Parceria

EUA buscam aliança energética com AL

Gazeta Mercantil
14/04/2009 07:28
Visualizações: 661 (0) (0) (0) (0)

Um dos principais objetivos dos Estados Unidos na reunião das Américas, marcada para o próximo fim de semana, é lançar uma aliança energética com a América Latina, uma região onde o petróleo é uma riqueza zelosamente preservada e onde as fontes renováveis estão pouco desenvolvidas.

 

O presidente Barack Obama deseja a “independência energética” de seu país antes que os preços do petróleo tornem a subir de maneira vertiginosa, segundo suas próprias palavras.

 

Conseguir petróleo e gás de países amigos, ao mesmo tempo em que se desenvolvem alternativas como os biocombustíveis com países como o Brasil, é uma proposta ideal à primeira vista.

 

A América do Sul produz cerca de 7 milhões de barris por dia (b/d) e consome 5 milhões, disse Ramón Espinasa, analista do setor petrolífero e de gás natural do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID). O resto da produção de petróleo o continente exporta, naturalmente para os Estados Unidos.

 

No entanto, a independência energética também é perseguida pelos países da região, certas vezes há décadas, acrescentou Espinasa. “Existe um grande potencial de integração. A América do Norte produz dois terços das necessidades e tem um terço das reservas, e a América do Sul produz um terço e tem dois terços das reservas”, comparou Espinasa. Mas “a ideologia e as instituições que surgem dessa ideologia” não favorecem essa inte-gração entre países como Venezuela, Bolívia, Equador e Estados Unidos, acrescentou.

 

Brasil e México

 

A Venezuela busca diversificar seus clientes, com a China como principal objetivo. A Bolívia não sabe o tipo de relações a estabelecer com os investidores, e uma situação similar ocorre com o Equador. Brasil e México são os possíveis melhores fornecedores, explicou Sidney Weintraub, especialista do Centro para Estudos Estratégicos e Internacionais.

 

No entanto, as jazidas mexicanas estão em baixa, e o Brasil ainda tem que explorar suas enormes reservas nas bacias de Santos e Campos.

 

“A independência energética usualmente conduz mais ao conflito que à cooperação”, advertiu Paul Isbell, diretor do programa energético do Instituto Elcano da Espanha.

 

Um dos objetivos oficiais da reunião, segundo a última minuta da declaração final disponível, é conseguir que todo o continente utilize pelo menos cerca de 50% de sua energia de fontes renováveis ou de baixa emissão de carbono, de hoje a 2050.

 

Continente ecológico

 

A América Latina só produz atualmente 0,7% de sua energia a partir dessas fontes limpas, concretamente 1,9 gigawatts de um total de 267 gigawatts, segundo um recente relatório do BID (em nível mundial a proporção é de 2,5%). E sem dúvida “a América Latina é de longe o continente mais ecológico do mundo”, lembrou analista do setor petrolífero e de gás natural do Banco Interamericano de Desenvolvimento. Apenas 2% de sua eletricidade é obtida do carvão, em comparação com 60% nos Estados Unidos.

 

Os recursos naturais são enormes, mas falta tecnologia. O sul a deseja, mas os Estados Unidos buscam primeiro garantir a colaboração. Na declaração final de Trinidad existe um compromisso explícito com os “principais mercados”, recordou Paul Isbell, que advertiu que nem todos os países estarão de acordo.

 

Os Estados Unidos mantêm, por outro lado, tarifas elevadas com o produto natural que mais pode oferecer no setor: o etanol brasileiro. O presidente Luis Inácio Lula da Silva pediu para Obama, em sua visita à Casa Branca, há um mês, que acabasse com essa situação. A solução não chegará “da noite para o dia”, respondeu o presidente norte-americano.

 

Por fim, restam os problemas internos de cada país . Em lugares como o México, “nem sequer existe uma rede nacional (de eletricidade) propriamente dita,” explicou Weintraub. Cerca de 20% da população latinoamericana, que vive na pobreza, não tem acesso a eletricidade de forma oficial.

Mais Lidas De Hoje
veja Também
Sergipe Oil & Gas 2025
Sergipe Oil & Gas 2025 destaca competitividade do gás na...
25/07/25
Sergipe Oil & Gas 2025
Márcio Félix, presidente da ABPIP, enxerga futuro promis...
25/07/25
Sergipe Oil & Gas 2025
Sergas destaca avanços e interiorização do gás natural d...
25/07/25
Oferta Permanente
ANP aprova estudos do Projeto Calcita e pode dar origem ...
25/07/25
Sergipe Oil & Gas 2025
Mercado de gás natural é destaque no segundo dia do Serg...
25/07/25
PPSA
União passa a contar com participação de 1,89% na Jazida...
24/07/25
Sergipe Oil & Gas 2025
Inovaren marca presença na SOGE – Sergipe Oil & Gas 2025
24/07/25
Pessoas
Nova interina assumirá em 25/7 Diretoria 4 da ANP
24/07/25
Sergipe Oil & Gas 2025
Sebrae participa da abertura do Sergipe Oil&Gas 2025
24/07/25
Royalties
Royalties: valores referentes à produção de maio para co...
24/07/25
Sergipe Oil & Gas 2025
Sergipe reforça protagonismo nacional no setor energétic...
24/07/25
Etanol de milho
Participação do etanol de milho cresce e ganha protagoni...
24/07/25
Sergipe Oil & Gas 2025
Avanço do Sergipe Águas Profundas e descomissionamento d...
24/07/25
Sergipe Oil & Gas 2025
Potencial de Sergipe na produção de óleo e gás é destaqu...
23/07/25
Sergipe Oil & Gas 2025
Sergas tem participação no Sergipe Oil & Gas 2025 com fo...
23/07/25
Sergipe Oil & Gas 2025
Quarta edição do Sergipe Oil & Gas destaca Sergipe no me...
23/07/25
PD&I
ANP realiza workshop sobre Fundo de Investimento em Part...
23/07/25
Bacia de Campos
ANP aprova acordo de individualização da produção do pré...
23/07/25
Fenasucro
Fenasucro & Agrocana impulsiona economia regional e gera...
23/07/25
Sergipe Oil & Gas 2025
Eneva celebra 5 anos do Hub Sergipe durante o Sergipe Oi...
23/07/25
Sergipe Oil & Gas 2025
Sebrae e rede Petrogas levam soluções e serviços de pequ...
22/07/25
VEJA MAIS
Newsletter TN

Fale Conosco

Utilizamos cookies para garantir que você tenha a melhor experiência em nosso site. Se você continuar a usar este site, assumiremos que você concorda com a nossa política de privacidade, termos de uso e cookies.

22