Banco Central

Goldfajn diz que combaterá inflação com rigor e empenho

Agência Brasil/BC/Redação
07/06/2016 15:47
Goldfajn diz que combaterá inflação com rigor e empenho Imagem: Divulgação Visualizações: 327

O economista Ilan Goldfajn, indicado para presidir o Banco Central, promete rigor no combate à inflação e empenho da autoridade monetária para atingir a meta estabelecida pelo Conselho Monetário Nacional (CMN). Segundo ele, essa é uma das condições para devolver a confiança e o crescimento ao país. “[Meu objetivo] será cumprir plenamente o centro da meta”, disse.

Goldfajn está sendo sabatinado hoje (7) pela Comissão de Assuntos Econômicos do Senado Federal (CAE). Caso o nome seja aprovado, ainda hoje a CAE envia mensagem ao plenário do Senado, com preferência de votação, para a apreciação do nome dele para presidir o Banco Central (BC).

Pesquisa divulgada ontem pelo BC indica que a projeção de instituições financeiras para a inflação este ano, medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), foi ajustada de 7,06% para 7,12%. A estimativa está acima do centro da meta de 4,5%. O limite superior da meta inflacionária é de 6,5% este ano e 6% em 2017.

“À frente do Banco Central, retribuirei a confiança em mim depositada atingindo a meta de inflação e assim contribuindo para a recuperação do crescimento econômico sustentável e para o progresso social do país, com benefícios para todas as camadas sociais, especialmente as menos favorecidas, que sofrem mais com a perda do poder de compra da moeda”, disse.

Segundo ele, a missão do BC é bem definida e amplamente conhecida: assegurar a estabilidade do poder de compra da moeda e um sistema financeiro sólido e eficiente. “Neste sentido, a primeira contribuição do Banco Central para a sociedade brasileira é a manutenção de um nível de inflação baixo e estável”, destacou.

Goldfajn disse ainda que outra contribuição que o Banco Central pode dar à sociedade é assegurar que o Sistema Financeiro Nacional continue sólido e eficiente, capaz de prestar serviços financeiros adequados à população, além permitir o gerenciamento de riscos financeiros de consumidores e de empresas, e de intermediar recursos com eficácia entre poupadores e tomadores, entre outras funções.

“Para isso, o Banco Central conta com uma regulação prudente e com uma supervisão abrangente e profunda , reconhecidas por sua eficácia e sucesso, conforme foi demonstrado no passado e o tem sido no presente”, disse.

Política fiscal

Goldfajn disse que pretende colocar a política fiscal em ordem para aumentar a confiança. “Medidas que estão sendo estudadas podem ajudar. É importante retomar a confiança. Se houver a confiança, o investimento deverá voltar. O investimento vem caindo há trimestres seguintes. O investimento voltando se consegue a retomada do crescimento”, destacou.

Ele disse, ainda, que é factível a volta do crescimento no fim deste ano ou em 2017, se houver o retorno da confiança e as medidas que serão enviadas ao Congresso Nacional sejam aprovadas.

Ilan Goldfajn disse, ainda, que a taxa de poupança no Brasil é baixa e defendeu mecanismos para melhorar esse cenário, além de reduzir as incertezas para que se possa investir no Brasil.

Além disso, afirmou que considera “imprescindível” manter e aprimorar a autonomia do Banco Central. “Não se trata de ambição ou desejo pessoal, mas de medida que beneficia a sociedade mediante a redução das expectativas de inflação, da queda do risco país e da melhora da confiança”, explicou.

Taxa Selic

A sabatina é realizada no mesmo dia em que ocorrerá a primeira reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), no Banco Central, que anunciará amanhã (8) a tendência da taxa básica de juros (Selic), neste momento em 14,25% ao ano. Goldfajn não deverá assumir a tempo de participar da reunião do Copom. Atualmente, o BC é dirigido pelo funcionário de carreira do banco Alexandre Tombini, presidente da instituição desde janeiro de 2011.

Na condição de presidente do Banco Central, Goldfajn vai coordenar a política monetária e cambial do país. Ele tem experiência no setor público: exerceu o cargo de diretor de Política Econômica do BC entre 2000 e 2003, na gestão do ex-ministro Armínio Fraga. Antes de ser indicado, era economista-chefe do Itaú Unibanco e sócio da instituição. O Banco Central informou, porém, que ele já se desfez da participação acionária e do vínculo com o banco para poder retornar ao governo.

