Bacia de Campos

Geólogo descarta relação entre vazamentos

Folha de São Paulo
11/04/2012 16:37
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O vazamento de gotas de petróleo no campo de Roncador, operado pela Petrobras, dificilmente tem relação com os acidentes no vizinho Frade, sob gestão da Chevron. Ambos estão na bacia de Campos. Mas, de acordo com geólogos ouvidos pela 'Folha', os cinco quilômetros que separam o acidente de novembro e o local do vazamento de agora derrubam as teses de causa e efeito.

"Se já era pouco provável que a fissura a três quilômetros do primeiro acidente tivesse sido causada por ele, essa a cinco quilômetros é bem menos provável", disse Hernani Chaves, professor de geologia da Universidade Estadual do Rio de Janeiro (Uerj) e geólogo há 52 anos - alguns deles na Petrobras. Ele se refere ao segundo vazamento no campo de Frade, detectado no começo do mês passado.

Até mesmo o delegado da Polícia Federal Fábio Scliar, que no caso da Chevron condenou a empresa desde o anúncio do vazamento, agiu com mais cautela no caso da Petrobras. "Por enquanto estamos apenas acompanhando, mas vou solicitar mais informações ao Ibama e à ANP", afirmou Scliar.

No domingo passado, a Petrobras, avisada pela Chevron, detectou um vazamento de gotas de óleo, no campo de Roncador, segundo maior campo do país.

A Petrobras alertou a ANP sobre o vazamento. Não foi observada mancha de óleo no mar, afirmou a assessoria de comunicação da agência, ao ser questionada sobre a forte reação na época do vazamento da Chevron, o que não está sendo observado no caso da estatal.

"A ANP reagiu e autuou logo a Chevron porque eles sonegaram informação e não cumpriram o próprio plano de abandono do poço", afirmou a agência.


Relatório

O Ibama, que no primeiro episódio da Chevron também teve reação imediata, multando a empresa em R$ 60 milhões, informou na terça-feira (10) que o gotejamento de óleo pode ser natural e que não é possível "responsabilizar a empresa" antes da conclusão de relatórios técnicos.

A Petrobras não informou o tamanho da fissura por onde sai o óleo nem o volume do vazamento.

A estatal alega que precisa de dados como a origem do petróleo para dar mais informações. Segundo a ANP, essa informação só será conhecida na quinta-feira (12).

Para David Zee, professor e oceanógrafo da Uerj, dificilmente uma ação humana conseguiria fazer um estrago tão grande a ponto de abrir uma série de fissuras no solo marinho. "Eu não acho que seja um reflexo do primeiro acidente. Dizer que injetar lama com uma certa pressão teria a força de uma bomba atômica no solo marinho é brincadeira".

De acordo com João Grassiano Mendonça Filho, professor de geologia da PUC-Rio, nem mesmo o acidente de novembro foi totalmente esclarecido. "Ainda não se sabe se foi causado realmente por um erro ou se é um problema geológico".
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