<P>Minas Gerais vai ter, afinal, uma saída para o mar. O governo mineiro pretende assumir uma área de 1,1 milhão de metros quadrados, equivalente a 100 campos de futebol, instalada no Porto de Itaguaí, na Baía de Sepetiba, Rio de Janeiro. O objetivo é transformar o local numa espécie de porto...
Portal Superávit - MGMinas Gerais vai ter, afinal, uma saída para o mar. O governo mineiro pretende assumir uma área de 1,1 milhão de metros quadrados, equivalente a 100 campos de futebol, instalada no Porto de Itaguaí, na Baía de Sepetiba, Rio de Janeiro. O objetivo é transformar o local numa espécie de porto de armazenagem de produtos para empresas mineiras, destinados à exportação. A área pertencia à companhia Ingá Mercantil, cuja massa falida está sendo administrada pelo Banco de Desenvolvimento de Minas Gerais (BDMG). O estado era o maior credor da Ingá. As negociações sobre a área estão sendo realizadas entre os governos de Minas e do Rio.
A forma como o governo vai administrar o local ainda não está definida. Vamos chamar o setor privado para conversar. É provável que o estado tenha uma participação no negócio, mas isso ainda não está definido. Para nós, o que importa é abrir uma nova frente de desenvolvimento, com o uso de uma importante área portuária, diz o ainda secretário estadual de Desenvolvimento Econômico, Wilson Brumer, que anunciou sua saída do governo na semana passada para assumir um cargo no Conselho de Administração da siderúrgica Usiminas, maior empresa mineira. O estudo para definir como será a formatação final do negócio está sendo desenvolvido pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). Não há prazo para a conclusão do estudo.
O governo de Minas já sabe que um dos principais desafios do projeto é a questão ambiental. Os donos da Ingá eram os mesmos que controlavam a mineradora Masa, que explorava zinco em Vazante, Noroeste mineiro - e cuja massa falida também está nas mãos do BDMG. Em Itaguaí, a Ingá chegou a realizar operações de processamento de zinco, o que deixou um enorme passivo ambiental no local, principalmente em resíduos de minério. Uma das propostas em estudo é que o governo mineiro assuma a responsabilidade de solucionar esse passivo.
Apresentamos ao governador do Rio, Sérgio Cabral, uma proposta para fazer desse problema uma grande solução. E a reação de Cabral foi bastante positiva, garante Brumer. Vou permitir que Minas tenha um mar, brincou Cabral em janeiro passado, quando ele e o governador Aécio Neves estavam em Washington (EUA). Afinados, os governadores falam em unir as economias complementares dos dois estados. O caminho é adquirir a área por um valor menor em função do passivo e limpar o terreno, completa Régis Fichtner Pereira, secretário da Casa Civil do governo fluminense. Um dos receios de Fichtner é que a barragem de rejeitos de minérios existente no local acabe rompendo, o que afetaria diretamente a Baía de Sepetiba. Neste momento, a barragem está sendo reforçada pelo governo do Rio.
A área da Ingá está próxima ao terreno operado por grandes empresas, como a Companhia Siderúrgica Nacional (CSN), que mantém ali seu terminal de carvão, e a mineradora MBR, controlada pela Companhia Vale do Rio Doce. No quesito logística, o local fica a apenas quatro quilômetros dos trilhos da ferrovia MRS, controlada por um pool de empresas, como a própria Vale, CSN e Usiminas.
A Usiminas, por sinal, poderia ser uma das empresas beneficiadas pelo projeto do governo. A empresa está finalizando os estudos para definir onde será sua nova usina de placas destinadas à exportação, num investimento de aproximadamente US$ 3 bilhões. O presidente da siderúrgica, Rinaldo Campos Soares, já sinalizou que a usina será instalada no Sudeste. Pela logística, o mais provável é que a empresa escolha uma área portuária, para facilitar o escoamento dos produtos exportados. O governo de Minas vem pressionando para que a escolha recaia sobre o próprio estado - mais precisamente em Ipatinga, Vale do Aço, onde está localizada sua planta industrial.
Fonte: Portal Superávit - MG
Fale Conosco