<p>Todos os dias, há informações de empresas que não teriam conseguido espaço nos estaleiros brasileiros , como a Vale, e, por isso, deixaram de encomendar navios ou fizeram importações. Em alguns casos, os armadores efetivamente não desejavam
Monitor MercantilTodos os dias, há informações de empresas que não teriam conseguido espaço nos estaleiros brasileiros , como a Vale, e, por isso, deixaram de encomendar navios ou fizeram importações. Em alguns casos, os armadores efetivamente não desejavam comprar navios e faziam contatos com estaleiros apenas para mostrar às autoridades que não iriam continuar a usar a política de afretamento - aluguel de unidades estrangeiras. Em outros casos, foi feita importação com pagamento de impostos, para os navios terem direitos de bandeira brasileira - caso da Mercosul Line; e, quanto à Vale, a empresa importará dez meganavios, de 400 mil toneladas cada um, mas não pagará impostos e, portanto, manterá os navios sob bandeira estrangeira. O presidente do Sindicato da Construção Naval (Sinaval), Ariovaldo Rocha, afirma que a capacidade de processamento de aço dos estaleiros já é expressiva: 600 mil toneladas por ano.
O Atlântico Sul, de Suape (PE), que será o maior estaleiro do país, lança seu primeiro navio em janeiro próximo. Além disso, estão sendo anunciados diversos estaleiros de grande porte, por sólidos grupos empresariais: um de Eike Batista (EBX) e Hyundai, em Santa Catarina; dois estaleiros de grande porte na Bahia, sendo um da Setal (Ebasa) e outro de Odebrecht, OAS e UTC, o Paraguassu; o grupo coreano STX vai fazer unidade no Norte fluminense; o grupo Jurong - dono de Eisa e Mauá - anuncia estaleiro em Alagoas; e a Odebrecht projeta estaleiro em Itaguaí (RJ), embora, de início, apenas para produção de unidades militares.
- Diante de tudo isso, terá de haver muita demanda para atingir a oferta de espaço nos estaleiros - ironiza Rocha.
Lembra ainda que o maior dique do país, no momento, o da Sermetal - antiga Ishibrás, no Rio - está sem uso e há negociações para arrendamento à Petrobras, que faria licitação para um privado explorá-lo. Lá foram construídos navios de 300 mil toneladas. Destaca Rocha que, após a crise dos anos 80 e 90, a construção naval hoje propicia 45 mil empregos diretos e tudo indica que, dentro de um ano, estará gerando mais 5 mil empregos diretos. O faturamento do setor, em 2009, deverá ser pouco superior aos US$ 3,2 bilhões do ano passado, uma vez que, no início do ano, a Petrobras reenquadrou projetos e reestruturou sua política de encomendas.
Este ano, o Conselho Diretor do Fundo de Marinha Mercante não se reuniu e, portanto, não foram aprovadas novas prioridades. A Secretaria do Tesouro Nacional estava resistindo a financiar a parte importada dos navios, o que, se não fosse feito, elevaria o preço final. Rocha espera que o assunto tenha sido resolvido e cita que foi prometido ao governo elevar o índice de nacionalização de 65% para 75%.
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