Meio Ambiente
Projeto CABRA, com investimento de R$ 10 milhões, vai estudar sinergias entre usinas de etanol e formações basálticas na Região Sudeste.
Redação TN Petróleo/Assessoria Equinor
A Equinor, empresa global de energia presente no Brasil há mais de 20 anos, e o Centro de Pesquisa e Inovação em Gases de Efeito Estufa (RCGI) da Universidade de São Paulo (USP) anunciaram, nesta quarta-feira (5/11), durante o Summit Agenda SP + Verde — evento do Governo do Estado de São Paulo que integrou a programação da 8ª edição da Energy Transition Research & Innovation Conference (ETRI) — o projeto CABRA (CArbon Storage in BRAzilian Basalts). Com investimentos de cerca de R$ 10 milhões, a iniciativa de pesquisa, desenvolvimento e inovação avaliará a viabilidade de formações basálticas como reservatórios para armazenamento de CO2 proveniente de usinas de bioetanol.
O projeto será focado nas formações basálticas da Bacia Sedimentar do Paraná, onde estão concentradas as usinas de bioetanol da Região Sudeste. Essas rochas ígneas, formadas pelo resfriamento do magma na superfície terrestre, possuem características químicas que lhes permitem reagir rapidamente com o CO₂ injetado, transformando-o em minerais sólidos.
Além da caracterização geológica, serão realizados estudos de engenharia necessários para a execução de um possível projeto piloto. Dessa forma, pretende-se avaliar a capacidade de injetividade, volume de armazenamento e tempo de mineralização do CO₂ injetado nas formações rochosas.
"Poder contar com a experiência de uma instituição de excelência como a USP para desenvolvermos um projeto como o CABRA nos enche de orgulho. A Equinor é uma das empresas líderes em captura e armazenamento de carbono internacionalmente e esse é um primeiro passo para avaliarmos as possibilidades de projetos como esse no Brasil. A iniciativa faz parte da ambição da Equinor em contribuir para um futuro de baixo carbono, agregado ao desenvolvimento da sociedade, essa parceria é um exemplo concreto disto", afirma Andrea Achôa, gerente de Pesquisa, Desenvolvimento e Inovação da Equinor Brasil.
"O projeto CABRA reforça o compromisso do RCGI em desenvolver soluções científicas que contribuam para a descarbonização da matriz energética brasileira. Trata-se de uma iniciativa que alia excelência acadêmica à experiência de uma empresa global de energia, com potencial de gerar conhecimento e tecnologias de alto impacto para o país", afirma Julio Meneghini, diretor científico do RCGI – Centro de Pesquisa e Inovação em Gases de Efeito Estufa da USP.
O Brasil ocupa posição de destaque na geração de bioenergia e consolidou-se como o maior produtor mundial de etanol, a partir da cana-de-açúcar. Embora seja uma alternativa mais sustentável que os combustíveis fósseis, essa cadeia produtiva ainda emite CO₂ em suas etapas de processamento. Integrar a produção de bioetanol a tecnologias de captura e armazenamento geológico de carbono pode inverter esse balanço.
Experiências adicionadas
A Equinor conta com quase 30 anos de armazenamento bem-sucedido de CO₂ no offshore da Noruega. A companhia já é uma das maiores operadoras de CCS no mundo. A USP, por sua vez, por meio do RGCI, possui ampla experiência com tecnologias de captura e armazenamento de carbono. À frente da equipe de pesquisa está o professor Colombo Celso Gaeta Tassinari, do Instituto de Energia e Ambiente (IEE-USP), referência nacional em geociências e coordenador de estudos sobre o potencial dos basaltos brasileiros para o armazenamento geológico de CO₂.
Buscando o melhor por meio da pesquisa
No Brasil, a Equinor vem construindo um portfólio diversificado no âmbito de Pesquisa, Desenvolvimento e Inovação. Até hoje, a empresa assumiu compromissos de investimentos de cerca de R$ 740 milhões em parceiros externos para o desenvolvimento de projetos de P&D no país. Atualmente, a Equinor conta com cerca de 40 projetos em andamento, envolvendo tecnologias de petróleo e soluções de baixo carbono.
Sobre a Equinor - A Equinor é uma empresa internacional de energia comprometida com a criação de valor a longo prazo em um futuro de baixo carbono. No Brasil — área estratégica internacionalmente para a companhia — o portfólio crescente conta com ativos em óleo e gás (O&G) e em energias renováveis. Em O&G, a companhia tem projetos em desenvolvimento, como Raia, além de ativos em produção, como Bacalhau e Roncador. Em renováveis, a empresa possui ativos em energia solar em operação – os complexos solares Apodi e Mendubim – e o complexo híbrido Serra da Babilônia, operado pela Rio Energy, empresa líder em energia renovável onshore no país, adquirida pela Equinor em 2023.
Sobre o RGCI-USP
O Centro de Pesquisa e Inovação em Gases de Efeito Estufa (RCGI) da USP é um Centro de Pesquisa em Engenharia, criado em 2015, com financiamento da FAPESP e de empresas por meio dos recursos previstos na cláusula de P,D&I dos contratos de exploração e produção de petróleo e gás. Atualmente estão em atividade cerca de 60 projetos de pesquisa ativos (em um histórico de 120), ancorados em oito programas: Solução Baseada na Natureza (NBS – Nature Based Solution); Captura e Utilização de Carbono (CCU – Carbon Capture and Utilization); Bioenergia, Captura e Armazenamento de Carbono (BECCS – Bioenergy with Carbon Capture and Storage); Gases de Efeito Estufa (GHG – Greenhouse Gases); Advocacy (Normalização, Regulamentação e Percepção Social); Núcleo de Inovação em Sistemas de Energia (InnovaPower); Descarbonização; e Centro 2 Centro (projetos em colaboração direta com centros de pesquisa dos Estados Unidos). O RCGI também possui um hub de pesquisa, o Geostorage, dedicado ao armazenamento em larga escala de energia e CO2. O centro, que conta com cerca de 800 pesquisadores, mantém colaborações com diversas instituições, como Oxford, Imperial College, Princeton e o National Renewable Energy Laboratory (NREL).
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