<P>Os moradores de Santos podem se sentir mais protegidos de um ataque por mar neste final de semana. Mas não se trata da reativação da Fortaleza de Barra Grande contra a presença de piratas no porto. O motivo é a chegada de sete embarcações da Marinha Brasileira no cais, em visita à Cidade ...
A Tribuna - SPOs moradores de Santos podem se sentir mais protegidos de um ataque por mar neste final de semana. Mas não se trata da reativação da Fortaleza de Barra Grande contra a presença de piratas no porto. O motivo é a chegada de sete embarcações da Marinha Brasileira no cais, em visita à Cidade para divulgação do sistema de defesa do País por mar. Hoje e amanhã, as fragatas Independência, Niterói, Rademaker e Bosísio, as corvetas Frontin e Inhaúma e o navio-tanque Almirante Gastão Motta estarão abertos para visitação do público, de forma gratuita.
A Tribuna esteve na sexta-feira a bordo da Independência, um dos mais completos navios de guerra da esquadra brasileira. A fragata foi construída no Brasil em 1979 à semelhança da Niterói, de origem inglesa. Ambas estão atracadas no Cais da Marinha, entre os armazéns 27 e 29, na direção da Avenida Conselheiro Rodrigues Alves.
Essas embarcações são capazes de combater alvos móveis ou estacionários em terra, no mar, no ar ou sob a linha d'água. Ou seja: aviões, helicópteros, navios, pequenos barcos e até submarinos podem ser visualizados e abatidos por quem estiver no comando do Centro de Operações de Combate (COC) da fragata.
O conjunto ofensivo da embarcação é composto por mísseis de defesa antiaérea, mísseis Boroc (com carga anti-submarinos) e Albatroz (que alcançam até 12 quilômetros de distância). Um dos canhões pode abater um alvo móvel a 70 quilômetros de distância. O sistema de ataque é composto ainda por um helicóptero aparelhado com mísseis e torpedos, capaz de atingir alvos submersos, flutuantes ou voadores.
A visualização de ameaças em potencial é realizada por meio de sonares (para identificação de submarinos) e radares (navios e aeronaves) com diversas finalidades. Entre os sistemas de defesa há o Chaff, capaz de criar uma nuvem antimíssel que confunde os radares inimigos e impede sua própria fixação como alvo. A fragata Independência foi reformada entre 1995 e 2005 e possui capacidade para 250 homens.
DEFESA NACIONAL
O comandante-em-chefe da esquadra, vice-almirante João Afonso Prado Maia de Faria, possui 44 anos de serviço militar e nunca viu o Brasil utilizar seus navios de combate. Para ele, é justamente pela existência de uma Marinha forte que o País mantém a sua soberania até os dias atuais.
A presença do estado é fundamental na Zona Econômica Exclusiva.Quando uma embarcação estrangeira ultrapassa a linha de 300 milhas da costa, nada a avisa de que está entrando em nosso território, além de seus próprios cálculos . É preciso que navios-patrulha fiquem posicionados nesse limite, mostrando a bandeira brasileira. Mas hoje a Marinha não tem recursos suficientes para fazer a devida defesa da área conhecida como Amazônia Azul, que possui incontáveis riquezas minerais e pesqueiras.
Segundo Prado Maia, a alcunha dada à zona contígua ao território nacional, no mar, tem a finalidade de despertar o interesse dos brasileiros para a importância da área, cuja soberania é mantida, na sua opinião, graças à existência da frota nacional de combate. Há quem defenda que o Brasil não deveria ter forças armadas, por ser um país pacífico. A única nação que não possui forças armadas é a Costa Rica, que não possui grandes riquezas. O Brasil não pode ficar sem defesa, especialmente após as últimas descobertas do País nos campos de petróleo.
Fale Conosco
22