Opinião

Energia do país não é competitiva para produzir

Afirmação é do presidente da Alcoa.

Valor Econômico
15/08/2013 18:12
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Depois de quase quatro anos de conversações e reuniões com as autoridades brasileiras, inclusive com a presidente da República, Dilma Rousseff, buscando uma solução para o custo da energia no país - considerado elevado para o setor de produção de alumínio e outros produtos eletrointensivos na comparação com outros países -, a multinacional Alcoa jogou a toalha ontem. Um elemento a mais que ajudou na decisão de fazer o maior corte de produção em um único país nos últimos tempos foi a depressão dos preços do metal no mercado.
"O fechamento no país é temporário, mas o religamento das duas linhas de produção fechadas em Poços de Caldas e São Luís, dependem de um tripé: recuperação dos preços do metal, tarifa competitiva de energia e um câmbio favorável", afirmou, por telefone, desde a capital da Jamaica, Franklin Feder, presidente da Alcoa na América Latina e Caribe.
"E hoje, a tarifa de energia no Brasil não é competitiva e nem parece no curto prazo", disse Feder, aparentemente decepcionado com as medidas prometidas ao longo dos anos e principalmente com o resultado da redução do preço da energia com a MP 579, de um ano atrás. O setor recebeu no máximo 12%, ante os 28% prometidos por Dilma e pelas autoridades do país, como o ministro Edison Lobão, de Minas e Energia.
Feder aponta que, além disso, o governo tratou de tomar de volta duas concessões de hidrelétricas - Santa Isabel, no Rio Araguaia e Pai Querê, no Sul do país - nas quais a companhia participava, o que iria lhe garantir geração própria de 100% da necessidade para suas fábricas. Hoje, a empresa tem 70% de geração própria, com participação em quatro usinas.
"Quem sente o primeiro impacto da competitividade da tarifa de energia é o setor de alumínio, mas atrás dele há uma fila grande de outras indústrias", afirmou o executivo, que atua no setor há cerca de 30 anos e está no comando da empresa na região desde 2005. "Não levamos quase nada da MP 579 e terminaram as nossas esperanças sobre a solução para as duas concessões".
Um caminho, aponta Feder, é o governo destinar parte da "energia velha", de baixo custo, no mercado cativo, para o livre, à disposição dos grandes consumidores.
Para o executivo, o Brasil terá de decidir se quer ter uma política industrial para o setor eletrointensivo - que abrange petroquímica, siderurgia, cloro-soda e outros, além do alumínio - ou se quer se transformar em um exportador de matéria-prima. "Do jeito que caminha, na atividade de alumínio vai ser exportador de bauxita e alumina e passa a ser importador de metal primário", afirmou. O metal em forma de lingotes é usado para fazer chapas, perfis, folhas, fios e cabos para energia e embalagens.
Com os cortes de ontem, o setor no Brasil já soma 300 mil toneladas de redução da capacidade de produção de alumínio primário desde 2009, para o patamar de 1,39 milhão de toneladas.
Nas duas linhas de produção da Alcoa afetadas no país, que terão 35% da capacidade encerrada, estão empregadas 2.900 pessoas diretamente ligadas à atividade. A empresa disse que vai minimizar o corte de funcionários, com remanejamentos de posições, não recolocação de saídas e substituição de terceirizados. No fechamento, a fábrica de Poços de Caldas perderá 32 mil toneladas na linha 3 (que ficou fechada um ano em 2009) e a de São Luís perderá 92 mil em uma das três linhas da empresa.
No ano passado, a empresa teve receita de R$ 2,6 bilhões no Brasil. Fechou o ano com prejuízo de R$ 52 milhões. Apesar de tudo, Feder acredita que poderá religar as duas unidades de produção futuramente. Ele menciona uma frase ouvida sempre: "No Brasil, tudo acaba bem, só que com uma boa dose de emoções". "Esse é o quinto ciclo de baixa da indústria que enfrenta em sua carreira", acrescenta.

