Biocombustíveis

Butamax vai exportar biobutanol do Brasil

Valor Econômico 23/03/2010
23/03/2010 15:17
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A Butamax, joint venture criada pela companhia petrolífera inglesa British Petroleum (BP) e a multinacional DuPont, pode transformar o Brasil em sua base de exportação de biobutanol. O biocombustível começará a ser produzido este ano em uma planta-piloto na Inglaterra e ganhará escala entre 2012 e 2014 no Brasil, Estados Unidos e Reino Unido.

Em entrevista ao Valor, Tim Potter, CEO da companhia, explicou que os mercados da União Europeia e dos EUA têm grande potencial para o consumo de biobutanol. O biocombustível será produzido a partir da cana no Brasil, do milho, nos EUA, e do trigo, na Europa. "A cana é a mais eficiente matéria-prima do mundo."

A diferença entre o biobutanol e o etanol é que o primeiro tem quatro moléculas de carbono, com mais energia armazenada, e o segundo, duas. O processo de fermentação do produto também difere do etanol.

Segundo Potter, o biocombustível será produzido no Brasil com foco para o mercado externo. A expectativa é a de que até 2020 sejam exportados cerca de 2 bilhões de galões (ou 7,5 bilhões de litros) a partir do país. O valor dos investimentos no desenvolvimento desse biocombustível não foi divulgado. O executivo observa que o transporte do biobutanol pode ser feito por meio de dutos por onde passam outros produtos, sem risco de contaminação, ao contrário do etanol.

As pesquisas em torno do biobutanol começaram a partir de 2003, mas ganharam força em 2005, quando as duas empresas - BP e DuPont - intensificaram esforços em torno do desenvolvimento do biocombustível. Atualmente, a Butamax detém cerca de 70 patentes de biobutanol.

No ano passado, a joint venture entre as duas companhias foi formalizada - cada uma com 50%. A primeira planta-piloto entra em operação até o fim do ano em Hull, na Inglaterra. A partir de junho, a Butamax coloca em operação o laboratório de tecnologia em Paulínia, em São Paulo. A empresa tem outro laboratório de pesquisas em Delaware (EUA).

Potter vê um enorme mercado para o biobutanol nos EUA e também na Europa. Os EUA devem utilizar 36 bilhões de galões de biocombustíveis até 2022, que tanto podem ser etanol como biobutanol, e a UE aprovou 10% de mistura de biocombustíveis nos combustíveis. Para o Brasil, o uso do etanol tradicional já está consolidado.

Consolidada a produção de biobutanol em larga escala, a Butamax pretende disponibilizar, por meio de acordos, o produto no mercado. "Nos EUA e UE, a produção de etanol é limitada. Para o biobutanol, não há barreiras."

A BP trabalha em várias frentes para avançar em biocombustíveis no mercado internacional. Assim como a petrolífera Shell, que formou uma joint venture com a Cosan, para avançar na produção de biocombustíveis, a BP também considera esse mercado estratégico. Além do biobutanol, a petrolífera desenvolve pesquisas de biocombustíveis de segunda geração, por meio do processo de lignocelulose, a partir de "energy grass" (fontes vegetais). Também trabalha no desenvolvimento de diesel a partir da cana e na produção tradicional de etanol no Brasil, com uma participação de 50% na Tropical Bionergia, com uma usina instalada em Edeia (Goiás).
 

Por Mônica Scaramuzzo, de São Paulo

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