Redação TN Petróleo/Assessoria Abegás
Fundada em 1990, a Abegás tem um histórico de participação feminina que vem desde a gestão inicial. Mas o ano de 2021 tem um marco: pela primeira vez uma mulher lidera uma das principais instâncias da Associação, o Conselho Fiscal. Ela é a gerente de Controladoria da Companhia de Gás de Minas Gerais (Gasmig), Daniela Infante Borges (foto).
Uma das integrantes do Conselho na gestão 2020/2023, Daniela já era acompanhada por outras três representantes das distribuidoras associadas: Larissa Dantas (Potigás), Pryscilla Oliveira Muller (SCGÁS) e Telma Costa Thomé (Gasmar). Com a vacância do cargo, seu nome foi o escolhido.
“A Abegás demonstra que está alinhada com os princípios do desenvolvimento sustentável propostos pela ONU quando permite a igualdade dos gêneros em um conselho, quando dá espaço para que mais profissionais venham para o debate de estratégias e fiscalização de atividades realizadas, em sua maioria, por homens, e na busca pela transparência, pelo equilíbrio e pela excelência de suas atividades”, diz ela, ao avaliar o significado de ter seu nome eleito para o desafio.
“Além da responsabilidade inerente ao cargo, assumir essa posição demonstra que nós, mulheres, somos capazes de administrar vários papéis na sociedade, não só os tradicionais, de mãe e mulher trabalhadora, mas de profissionais reconhecidas e respeitadas, nacionalmente, que podem contribuir e liderar debates importantes, independente do mercado no qual estamos inseridas”, diz ela.
Estudiosa desde jovem, Daniela começou na Gasmig como trainee. Formada em Ciências Contábeis pela UFMG, foi aprovada no primeiro concurso público da Gasmig, em 2005. Ficou em primeiro lugar e escolheu sua vaga na Gerência de Controladoria.
A efetivação no cargo de analista era condicionada à aprovação de um projeto. “Escolhi o tema Controle Patrimonial, vislumbrando a importância da gestão de ativos para uma empresa distribuidora de gás, mesmo sem conhecer a regulação ou os impactos que, hoje, enfrentamos”, relembra.
“O curso técnico em Edificações [pelo Cefet-MG) me dava uma certa vantagem, pois a comunicação com as áreas técnicas, engenheiros, em sua maioria, era mais fácil para mim. O projeto durou um ano, foi um sucesso, e fui efetivada.”
Desde então, enfrentou uma série de desafios e foi conquistando seu espaço. “Eu me especializei em negócios, em gerenciamento de projetos, em normas internacionais de contabilidade, com foco em distribuição de gás, em tecnologia, em riscos, enfim, busquei o conhecimento como forma de validar o que percebia na prática”, explica.
“Temos que cuidar da bagagem que carregamos na vida e o conhecimento é uma das mais importantes, porque o conhecimento não pesa, na verdade, ele alivia a jornada. Homens ou mulheres, com discursos bem fundamentados e com respeito aos demais, sempre vão se destacar”, recomenda a Controller.
Segundo ela, ao longo de 15 anos, houve uma evolução no relacionamento profissional e na maneira que é visto o trabalho das mulheres na Gasmig. Mas ela considera que ainda há muito avançar.
“Algumas empresas, especialmente, relacionadas à construção civil e à energia, ainda permitem práticas de interrupção da fala de mulheres, permitem a apropriação de ideias de mulheres por homens que se posicionam de maneira autoritária, práticas de ironizar um comentário feminino, como se não tivesse valor técnico”, lamenta a executiva.
“Temos um caminho longo até o futuro”, analisa Daniela.
“Tenho muito orgulho de fazer parte de uma geração que percebeu a mudança e soube aproveitar a oportunidade para ocupar esse espaço, sem deixar de lado a luta pela igualdade e pela diversidade”, conclui a presidente do Conselho Fiscal da Abegás.
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