Depois de quase quatro anos de conversações e reuniões com as autoridades brasileiras, inclusive com a presidente da República, Dilma Rousseff, buscando uma solução para o custo da energia no país - considerado elevado para o setor de produção de alumínio e outros produtos eletrointensivos na comparação com outros países -, a multinacional Alcoa jogou a toalha ontem. Um elemento a mais que ajudou na decisão de fazer o maior corte de produção em um único país nos últimos tempos foi a depressão dos preços do metal no mercado.


"O fechamento no país é temporário, mas o religamento das duas linhas de produção fechadas em Poços de Caldas e São Luís, dependem de um tripé: recuperação dos preços do metal, tarifa competitiva de energia e um câmbio favorável", afirmou, por telefone, desde a capital da Jamaica, Franklin Feder, presidente da Alcoa na América Latina e Caribe.


"E hoje, a tarifa de energia no Brasil não é competitiva e nem parece no curto prazo", disse Feder, aparentemente decepcionado com as medidas prometidas ao longo dos anos e principalmente com o resultado da redução do preço da energia com a MP 579, de um ano atrás. O setor recebeu no máximo 12%, ante os 28% prometidos por Dilma e pelas autoridades do país, como o ministro Edison Lobão, de Minas e Energia.


Feder aponta que, além disso, o governo tratou de tomar de volta duas concessões de hidrelétricas - Santa Isabel, no Rio Araguaia e Pai Querê, no Sul do país - nas quais a companhia participava, o que iria lhe garantir geração própria de 100% da necessidade para suas fábricas. Hoje, a empresa tem 70% de geração própria, com participação em quatro usinas.


"Quem sente o primeiro impacto da competitividade da tarifa de energia é o setor de alumínio, mas atrás dele há uma fila grande de outras indústrias", afirmou o executivo, que atua no setor há cerca de 30 anos e está no comando da empresa na região desde 2005. "Não levamos quase nada da MP 579 e terminaram as nossas esperanças sobre a solução para as duas concessões".


Um caminho, aponta Feder, é o governo destinar parte da "energia velha", de baixo custo, no mercado cativo, para o livre, à disposição dos grandes consumidores.


Para o executivo, o Brasil terá de decidir se quer ter uma política industrial para o setor eletrointensivo - que abrange petroquímica, siderurgia, cloro-soda e outros, além do alumínio - ou se quer se transformar em um exportador de matéria-prima. "Do jeito que caminha, na atividade de alumínio vai ser exportador de bauxita e alumina e passa a ser importador de metal primário", afirmou. O metal em forma de lingotes é usado para fazer chapas, perfis, folhas, fios e cabos para energia e embalagens.


Com os cortes de ontem, o setor no Brasil já soma 300 mil toneladas de redução da capacidade de produção de alumínio primário desde 2009, para o patamar de 1,39 milhão de toneladas.


Nas duas linhas de produção da Alcoa afetadas no país, que terão 35% da capacidade encerrada, estão empregadas 2.900 pessoas diretamente ligadas à atividade. A empresa disse que vai minimizar o corte de funcionários, com remanejamentos de posições, não recolocação de saídas e substituição de terceirizados. No fechamento, a fábrica de Poços de Caldas perderá 32 mil toneladas na linha 3 (que ficou fechada um ano em 2009) e a de São Luís perderá 92 mil em uma das três linhas da empresa.


No ano passado, a empresa teve receita de R$ 2,6 bilhões no Brasil. Fechou o ano com prejuízo de R$ 52 milhões. Apesar de tudo, Feder acredita que poderá religar as duas unidades de produção futuramente. Ele menciona uma frase ouvida sempre: "No Brasil, tudo acaba bem, só que com uma boa dose de emoções". "Esse é o quinto ciclo de baixa da indústria que enfrenta em sua carreira", acrescenta.

 

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