Balança Comercial

Balança comercial tem o maior março da história, com superávit de US$ 4,4 bi

Saldo positivo resultou de US$ 15,994 bilhões em exportações e US$ 11,559 bilhões em importações.

MDIC
01/04/2016 20:25
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O Brasil registrou superávit comercial de US$ 4,435 bilhões em março. É o melhor resultado para meses de março desde o início da série histórica da balança, em 1989. O resultado reflete US$ 15,994 bilhões em exportações e US$ 11,559 bilhões em importações. Os dados foram divulgados nesta sexta-feira (1°) pelo Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC).

Com o resultado de março, a balança acumula saldo positivo de US$ 8,398 bilhões no ano, revertendo o déficit de US$ 5,549 bilhões registrado no primeiro trimestre de 2015.

Segundo o MDIC, as vendas externas caíram 5,8% sobre março de 2015 e subiram 3,5% em relação a fevereiro de 2016 segundo o critério de "média diária". Do lado das compras do Brasil no exterior, houve queda de 30% no volume diário negociado na comparação com março de 2015, e de 3,1% na comparação com fevereiro de 2016.

Para o diretor do Departamento de Estatística e Apoio à Exportação (Deaex) do MDIC, Herlon Brandão, a redução no valor exportado em março é decorrente, principalmente, da queda no índice de preço, uma vez que houve aumento no índice de quantum exportado. “Em março de 2016, o preço médio das exportações caiu 17,4%, enquanto a quantidade aumentou 15,7%”, afirmou. Por outro lado, Brandão destacou que a queda das importações foi consequência “de uma redução tanto no preço, quanto nas quantidades”.

Brandão lembrou, ainda, que a alta dos preços recentes de minério de ferro e petróleo ainda não é significativa. “Em março de 2015, por exemplo, o minério de ferro era vendido a U$ 45 a tonelada, enquanto em março de 2016 o preço médio foi de U$ 26. Da mesma forma, o barril do petróleo em março de 2015 era negociado a US$ 47, e em março deste ano estava U$ 25,1. As recentes altas ainda não compensaram a queda”, explicou.

O diretor do Deaex ressaltou que a redução na exportação de básicos foi amenizada pelo início do embarque da soja, com aumento de 49,8% na quantidade exportada. “A safra deste ano começou a entrar mais cedo, o que deve confirmar as estimativas oficiais de que teremos um resultado em 2016 de 56 milhões de toneladas, superando o número de 2015, que foi recorde, de 54 milhões de toneladas”, afirmou.

Exportações

A média diária das exportações em março chegou a US$ 727 milhões, 5,8% abaixo da média verificada em março do ano passado (US$ 771,8 milhões), resultado do embarque de produtos básicos (US$ 7,387 bilhões), manufaturados (US$ 6,170 bilhões) e semimanufaturados (US$ 2,113 bilhões). Na comparação com fevereiro deste ano (US$ 702,5 milhões), a média diária das exportações subiu 3,5%.

As exportações de manufaturados caíram 5,6% em comparação com março de 2015. O desempenho do grupo foi puxado principalmente por laminados planos (-27,6%), motores para veículos e partes (-25,1%), autopeças (-23,8%), motores e geradores elétricos (-19,8%), bombas e compressores (-14,8%), óxidos e hidróxidos de alumínio (-7,4%) e açúcar refinado (-2,7%). Por outro lado, cresceram centrifugadores e aparelhos para filtrar (813,2%), etanol (70,1%), aviões (42,4%), automóveis (30,1%), polímeros plásticos (29,8%), máquinas para terraplanagem (15,9%), pneumáticos (2,6%), veículos de carga (1,3%), e papel e cartão (1%).

No grupo de produtos semimanufaturados – com queda de 14,1% no comparativo com março do ano passado – caíram as vendas principalmente de ferro fundido (-48,1%), couros e peles (-27,2%), semimanufaturados de ferro e aço (-25,1%), açúcar em bruto (-21,4%), ferro-ligas (-20,7%) e celulose (-12,6%). Por outro lado, cresceram as exportações de óleo de soja em bruto (60,4%), catodos de cobre (37,8%), ouro em forma semimanufaturada (28,1) e madeira serrada (18,6%).

