Folha de Pernambuco
Estatal vai contratar serviço de US$ 3 bilhões em março
Futura obra no complexo disputa lotes da Transpetro Além de disputar a construção de 15 navios petroleiros no estaleiro que será instalado no Porto de Suape, o consórcio formado pela Camargo Corrêa e Andrade Gutierrez se prepara para fechar, até o dia 15 de março, outro negócio no segmento naval. As duas empresas integram o grupo de sete companhias brasileiras que deverão ser contratadas pelo estaleiro Diques y Astilleros Nacionales CA (Dianca) com o intuito de se construir 36 navios para a estatal Petroleos da Venezuela S.A. (PDVSA). O contrato ultrapassa a casa dos US$ 3 bilhões, segundo o presidente do Sindicato Nacional da Indústria Naval (Sinaval), Ariovaldo Rocha.
Segundo Rocha, as negociações estão 80% encaminhadas. Falta, para fechar o negócio, a conclusão da licitação da Transpetro, para que as obras da PDVSA sejam divididas adequadamente entre os estaleiros. Segundo ele, a exemplo da subsidiária da Petrobras, a venezuelana PDV Marina também deve pagar preços acima do mercado internacional.
Eles vão ter de arcar com a nossa curva de aprendizado, porque o preço internacional a que todos se referem só compra navios de prateleira. Não existe nenhum disponível hoje e não há espaço nos estaleiros no mundo todo para a construção de novos num curto prazo. Por isso o custo é aceito, argumentou o presidente do Sinaval. Em sua opinião, um navio de produtos deverá ficar na casa dos US$ 70 milhões.
A estimativa é de que as obras gerem, no Brasil, cerca de 16 mil empregos diretos. Entre as embarcações que poderão ser construídas no País, estão navios do tipo Very Large Crude Carrier (VLCC - navio-tanque com mais de 180 mil toneladas de porte bruto), Suezmax e Aframax (com mais de 150 mil toneladas de porte bruto), Panamax, navios de produtos e gaseiros.
Ao contrário do que acontece no Brasil, onde a subsidiária da Petrobras, a Transpetro, está conduzindo uma licitação para encomendar 42 petroleiros, a PDVSA, na Venezuela, optou por realizar uma licitação única para escolher quem conduziria as negociações para as encomendas. O estaleiro vencedor, o Dianca, é que fica com o encargo de contratar as obras junto a estaleiros no mundo todo.
Dos 42 petroleiros que a PDVSA pretende contatar, quatro deles já foram negociados com um estaleiro espanhol e outros dois com um argentino. A negociação com o Brasil é a maior já vista na indústria naval da América Latina. Integrarão um pool, os sete maiores estaleiros brasileiros: Mauá Jurong, Eisa, Akker Promar, Brasfels, Sermetal, Itajaí e o que será instalado pelas construtoras Andrade Gutierrez e Camargo Corrêa, em Pernambuco.
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