Rio de Janeiro

Mineradora canadense espera licença para porto de Sepetiba até junho

<P>A mineradora canadense Adriana Resources espera conseguir até o segundo trimestre do ano que vem a licença de instalação para o porto que pretende construir na Baía de Sepetiba, em frente à ilha de Itacuruçá, no Rio de Janeiro. O projeto da companhia se divide em duas fases, com orçament...

Valor online
26/11/2008 00:00
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A mineradora canadense Adriana Resources espera conseguir até o segundo trimestre do ano que vem a licença de instalação para o porto que pretende construir na Baía de Sepetiba, em frente à ilha de Itacuruçá, no Rio de Janeiro. O projeto da companhia se divide em duas fases, com orçamento total estimado em US$ 750 milhões.

O projeto do porto está sob o guarda-chuva da subsidiária Brazore, que planeja gastar US$ 225 milhões na primeira fase, o que levaria a capacidade de exportação de minério de ferro a partir do porto para 20 milhões de toneladas por ano, com início de operação em 2011.

A segunda fase, orçada em US$ 525 milhões, deve estar pronta no segundo semestre de 2012 e prevê a construção de um túnel sob o canal de Itacuruçá e por baixo de todo o terreno da ilha, com a instalação de correias de transporte que levarão o minério até um terminal que será construído na ilha, de frente para o mar aberto. A expectativa é de que, depois de pronta a segunda fase, a capacidade do complexo portuário pule para 50 milhões de toneladas por ano.

Para conseguir as licenças ambientais a tempo, o diretor de implantação de portos da empresa, Guilherme Moretzsohn Andrade, explica que a companhia conta com um estudo fito-sociológico que descaracteriza a área de 857,5 mil metros quadrados adquiridas à beira da Baía de Sepetiba como região de mata atlântica devido às explorações passadas da região.

O estudo deveria ser apresentado junto com o EIA-Rima, mas já o fizemos para ter certeza de que é possível instalar uma área industrial na região, frisou Andrade, que não esconde que o prazo para conseguir as licenças ambientais na Feema, órgão responsável pelo setor no Rio, é apertado. Mas se não fosse apertado, seria como trabalhar sem prazo, acrescenta.

O objetivo da companhia é apresentar em dezembro ao governo do Estado do Rio de Janeiro não apenas o estudo fito-sociológico, mas todo o plano de engenharia do projeto, que está sendo desenvolvido pela empresa Planave e engloba também o escoamento do minério de Minas Gerais até o porto, via MRS, cuja ferrovia corta parte do terreno da Brazore.

A reunião, segundo Andrade, foi marcada com o secretário de desenvolvimento do Rio, Julio Bueno, para meados de dezembro e reunirá os representantes de todos os projetos do entorno da Baía de Sepetiba.

Em apresentação na Americas Iron Ore Conference, Andrade adiantou que a expectativa da companhia é de interligar com uma ferrovia a produção de diversas minas na região de Serra Azul, em Minas Gerais, à malha da MRS, que escoaria a produção até um terminal que seria construído na parte dos trilhos que atravessa o terreno da Brazore.

O executivo explicou que a empresa canadense já conversa com representantes do governo de Minas Gerais sobre a viabilidade de construir um ramal ferroviário de 35 quilômetros, que seria o responsável por recolher a produção de pequenos produtores de ferro na região de Serra Azul. Entre os possíveis beneficiados estaria a antiga London Mining, adquirida pela ArcelorMittal.

A siderúrgica teria, segundo Andrade, interesse especial em utilizar o porto da Brazore, uma vez que fechou acordo em agosto deste ano para ter direito de compra de até 80% da subsidiária da Adriana Resources, a ser exercido no futuro. Mas além de contar com a ArcelorMittal e outros produtores de ferro de Minas Gerais, a própria Adriana Resources mantém negociações para adquirir direitos minerários na região e escoar também produção própria no futuro.

Andrade, que já trabalhou na Vale e na CSN, sempre responsável pela infra-estrutura portuária, pondera que os valores fechados dos investimentos necessários para a construção do porto poderão ser revistos no projeto de engenharia que está sendo desenvolvido pela Planave. Uma certeza, segundo Andrade, é que o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) é uma das alternativas para financiamento dos projetos. Outra certeza é que a crise internacional não é considerada pela companhia como um obstáculo.

O tempo de maturação do projeto é exatamente o tempo que os economistas estimam para duração da crise, destacou Andrade.

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