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A estratégia da Energias do Brasil EDP, subsidiária local da Energias de Portugal, de equilibrar seu portfólio foi a responsável pelo resultado obtido em 2008 pela companhia, que mesmo com aumento de 8,3% de sua receita líquida no período, para R$ 4,9 bilhões, elevou o Ebitda (resultados antes dos juros, impostos, depreciação e amortização) em 21,4% sobre o resultado do ano anterior, com R$ 1,36 bilhão no período. É o que revelarão, hoje, os executivos da empresa diretamente de Portugal, sobre o desempenho da EDP no Brasil.
No ano, a empresa que controla a Enernova, Enerpeixe e Investco (em geração) Bandeirante Energia e Ecelsa (em distribuição) e Enertrade (em comercialização), teve um lucro líquido de R$ 388 milhões já contabilizando o impacto negativo de R$ 129, 6 milhões referente à amortização adicional de ágio da Enersul. Descartado este impacto, o lucro líquido acumulado chegaria ao valor de R$ 518,3 milhões, saldo 15,1% superior a 2007.
“Nossa atuação com um portfólio equilibrado em distribuição, comercialização e geração de eletricidade e com atuação sustentável em todas as dimensões da nossa atividade mostraram que esse caminho se mostrou correto”, afirmou o presidente da EDP, António Pita de Abreu. “Mesmo com a crise financeira que vivemos a partir do início do quarto trimestre de 2008, o ano foi marcado por avanços significativos em nossa estratégia”, completou.
Aliás, dentre os trimestres de 2008, foi justamente no último que a EDP conseguiu aumento de lucro de 51% ante o obtido em 2007, com R$ 119 milhões, mesmo com a crise financeira. A estratégia à qual Pita se refere é aquela anunciada ainda no terceiro trimestre onde a empresa buscaria maior ganho de eficiência operacional e a redução de custos gerenciáveis, excluindo depreciação e amortização. Com essa orientação, a EDP conseguiu uma redução de 18,1% no quarto trimestre, nestes itens.
No acumulado do ano, os gastos gerenciáveis chegaram a R$ 834 milhões, queda de 12,3% em relação a 2007, o que representou economia de R$ 117,5 mi. A EDP ressaltou entre os destaques do ano o aumento nos investimentos no quarto trimestre, que chegaram a R$ 577,5 milhões, montante 112, 3% superior ao de 2007. O motivo desse aumento é a entrada da termoelétrica Porto do Pecém I, em parceria com a MPX, que está em construção no Ceará.
Além disso, a EDP concluiu durante o ano a troca de ativos com o Grupo Rede e esse negócio possibilitou um incremento de 63% de seu parque gerador que atualmente é de 1.702 MW de capacidade instalada. Para o futuro a empresa já está com projetos que aumentarão em quase 103% a capacidade que chegará a 2.116 MW até 2012.
Três pilares
Em geração, a EDP registrou aumento de 35,5% em relação ao quarto trimestre de 2007 com a produção de 1,826,6 GWh. As vendas, nesse mesmo período foram maiores, com 1.863 GWh, acréscimo de 26,2%, com um preço 6% maior em relação a 2007.
Pita explica que a orientação da empresa em geração é a de manter o foco em fontes limpas, por isso, a empresa adquiriu a Cenaeel, que detém os parques eólicos de Água Doce e Horizonte, localizados no Estado de Santa Catarina, cuja operação foi concluída em 16 de fevereiro. Porém, a empresa não descarta outros projetos, como a térmica no CE.
A EDP comercializou um total de 1.921 GWh, aumento de 12,6% em relação aos 1.706 GWh do quarto trimestre de 2007. O preço de venda praticado neste período foi 16,5% superior, fator determinante para o crescimento da receita líquida. Em distribuição, o índice ficou negativo em 3%. O volume de energia vendida a clientes finais registrou crescimento de 3,5% no quarto trimestre, em relação ao mesmo trimestre de 2007, e 4,5% no acumulado do ano. Segundo a empresa, a avanço do volume distribuído nas classes residencial e comercial foi proporcional ao aumento da renda e à ampliação do número de clientes, fato que foi possibilitado pela condição econômica favorável nas áreas de concessão das duas distribuidoras da EDP.
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