Abimaq

Máquinas e equipamentos demoram a engrenar em 2009

<P>O presidente da Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos (Abimaq), Luiz Aubert Neto, classificou o desempenho do setor no mês de janeiro como “assustador”. “Esperávamos queda, mas o resultado negativo foi muito além do imaginado. Posso caracterizá-lo como assust...

Gazeta Mercantil
20/02/2009 00:00
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O presidente da Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos (Abimaq), Luiz Aubert Neto, classificou o desempenho do setor no mês de janeiro como “assustador”. “Esperávamos queda, mas o resultado negativo foi muito além do imaginado. Posso caracterizá-lo como assustador. Os investimentos estão paralisados e não sabemos quando isso mudará”, disse. O faturamento nominal da indústria de máquinas e equipamentos totalizou R$ 3,82 bilhões em janeiro de 2009, queda de 38,6% ante dezembro de 2008 e recuo de 34,7% na comparação com igual período de 2008.

De acordo com a Abimaq, o faturamento bruto do setor só apresentou resultado positivo no segmento de válvulas em decorrência dos investimentos feitos pela Petrobras. “A Petrobras está fazendo a parte dela”, disse. Todos os outros segmentos apresentaram resultados negativos, com destaque para o de máquinas-ferramenta, considerado o mais importante, que teve recuo de 58,9% no faturamento bruto de janeiro ante dezembro de 2008. “Representa uma queda sem atencedentes”, disse Aubert Neto, citando que o número de encomendas feitas ao setor caiu de 30% a 40%.

As exportações também tiveram queda, totalizando US$ 677,25 milhões em janeiro de 2009, com declínio 23,6% na comparação com janeiro de 2008. A queda no desempenho das vendas externas, segundo Neto, já era esperada, uma vez que o mercado externo passa por dificuldades financeiras e está em desaceleração.

Caso os resultados fracos reportados pela indústria persistam em fevereiro e março, o setor deverá fechar cerca de 50 mil postos de trabalho no primeiro semestre de 2009, de acordo com o presidente da Abimaq. “A situação é crítica. Se continuar como está, e os sinais são de continuidade, não terá como segurar as demissões”, afirmou.

Aubert Neto destacou que os profissionais do segmento são altamente especializados. “Prepará-los demanda tempo”, disse. “No patamar que estamos chegando, férias coletivas ou paradas técnicas já não adiantam”, afirmou.

O consumo aparente (produção, mais importação, menos exportação) teve retração de 11,1%, passando de R$ 7 bilhões em janeiro de 2008, para R$ 6,24 bilhões em 2009.

As importações de bens de capital também apresentaram redução, caindo 2,4%, para US$ 1,72 bilhão, na mesma base de comparação.

Aubert Neto destacou que para melhorar a situação do setor é necessário que o governo altere políticas econômicas. “Enquanto o governo não desonerar os investimentos, as companhias não voltarão a investir e a indústria de bens de capital só terá retração”, disse. Ele citou ainda a falta de crédito. “O BNDES vêm agindo com rapidez, mas aí dependemos de instituições financeiras para ter acesso ao capital. E essas instituições não estão concedendo crédito como deveriam. Há uma política elitista, que concede crédito para os que menos precisam”, disse.

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