As exportações de produtos básicos caíram 1,8%, especialmente devido ao minério de ferro (-44%), petróleo em bruto (-40%), café em grão (-21,9%), farelo de soja (-13,7%) e fumo em folhas (-11,9%). Por outro lado, cresceram as vendas de milho em grão (154,2%), algodão em bruto (38,7%), soja em grão (32,2%), carne suína (30,9%), carne bovina (21,3%), minério de cobre (6,8%) e carne de frango (1,4%).

Durante a coletiva, Herlon Brandão lembrou que houve alta no índice quantum de todas as três categorias: básicos (29,4%), semimanufaturados (3,3%) e manufaturados (7,6%). “Os preços internacionais derrubaram, e por isso a queda no valor exportado”. A queda nos preços, segundo ele, pode ser explicada por diversos fatores, como uma maior oferta de commodities no mundo.

Importações

A média diária das importações em março de 2016 (US$ 525,4 milhões) foi 30% menor que a média diária de março do ano passado (US$ 750,8 milhões). No mês, decresceram as importações de combustíveis e lubrificantes (-40,8%), bens de consumo (-31%), bens intermediários (-28,3%) e bens de capital (-26,8%).

No grupo dos combustíveis e lubrificantes, a retração ocorreu principalmente pela diminuição dos preços de gás natural, carvão, petróleo em bruto e óleos combustíveis.

No segmento bens de consumo, as principais quedas foram observadas nas importações de equipamento de transporte não industrial (motocicletas, bicicletas, barcos e embarcações de recreio; automóveis de passageiros); bens de consumo semiduráveis (confecções, calçados, lâmpadas fluorescentes, brinquedos); bens de consumo duráveis – exceto equipamento de transporte - (fritadeiras eletrotérmicas, cafeteiras, aparelhos de ar condicionado, aparelhos para processar alimentos, gravador-reprodutor, refrigeradores, panelas elétricas); alimentos e bebidas para consumo doméstico básicos e elaborados (bacalhau inteiro e filé, frutas secas, salmão inteiro e filé, peras frescas, azeite de oliva, filé de merluza, carnes desossadas de bovino); e bens de consumo não duráveis (desodorantes corporais, medicamentos, água de colônia).

No segmento de bens intermediários, decresceram as aquisições de insumos industriais básicos (sulfeto de minério de zinco, borracha natural, enxofre, sulfeto de minério de cobre); insumos industriais elaborados (nafta para petroquímica, partes de aparelhos receptores, ureia, catodos de cobre, estireno); peças e acessórios para bens de capital (partes de aparelhos de telefonia, microprocessadores, circuitos integrados, circuitos impressos, circuitos integrados, rotores de turbinas a vapor, memórias digitais); e peças para equipamentos de transporte (caixas de marchas, partes de carroçarias para veículos, partes de motocicletas, motores de explosão para veículos, pneumáticos, partes de turbinas a gás).

Com relação a bens de capital, decresceram os seguintes itens: equipamentos de transporte industrial (veículos automóveis, aviões, litorinas, dumpers para transporte de mercadoria, chassis com motor, helicópteros); e bens de capital - exceto equipamentos de transporte industrial - (máquinas e aparelhos mecânicos, equipamentos terminais e repetidores, conversores elétricos, moldes para moldagem de borracha, máquinas para trabalhar borracha, máquinas para indústria cervejeira).

Trimestre janeiro/março

No acumulado do primeiro trimestre de 2016, as exportações somaram US$ 40,585 bilhões e as importações US$ 32,186 bilhões, valores 5,1% e 33,4% menores, respectivamente, que os registrados no mesmo período do ano passado (pela média diária).

A corrente de comércio totalizou US$ 72,771 bilhões, uma queda de 20,1% sobre o mesmo período de 2015 (US$ 91,100 bilhões), pela média diária. No primeiro trimestre, a balança comercial acumula um superávit de US$ 8,398 bilhões, revertendo o déficit registrado em igual período de 2015 (US$ 5,549 bilhões).

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