No seu histórico profissional também figura a diretoria do Centro de Debates de Políticas Públicas. Foi também diretor do Instituto de Ensino e Pesquisa em Economia da Casa das Garças, entre 2006 e 2009, sócio-fundador da Ciano Consultoria (2008 e 2009), sócio-fundador e gestor da Ciano Investimentos (2007-2008) e sócio da Gávea Investimentos (2003-2006), onde foi responsável pelas áreas de pesquisas macroeconômicas e análise de risco.

Goldfajn é economista, com mestrado pela Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro e doutorado pelo Massachusetts Institute of Technology (MIT). Atuou como consultor de organizações internacionais (Banco Mundial, Fundo Monetário Internacional e Nações Unidas), do governo brasileiro e do setor privado.

Nome certo

Quando foi escolhido pelo ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, o economista-chefe da Gradual Investimentos, André Perfeito, disse que considerava a escolha de Goldfajn positiva. “Acho um nome excepcional, muito qualificado com passagem pelo governo, com muitos trabalhos acadêmicos publicados na área de política monetária. Tem experiência do lado público e do lado privado. E acho que ele tem credibilidade com sobra para poder cortar os juros”, disse na ocasião.

Já o professor de macroeconomia do Ibmec-RJ e economista da Órama Distribuidora de Títulos e Valores Mobiliários, Alexandre Espírito Santo, também ressaltou a formação acadêmica de Goldfajn e a experiência no mercado financeiro e no BC.

“É um dos mais competentes e preparados economistas que o país tem. Já mostrou isso quando foi diretor do Banco Central e tem uma formação extraordinária, acadêmica. Tem muita experiência como economista e sócio do Itaú”, destacou quando soube da indicação de Goldfajn.

Mais Lidas De Hoje
veja Também
Brandend Content
Oil States participa da OTC Brasil 2025 e reforça seu co...
07/11/25
Resultado
Lucro líquido da Petrobras chega a US$ 6 bilhões no terc...
07/11/25
ANP
XIII Seminário de Segurança Operacional e Meio Ambiente ...
07/11/25
Indústria Naval
Transpetro lança licitação para contratação de navios de...
07/11/25
COP30
Embrapii participa de atividades sobre inovação na indústria
07/11/25
ANP
Combustível do Futuro: ANP fará consulta e audiência púb...
07/11/25
COP30
IBP defende adoção de critérios globais para uma transiç...
06/11/25
Gás Natural
ANP aprova Plano de Ação referente às tarifas de transpo...
06/11/25
Offshore
Descomissionamento é tema estratégico
06/11/25
Meio Ambiente
Equinor e USP iniciam projeto de pesquisa de captura e a...
06/11/25
Resultado
BRAVA Energia registra recorde de receita líquida com US...
06/11/25
Resultado
Vibra registra forte geração de caixa e margens consiste...
06/11/25
Resultado
ENGIE Brasil Energia registra lucro líquido ajustado de ...
06/11/25
Apoio cultural
Transpetro une preservação cultural e desenvolvimento su...
06/11/25
Internacional
Malásia quer se tornar polo global de captura e armazena...
05/11/25
Meio Ambiente
ANP realiza workshop sobre emissões de metano em conjunt...
05/11/25
Combustíveis
Procon Carioca firma parceria inédita com o Instituto Co...
05/11/25
Energia Elétrica
Thopen adquire operação de geração distribuída de energi...
05/11/25
Resultado
PRIO divulga resultados do 3T25 com avanços em Wahoo, Al...
05/11/25
PD&I
Noruega e Brasil lançam nova chamada conjunta de financi...
04/11/25
Descomissionamento
ABPIP realiza segundo workshop com ANP para discutir des...
04/11/25
VEJA MAIS
Newsletter TN

Fale Conosco

Utilizamos cookies para garantir que você tenha a melhor experiência em nosso site. Se você continuar a usar este site, assumiremos que você concorda com a nossa política de privacidade, termos de uso e cookies.