Biocombustíveis

Biodiesel é apontado como combustível do futuro

Gazeta de Piracicaba
29/04/2010 15:33
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 Quinze anos. Para o pesquisador Decio Gazzoni, da Embrapa Pesquisa Agropecuária, é esse o tempo que resta ao etanol como principal fonte de energia alternativa no País.

No encontro realizado durante o seminário Bioenergia em Foco, na Agrishow 2010, empresários ligados ao setor e pesquisadores em agricultura discutiram os rumos da produção energética no Brasil e apontaram o biodiesel —combustível extraído da soja, mamona e gordura animal, entre outros— como a evolução natural da produção sucroalcooleira na região de Ribeirão. De acordo com Gazzoni, a exploração da cana-de-açúcar deve sofrer modificações e gerar novos mercados, sem a dependência exclusiva do álcool combustível.

 

De todo o valor investido em produção energética no Brasil, 27% representa energias renováveis. A Embrapa acredita que até 2011 os cerca de US$ 20 milhões destinados à produção de energias alternativas no País cheguem a US$ 200 milhões. Isso porque a demanda mundial por petróleo, que hoje consome 12 bilhões de toneladas do combustível por ano, deve crescer para 18 bilhões de toneladas nos próximos dez anos. “O biocombustível está em fase embrionária, mas vai se tornar grande alternativa porque os combustíveis fósseis são finitos e a necessidade mundial por energia fácil de ser produzida, não”, disse Gazzoni.

 

Para o presidente da União dos Produtores de Bionergia (Udop), José Carlos Toledo, o mercado brasileiro precisa se preparar para atender as necessidades internas e externas no que diz respeito à produção de energias alternativas, vindas ou não da cana. Em 2006, 45 países investiam em fontes de energia renováveis; já em 2008 (quando foi feita a última pesquisa), 63 governantes, de vários países, passaram a investir mais em novas fontes energia. “Nossa parte é garantir a sustentabilidade dessa mudança. Nosso produto é muito forte comparado ao mercado internacional”, disse. Segundo a Udop, o álcool produzido no Brasil a partir da cana —que pode ser usado na produção de biodiesel— reduz em 60% a menos de gás carbônico (CO2), enquanto o álcool americano, do milho, reduz em apenas 20% a emissão do gás. “Isso vai nos ajudar muito em negociações com o mercado externo.”

 

Décio Gazzoni enumerou pelo menos quatro gerações de biocombustíveis para este século, a 1ª, já em curso, composta basicamente por etanol, biodiesel e biogás; a 2ª geração, com a utilização das mesmas matérias-primas, porém com novas técnicas de processamento, como o etanol celulósico; a
3ª geração, com biocombustíveis obtidos através de novas técnicas de processamento, resultantes de aprimoramentos da 2ª geração, mas com a utilização de matérias-primas específicas; e a 4ª e última geração apresentada, com a utilização das duas tecnologias anteriores, melhoradas, com otimização do balanço energético, integração de processos, conjugados com captura e estocagem do gás carbônico resultante do processo de obtenção de biocombustíveis.

 

Futuro da cana-de-açucar

 


Durante sua apresentação, o especialista destacou que a cana-de-açúcar figura como uma das principais fontes de energia em cada uma das gerações. Gazzoni salientou apenas que a partir de 2040, ou em meados deste século, a utilização da cana para a produção de etanol deve perder força e ser substituída por outra fonte. "O que não significa o fim da cana-de-açúcar, e deste setor, pois até lá outros bioprodutos derivados da cana terão valor agregado muito maior que o próprio etanol, que tem um valor energético comparativamente pequeno, nos cenários futuros", destacou.

 

Novo tipo deve poluir 50% menos

 


O diesel produzido a partir de combustíveis fósseis deve ganhar nos próximos dois anos um novo concorrente no mercado. Em seminário na Agrishow, pesquisadores da Embrapa anunciaram pesquisas na criação do diesel vegetal. O produto deve ter produção similar ao do biocombustível, extraído do óleo de produtos agrícolas como cana-de-açúcar, mamona, soja, entre outros, com estimativa de poluir, no mínimo 50% a menos do que o diesel comum.

 

A vantagem do diesel ecológico é que, segundo o pesquisador da Embrapa Decio Gazzoni, não será preciso fazer qualquer modificação no motores que já usam o combustível oriundo do petróleo. Ele afirmou que o mais importante é gerar energias alternativas que cheguem ao consumidor com custos baixos. “É necessário incentivar o consumo de combustíveis alternativos e fazer com que eles cheguem aos veículos com segurança e sem oscilações de marcado.”

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