Redação TN Petróleo/Assessoria
As consequências da Nova Lei do Gás, que acaba de ser regulamentada em decreto do Governo Federal, serão positivas para a Copergás, avalia o diretor técnico-comercial da Companhia, Fabrício Bomtempo (foto). “Estamos preparados para a abertura do mercado. Tanto é que, no ano passado, abrimos uma chamada pública para selecionar um novo supridor. E já temos uma parceria firmada também com a Golar Power, para atender projetos do interior, como em Petrolina e Garanhuns. Em 2022, possivelmente já teremos três supridores de gás natural: a Petrobras, a Golar e a Shell”, afirmou.
A Golar participa do projeto que levará Gás Natural Liquefeito (GNL) ao Agreste Meridional (Garanhuns) e ao Sertão do São Francisco (Petrolina). Nos dois municípios, o combustível será regaseificado pela Golar e transferido à Copergás. Uma rede local da companhia pernambucana fará a distribuição para os clientes industriais, comerciais, residenciais e de GNV. A Shell foi a empresa selecionada na chamada pública e tem um contrato de suprimento sendo construído com a Copergás. Deve entrar em vigor em janeiro de 2022. Por enquanto, a Petrobras é hoje a única supridora de GN da Copergás.
“A demanda por gás natural é cada vez maior, principalmente das indústrias, e a entrega da infraestrutura para o gás para todo o Estado vem sendo uma estratégia importante do nosso trabalho de atender essas empresas. Com a abertura do mercado, mais o Estado ganha com esse produto avançando, a Copergás participa desse movimento e a gente amplia a lista de diferenciais de Pernambuco para atrair negócios”, disse o secretário de Desenvolvimento Econômico de Pernambuco, Geraldo Julio.
“Pernambuco fez o dever de casa. A Copergás está preparada para essa nova fase, e mais: é pioneira na busca de novos supridores e de novas formas de levar o gás natural ao interior do Estado. Trata-se uma estratégia que se integra ao trabalho do governador Paulo Câmara para aumentar a competitividade do interior, levando à infraestrutura do GN e criando a oportunidade para atrair novos empreendimentos. O gás natural é essencial hoje para muitos segmentos da indústria”, argumentou o diretor-presidente da Copergás, André Campos.
Análise – A previsão é que a Nova Lei do Gás aumente a concorrência no setor, provoque redução dos preços e traga expansão da rede de transporte de gasodutos, medidas capazes de elevar o consumo de gás no Brasil. “À medida que surgem novos supridores, há a possibilidade de ampliar a concorrência. Isso pode gerar preços mais vantajosos para o último elo da cadeia do setor, que somos nós, da distribuição, responsáveis pelo atendimento aos usuários finais”, analisou o diretor técnico-comercial, Fabrício Bomtempo.
Bomtempo destaca também o fato de que a lei vai “destravar o processo de construções de gasodutos de transporte”. No formato anterior, as construções só poderiam ocorrer mediante concessão da União. Agora, basta uma autorização da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP). A expectativa do mercado é que, havendo a demanda e um empreendedor interessado, o processo ocorre com maior celeridade e menos interferência governamental, viabiliza mais concorrência e pode ter efeito sobre os preços. “No caso da Copergás, nós temos um planejamento agressivo de expansão da nossa rede de gasodutos, que deve crescer cerca de 60% nos próximos cinco anos”, disse Fabrício. “Prevemos construir 100 km por ano, mas à medida que haja preços mais competitivos a gente pode ter um plano mais arrojado, com uma expansão maior”.
O impacto alcança também os gasodutos interestaduais, que empregam rede de tubulação de maior diâmetro. Nesse caso, o Nordeste pode ser um grande beneficiado com a expansão. “A lei cria mais incentivos para que haja crescimento da malha de transporte. Nossa rede interestadual de transporte de gás ainda é muito incipiente. Aqui no Nordeste, por exemplo, ela se restringe à faixa litorânea”, ressaltou Fabrício.
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