A Comerc Gás aposta na sobreoferta do combustível.
Redação/ Assessoria
A Comerc, maior gestora independente de energia elétrica do país, e a Gas Energy, maior consultoria brasileira na área de gás natural, anunciam a criação da empresa Comerc Gás, cujo objetivo inicial é oferecer serviços de gestão do consumo de gás natural para a indústria e, no longo prazo, comercializar o insumo no mercado livre de gás natural a partir da oferta oriunda da expansão da produção do gás no pré-sal e da exploração onshore.
“Estamos apostando no desenvolvimento deste mercado livre nos próximos três anos, e nossa missão é preparar o futuro consumidor livre de gás natural e contribuir com a regulação deste mercado”, destaca Pedro Franklin, diretor da Comerc Gás.
A empresa estima um crescimento de 40% para o mercado industrial de gás natural nos próximos cinco anos, com a comercialização de mais de 40 milhões de metros cúbicos por dia.
Atualmente, o consumo gira em torno de 29 milhões de metros cúbicos por dia. Hoje não há consumidores livres de gás natural no país, embora existam leis estaduais que permitam o desenvolvimento desse mercado em São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais, Espírito Santo, Amazonas e Maranhão.
A expectativa é que, com o pré-sal, se origine uma sobreoferta de gás natural e, por consequência, o surgimento de novos gasodutos de transporte que levem o insumo até as distribuidoras estaduais.
A maior disponibilidade do gás natural, em condições comerciais mais favoráveis, permitirá o aumento do consumo industrial e, por extensão, a maior adesão dos grandes consumidores ao mercado livre.
“Até lá, será fundamental o surgimento de novos gasodutos de transporte e Unidades de Processamento de Gás para permitir o escoamento da produção de gás natural do pré-sal, caso contrário o gás pode acabar se tornando, no limite, um gargalo para a extração do petróleo”, explica o executivo.
A Comerc Gás nasce sob a união da expertise comercial da Comerc e da inteligência na cadeia de valor do gás natural da Gas Energy, com capital técnico e de gestão para auxiliar os futuros consumidores livres deste combustível quanto ao momento certo de migrar para o mercado livre e na gestão mensal dos contratos.
Como já acontece no mercado livre de energia elétrica, há um limite mínimo de consumo de gás natural para que a empresa entre no mercado livre.
No Estado de São Paulo, por exemplo, o consumo mínimo é de 300 mil metros cúbicos por mês, o equivalente a uma conta mensal de mais de R$ 350 mil.
“Com montantes tão altos, é crucial ter uma visão de mercado para a implementação adequada da melhor estratégia de migração”, pontua Pedro. A nova empresa já está em contato com os grandes consumidores de gás natural do país, muitos deles clientes da Comerc.
Negociações estão em andamento. Gás natural e o pré-salO gás natural extraído a partir da exploração do pré-sal tem algumas características.
Ele não serve para suprir as termelétricas, pois não pode ser interrompido.
Quase toda a produção do gás estará associada ao petróleo, ou seja, seu fluxo é contínuo. No Brasil, a Agência Nacional do Petróleo (ANP) limitou a queima do gás natural.
Por isso, a Comerc Gás acredita que, a partir de 2017, o Brasil terá uma sobreoferta de gás natural, uma vez que ele não poderá ser queimado em grandes quantidades nem utilizado em termelétricas no modelo atual.
“Neste momento, teremos a oportunidade de desenvolver o mercado livre de gás, pois haverá maior oferta no Brasil ao mesmo tempo em que os Estados Unidos devem aumentar suas exportações de gás e, em consequência disso, poderá ocorrer um recuo nos preços internacionais”, conclui o diretor da Comerc Gás.
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