Biodiesel

Decisão do CNPE de manter em 10% a mistura de biodiesel ao diesel fóssil para 2022 promove desmanche do setor de biocombustíveis

Redação TN Petróleo/Assessoria
30/11/2021 10:18
Decisão do CNPE de manter em 10% a mistura de biodiesel ao diesel fóssil para 2022 promove desmanche do setor de biocombustíveis Imagem: Divulgação Visualizações: 1342 (0) (0) (0) (0)

A União Brasileira do Biodiesel e Bioquerosene (Ubrabio) lamenta que o Conselho Nacional de Política Energética (CNPE), na reunião encerrada nesta segunda-feira (20.11), tenha decidido manter em 10% o percentual de mistura do biodiesel ao diesel de petróleo para todo o ano de 2022. A Ubrabio considera que esta decisão coloca em risco toda o programa de biodiesel e desmancha o avanço que se buscava para o programa de biocombustíveis no Brasil.
"Esta decisão significa desmontar o programa de biodiesel e condenar à morte milhares de brasileiros por doenças relacionadas a poluição, em especial pelo uso de diesel fóssil importado de péssima qualidade para a saúde pública", criticou o diretor superintendente da Ubrabio, Donizete Tokarski (foto). O CEO da Ubrabio lembrou que, em agosto, o próprio ministro de Minas e Energia, Bento Albuquerque, tinha anunciado, durante a II Biodieselk Week, a continuidade do cronograma de mistura anunciando 15% de biodiesel ao diesel em março de 2023.
Atualmente, 54 usinas de Biodiesel, distribuídas em 47 municípios de todas as regiões do país e em 14 unidades da federação, estão autorizadas pela Agencia Nacional de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) a produzir 12,3 bilhões de litros ao ano, frente a uma demanda estimada, para este ano, de cerca de 6,6 bilhões de litros.
Esta é uma decisão desqualificada do ponto de vista econômico, social e ambiental, sem a menor justificativa, ainda mais diante da ociosidade atual de mais de 50%, alertou Donizete Tokarski.
A manutenção do índice de mistura obrigatória em 10% também vai deixar de fora do programa cerca de 20 mil trabalhadores da agricultura familiar, hoje encarregados de fornecer matéria prima para o biodiesel. A decisão do CNPE ainda vai aumentar a importação de mais de 2,5 bilhões de litros de diesel fóssil.

Preço
Levantamento da Ubrabio mostra que, ao contrário do argumento que levou o CNPE a manter em 10% a mistura obrigatória entre maio e outubro, não é o biodiesel o responsável pelo encarecimento do diesel ao consumidor final.
A participação do biodiesel na formação do preço do diesel B, vendido nos postos de abastecimento, era de 13,6% em primeiro de janeiro deste ano e passou a 13,7% em primeiro de outubro. Uma variação insignificante de menos de 1%. No mesmo período, o peso do diesel fóssil no preço ao consumidor final passou de 47,7% em janeiro para 56,2% em primeiro de outubro, mais de 8%. Estes cálculos consideraram todas as variações do percentual do biodiesel no diesel fóssil no período. O governo só tem analisado a pequena participação do biodiesel no preço e não considera o valor desse produto de excelente qualidade.
A Ubrabio, entidade que representa 40% da produção de biodiesel, reivindica a retomada do cronograma de mistura de biodiesel ao diesel de petróleo que o próprio CNPE previa 14% a partir de março de 2022 e 15% em março de 2023, como estabelece a legislação.
"Esperamos que o governo e o CNPE retomem o cronograma de mistura de biodiesel ao diesel fóssil para que o setor de biodiesel volte a ter esperança no programa e minimize os prejuízos causados até agora com a redução da mistura obrigatória", disse o presidente da Ubrabio, Juan Diego Ferrés.
A Ubrabio também considera a decisão do CNPE um equívoco porque vai em sentido contrário ao que foi definido pela 26 Conferência do Clima realizada no início de novembro em Glasgow, na Escócia.

Mais Lidas De Hoje
veja Também
Refino
Com investimento de R$ 490 milhões, Refinaria de Cubatão...
30/07/25
Firjan
Em Brasília para tratar do tarifaço, Firjan se reúne com...
30/07/25
Descarbonização
Comerc chega a 500 Jornadas de Descarbonização e amplia ...
29/07/25
Resultado
ANP divulga dados consolidados em inglês do setor regula...
28/07/25
Sergipe Oil & Gas 2025
Valge se prepara para comemorar 30 anos com foco no cres...
28/07/25
Sergipe Oil & Gas 2025
Em sua 4ª edição, SOG25 supera expectativas e já tem dat...
28/07/25
Sergipe
Governo de Sergipe e Petrobras fortalecem parcerias e di...
28/07/25
Combustíveis
ANP vai rever atividade de formulação de gasolina e óleo...
28/07/25
GNV
Naturgy anuncia redução de tarifas de gás natural em agosto
28/07/25
Gás Natural
Petrobras atualiza preços do gás natural para distribuidoras
28/07/25
ANP
Inscrições para o Prêmio ANP de Inovação Tecnológica 202...
28/07/25
Drilling
Foresea se consolida na liderança do setor de perfuração...
28/07/25
Sergipe Oil & Gas 2025
Sergipe Oil & Gas encerra quarta edição com anúncios da ...
28/07/25
Aviação
Firjan projeta volume dos combustíveis sustentáveis de a...
28/07/25
Combustíveis
Etanol registra variação mista entre os dias 21 e 25 de ...
28/07/25
Sergipe Oil & Gas 2025
Sergipe Oil & Gas 2025 destaca competitividade do gás na...
25/07/25
Sergipe Oil & Gas 2025
Márcio Félix, presidente da ABPIP, enxerga futuro promis...
25/07/25
Sergipe Oil & Gas 2025
Sergas destaca avanços e interiorização do gás natural d...
25/07/25
Oferta Permanente
ANP aprova estudos do Projeto Calcita e pode dar origem ...
25/07/25
Sergipe Oil & Gas 2025
Mercado de gás natural é destaque no segundo dia do Serg...
25/07/25
PPSA
União passa a contar com participação de 1,89% na Jazida...
24/07/25
VEJA MAIS
Newsletter TN

Fale Conosco

Utilizamos cookies para garantir que você tenha a melhor experiência em nosso site. Se você continuar a usar este site, assumiremos que você concorda com a nossa política de privacidade, termos de uso e cookies.

22