O seminário internacional Construção Naval: Tecnologia e Gestão será realizado nos dias 24 e 25 de maio. O objetivo é discutir a retomada da indústria naval brasileira. Estudo da Coppe revela que estaleiros brasileiros poderão construir até 37 navios em cinco anos.
RedaçãoNa próxima semana, no dias 24 e 25 de maio, a Coppe/UFRJ promoverá o seminário internacional Construção Naval: Tecnologia e Gestão. O objetivo é discutir a retomada da indústria naval brasileira e as perspectivas de investimento no setor. O evento marca a inauguração do Núcleo de Tecnologia de Construção Naval da COPPE, que tem como finalidade apoiar a indústria nacional no desenvolvimento de técnicas e processos avançados voltados para a construção naval.
A construção naval no Brasil está sendo alavancada pelas encomendas da Transpetro, subsidiária de logística da Petrobras, para a construção de 42 navios petroleiros, que irá introduzir US$ 1,9 bilhão no setor. Estudos realizados por especialistas da COPPE sinalizam que, num período de 5 a 10 anos, dois novos estaleiros de grande porte, incluindo os estaleiros de médio porte já existentes, poderiam atender as recentes demandas de construção de embarcações, que incluem as encomendas dos petroleiros para a Transpetro e de navios contêineres e graneleiros para o setor privado.
Segundo os estudos, cada um desses estaleiros poderia construir por ano dois ou três petroleiros, com capacidade entre 150 mil e 200 mil TPBs (tonelada por porte bruto). De acordo com os estudos, nos primeiros cinco anos estima-se que sejam construídos 37 navios, 22 da Transpetro e 15 de armadores privados.
"Essa retomada exigirá recursos humanos qualificados e capacidade tecnológica e gerencial. O Núcleo de Tecnologia e Gestão da COPPE visa apoiar as indústrias do setor e órgãos governamentais na tomada de decisão, avalia o coordenador do Programa de Engenharia Oceânica da COPPE", Segen Estefen.
Para atender a essa demanda, o Núcleo contará com um laboratório de simulação e visualização para o desenvolvimento de tecnologias de produção apuradas, controle de processos e planejamento; e com um Laboratório de Gerenciamento de Projetos, além de outros recursos e da infra-estrutura já existente na COPPE. "Esses são requisitos fundamentais para garantir a competitividade internacional do setor", avalia.
Para o especialista da COPPE, Floriano Pires, as encomendas da Transpetro representam uma oportunidade para o país consolidar um padrão de competitividade internacional e garantir a sobrevivência do setor. Segundo Floriano, hoje há apenas dois estaleiros no país com capacidade para construir, de maneira competitiva, embarcações de grande porte (acima de
150 mil tpb) : o Sermetal (ex-Ishibrás), do Rio de Janeiro, e o BrasFels (ex-Verolme), de Angra dos Reis. Os demais poderiam se dedicar à construção de navios menores. Essa retomada exigirá, no entanto, investimentos para a modernização desses estaleiros ou construção de novos.
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