESG...
24/04/25
Investimentos
Bahia vai receber fábrica de metanol e amônia verdes e o...
24/04/25
Pré-Sal
Parceria entre CNPEM e Petrobras mira uso do Sirius para...
24/04/25
Meio Ambiente
Porto do Açu e Repsol Sinopec Brasil assinam acordo para...
23/04/25
Combustíveis
Gasolina em Alta: Como o Preço do Petróleo e do Dólar In...
23/04/25
Diesel
Após reajuste da Petrobras, preço do diesel volta a cair...
23/04/25
Energia Elétrica
Neoenergia vende 50% de Itabapoana Transmissão
23/04/25
Combustíveis
Abastecimento de combustíveis: ANP debate atuação de órg...
22/04/25
Startups
Concluída a avaliação das startups que se inscreveram na...
22/04/25
Etanol
Hidratado recua após duas semanas em alta; Anidro fecha ...
22/04/25
PPSA
União teve direito a 131 mil barris de petróleo por dia...
18/04/25
PPSA
União teve direito a 131 mil barris de petróleo por dia...
18/04/25
BRANDED CONTENT
O avanço da exploração offshore no Brasil e os bastidore...
17/04/25
VEJA MAIS
Newsletter TN

Fale Conosco

Utilizamos cookies para garantir que você tenha a melhor experiência em nosso site. Se você continuar a usar este site, assumiremos que você concorda com a nossa política de privacidade, termos de uso e cookies.

22