<P>A Transpetro recebe no próximo dia 8 de outubro as propostas para construção de 22 navios, na segunda fase do Programa de Modernização e Expansão da Frota (Promef). Iniciada com a divulgação de um edital internacional em julho, a segunda fase prevê ainda a contratação direta de um navi...
Jornal do CommercioA Transpetro recebe no próximo dia 8 de outubro as propostas para construção de 22 navios, na segunda fase do Programa de Modernização e Expansão da Frota (Promef). Iniciada com a divulgação de um edital internacional em julho, a segunda fase prevê ainda a contratação direta de um navio gaseiro (para transporte de Gás Liqüefeito de Petróleo - GLP) em construção pelo Estaleiro Itajaí, em Santa Catarina. A nova fase deverá envolver de 12 a 15 consórcios, nacionais e internacionais, conforme anunciou o presidente da Transpetro, Sérgio Machado, durante a solenidade de corte do aço no recém-criado Estaleiro Atlântico Sul, no Complexo Portuário de Suape, em Ipojuca, a 100 quilômetros do Recife.
O índice de nacionalização estabelecido no edital, de 70%, determina o uso ou instalação de estaleiros no Brasil. O presidente da Transpetro, Sérgio Machado, conta que visitou construtores navais nos principais centros, como Japão, Coréia do Sul, China e Polônia, explicando as regras: Quem não abrir frente no Brasil, perde a oferta. Pelo preço médio da primeira fase, de US$ 100 milhões, a segunda fase envolveria US$ 2,3 bilhões, embora diferenças de especificação e o aumento da concorrência possam alterar esses valores.
A expectativa da Transpetro é que a negociação iniciada com a entrega de propostas esteja concluída até o fim do ano. Com isso, já no primeiro bimestre do ano que vem, os contratos estariam assinados e as obras poderiam começar. Temos urgência: o aumento previsto da produção de óleo e gás e as novas descobertas estão gerando novas demandas logísticas. E olha que nem começamos a trabalhar a frota para o pré-sal, argumenta Machado.
Esta segunda fase do Promef prevê a encomenda de sete navios DP( sigla em inglês para posicionamento dinâmico), sendo quatro Suezmax e quatro Aframax, oito navios de produtos (para transporte de derivados), cinco gaseiros e três para bunker (combustível para embarcações). No total, serão 1 milhão e 300 mil toneladas de porte bruto, com o consumo de 240 mil toneladas de aço.
apetite. Maior vencedor da primeira fase, com 10 encomendas, no valor total de US$ 1,2 bilhão, o estaleiro Atlântico Sul, de Pernambuco, tem dimensões que comportariam a construção de quaisquer das embarcações licitadas. Sua capacidade de processamento chegará a 160 mil toneladas/ano de aço. O dique seco terá 400 m de comprimento, 73 m de largura e 12 m de profundidade. Seu presidente, Paulo Haddad, admite, contudo, que o estaleiro deva concentrar-se nos modelos maiores. É como numa grande festa: quem se entope de canapés ficam sem apetite para o filé mignon, compara.
A experiência adquirida na primeira fase do Promef e os ganhos de escala com novas encomendas podem estimular descontos maiores na segunda fase, numa disputa tornada mais intensa pela presença de novos ofertantes. Na primeira fase, graças a mecanismos de equacionamento de taxas de juros, acabamos pagando só 1% acima do preço internacional. Quando a produção dobra, o custo cai 10% a 15%. Os preços nessa nova fase deverão levar em conta este ganho de escala, explica Sérgio Machado. Em contrapartida, a contínua elevação das cotações do aço e do preço dos equipamentos pressiona no sentido oposto. Do equilíbrio entre esses dois vetores contrários, sairá o preço final, avalia o presidente da Transpetro.
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