O Estaleiro Atlântico Sul (EAS) vai investir R$ 690 milhões na ampliação de seu parque naval no Complexo de Suape. O aporte é para reforçar a área de offshore (equipamentos para a exploração de petróleo no mar).
Recentemente, a empresa venceu licitação da Petrobras para a construção de sete sondas de perfuração, que serão usadas na exploração de petróleo na camada do pré-sal. Para garantir os recursos, o EAS entrou com um pedido de financiamento no Fundo de Marinha Mercante (FMM), no valor de R$ 560 milhões.
O pleito foi encaminhado em janeiro deste ano. O presidente do estaleiro, Angelo Bellelis, explica que o investimento será aplicado na construção de um segundo cais, na compra de equipamentos de içamento para montar os módulos dos navios-sonda e na construção de oficinas de fabricação de estruturas, vestuários, escritórios de apoio, refeitórios, banheiro e ambulatório. O investimento de R$ 690 milhões é alto se levado em consideração que a implantação do estaleiro custou R$ 2 bilhões.
O novo aporte representa 34,5% do que já foi aplicado. Do total aplicado, R$ 1,3 bilhão foi financiado pelo FMM e repassado pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). Com o reforço na planta, o Atlântico Sul terá condição de tocar a encomenda de sete sondas da Petrobras. O pacote gigante de US$ 4,63 bilhões das sondas mais do que dobra o tamanho da carteira do EAS, que antes do resultado da licitação estava em US$ 3,5 bilhões.
Com maior conteúdo tecnológico, a construção das sondas vai exigir a contratação de profissionais especializados. Hoje, o EAS conta com 22 navios em carteira, que serão construídos para a Transpetro, além do casco da plataforma P-55. O João Cândido – primeiro petroleiro – só deverá ser entregue no segundo semestre de 2011. Atualmente dentro do dique seco também estão em fase de montagem o navio Zumbi dos Palmares e o casco da P-55. Essa última deverá ser concluída em junho para terminar a montagem no Estaleiro Rio Grande (RS).
MÃO DE OBRA
Até o dia 30 deste mês, o Atlântico Sul deverá concluir a contratação de 1.200 colaboradores para reforçar o quadro de funcionários da empresa. Bellelis adianta que 600 vagas foram preenchidas, todas com pessoal de Pernambuco. O EAS também está com polos de seleção de mão de obra no Rio, na Bahia e em São Paulo. Outra frente de captação é contratar decasséguis que voltaram do Japão e estão em Estados como Paraná e São Paulo.