Valor Econômico
Dez anos atrás, havia menos de 1,3 mil pessoas vivendo em Stanley, no interior de Dakota do Norte. O envelhecimento da população e a falta de dinamismo econômico do lugarejo haviam tornado seu futuro sombrio, e o prefeito avisou que não teria mais como manter a escola e o hospital da cidade funcionando por muito tempo.
Um grupo de fazendeiros da região resolveu fazer alguma coisa e comprou um anemômetro, aparelho que mede a velocidade dos ventos. O grupo fez estudos em várias propriedades das redondezas em diferentes estações do ano e depois de algum tempo concluiu que tinha encontrado uma maneira de salvar a cidade da ruína.
Há dois anos, os fazendeiros assinaram um acordo com o grupo canadense AltaGas para desenvolver um parque de energia eólica com capacidade para gerar 99 megawatts de energia. Duas linhas de transmissão que passam por Stanley poderão ser usadas para distribuir a eletricidade produzida ali.
O empreendimento até hoje não saiu do papel, mas os canadenses prometem criar 200 empregos na cidade quando começarem a erguer seus moinhos de vento. Há 61 fazendeiros envolvidos no projeto. Todos esperam ganhar algum dinheiro, mas quem tiver uma torre instalada dentro da fazenda receberá mais.
A cidade não morreu à espera dos canadenses porque apareceu a indústria do petróleo, atraída por novas descobertas feitas pelos geólogos na formação Bakken, um rico reservatório identificado na década de 50. “O petróleo revigorou nossa economia com uma velocidade que pegou todo mundo de surpresa”, diz Wayne Johnson, um fazendeiro de 51 anos que é um dos líderes do empreendimento ao qual a AltaGas se associou.
Um dos seus vizinhos vendeu um pedaço da fazenda para uma empresa do Texas que ergueu um acampamento para 500 funcionários, diz ele. A escola e o hospital de Stanley ficaram pequenos para atender as novas famílias que se instalaram na cidade. Fazendeiros da região enriqueceram de um dia para o outro vendendo os direitos de exploração dos recursos minerais existentes em suas terras.
Johnson diz que até agora não recebeu nenhuma oferta que o fizesse perder a cabeça, mas pensa no assunto todos os dias. Ele gostaria de ver sua propriedade dividida em três partes no futuro. Haveria um poço de petróleo numa delas, um moinho de vento na outra e ele usaria o resto para plantar canola para produzir biodiesel.
A única coisa que deu certo até agora foi a canola. Dakota do Norte é o maior produtor de canola dos EUA e fazendeiros como Johnson ampliaram o plantio.
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