Bunker

Frete pode subir com nova regra para combustível marítimo

Uol, 20/12/2019
20/12/2019 11:24
Frete pode subir com nova regra para combustível marítimo Imagem: Agência Petrobras Visualizações: 260 (0) (0) (0) (0)

Em menos de duas semanas, milhares de navios serão forçados a usar combustível com menor teor de enxofre para cumprir regras globais estabelecidas pela Organização Marítima Internacional (conhecida pela sigla em inglês IMO). Quem não cumprir está sujeito a penalidades e até prisão. Os portos estão recorrendo a drones para farejar infratores (literalmente). Os regulamentos estão afetando profundamente as refinarias de petróleo e o custo do frete marítimo deve subir.

E por que tanta comoção? Por décadas, a indústria de navegação é usada pelo mercado de petróleo para despejar um poluente acusado de prejudicar a saúde humana (agravando a asma, por exemplo) e provocar a chuva ácida. Ainda assim, a chegada dos regulamentos, em outubro de 2016, chocou muita gente que esperava uma adoção mais tardia. Não há mais tanto pânico em relação aos preparativos, mas ainda há muito trabalho pela frente, como demonstrado pela queda no preço do combustível não enquadrado nas novas regras.

"IMO 2020 é a mais fundamental e dramática mudança de especificação de produto que a indústria do petróleo já vivenciou, com impacto no transporte marítimo e no refino", disse Torbjorn Tornqvist, presidente da Gunvor Group, uma das líderes na negociação de petróleo e gás. "Tem o potencial de alterar cada produto e diferencial de petróleo na praça."

O custo de envio de um contêiner de mercadorias da América Latina para a Europa pode aumentar em US$ 26, segundo a HIS Markit. O custo de um cruzeiro de uma semana poderia subir US$ 130 por cabine, estima a consultoria. Para um caixote de bananas, o acréscimo é calculado em 5 centavos de dólar.

Ainda é cedo para saber quais refinarias serão mais beneficiadas ou prejudicadas porque milhares de variáveis influenciam os lucros dessas operações.

Segurança

A indústria naval tem alertado consistentemente para questões de segurança nas regras, mas ainda não existe padrão único. O novo combustível deve simplesmente ter certas propriedades ? incluindo teor de enxofre e outras métricas importantes ? que não ultrapassem os níveis especificados.

Isso significa que as refinarias podem produzir combustível compatível de diferentes maneiras. Em vista dessas abordagens distintas, os engenheiros dos navios precisarão estar atentos para não misturar combustíveis incompatíveis.

Impacto no comércio

A transição já tem impacto sobre a logística marítima. Em Cingapura, maior centro de reabastecimento do mundo, os navios precisam esperar mais que o normal para obter combustível e o governo de Gibraltar alerta para a falta de embarcações de reabastecimento.

"Certamente haverá disrupção e criará alguns gargalos na cadeia de suprimentos no início, além de restrições logísticas quando se trata da obtenção de combustíveis marítimos", avisa Robert Hvide Macleod, presidente da divisão de gestão da Frontline, que tem uma das maiores frotas mundiais de grandes navios.

O combustível representa a maior despesa do transporte marítimo e os novos tipos são sendo negociados com ágio de várias centenas de dólares por tonelada sobre o produto antigo. Portanto, o custo do frete marítimo pode subir se houver espaço para repasse.

"Acho que veremos seu impacto sobre o comércio global em termos de dias de espera e aumento de custos", disse Sadan Kaptanoglu, presidente da BIMCO, a maior associação de transporte marítimo do mundo. "Pode até haver caos em situações extremas, em que a falta de combustível atrasa a entrega de cargas e navios não enquadrados são punidos por portos ou envolvidos em processos judiciais."

Institucional

Mais Lidas De Hoje
veja Também
Marinha do Brasil
Grupo EDGE amplia parceria com a Marinha do Brasil para ...
06/11/24
Certificação
Foresea recebe, pelo quarto ano seguido, certificação de...
06/11/24
E&P
ANP lança segunda fase do GeoMapsANP com novos dados e f...
06/11/24
BRANDED CONTENT
Estudo comprova eficiência do corte a plasma na manutenç...
02/11/24
Pré-Sal
FPSO Almirante Tamandaré chega ao Campo de Búzios
01/11/24
Pré-Sal
Com 3,681 de milhões de boe, pré-sal tem recorde de prod...
01/11/24
Pré-Sal
MODEC contribui com quase 40% da produção da Petrobras e...
01/11/24
E&P
Navio-sonda NORBE VIII, da Foresea, deixa Baía de Guanab...
01/11/24
Resultado
Maersk reporta resultados sólidos no terceiro trimestre ...
31/10/24
Negócio
Bunker One e Raízen firmam acordo de comercialização exc...
31/10/24
Resultado
No 3º Trimestre de 2024 a Petrobras produziu 2,7 milhões...
29/10/24
Logística
Omni Táxi Aéreo é selecionada pela Equinor Brasil para ...
28/10/24
Rio de Janeiro
Pequenos negócios do mar marcam presença em espaço do Se...
28/10/24
Oportunidade
Infotec Brasil abre processo seletivo com mais de 80 vag...
26/10/24
Pré-Sal
Unidade que irá produzir no Campo de Búzios, o FPSO Almi...
25/10/24
Margem Equatorial
Sem margem equatorial, Brasil pode ter que importar petr...
25/10/24
Rio de Janeiro
Porto de Itaguaí terá novo terminal de minério com leilã...
25/10/24
PD&I
Petrobras investirá R$60 milhões em segunda fase da Boia...
24/10/24
Evento
Setor portuário já deve ter mudanças significativas rumo...
22/10/24
Bahia
Novas obras farão retomar as atividades de construção na...
21/10/24
Pré-Sal
MODEC celebra 10 anos do FPSO Cidade de Mangaratiba MV24
18/10/24
VEJA MAIS
Newsletter TN

Fale Conosco

Utilizamos cookies para garantir que você tenha a melhor experiência em nosso site. Se você continuar a usar este site, assumiremos que você concorda com a nossa política de privacidade, termos de uso e cookies.