O Canadá volta os olhos ao onshore brasileiro. Um grupo de 12 empresários do país participa do Mossoró Oil & Gas Expo com foco em novos negócios e troca de experiências.
TN/ASNUm país que produz quase 5 milhões de barris de petróleo por dia, quase 90% desse total em campos onshore (em terra), tem muito a ensinar ao Brasil, cuja produção hoje é predominantemente offshore (no mar). E é justamente atraído pelo novo momento vivido pelo onshore brasileiro que o Canadá volta os olhos ao país. Prova disso é a forte presença de empresários canadenses no Mossoró Oil & Gas Expo. Promovida feira que acontece até amanha (23), no Expocenter da Universidade Federal Rural do Semi-Árido (Ufersa), em Mossoró.
Ao todo, 12 empresários canadenses participam da oitava edição do Mossoró Oil & Gas Expo. A ideia, além de gerar novos negócios, é compartilhar tecnologias e conhecimento que podem ser aplicados no onshore brasileiro. Segundo Nadine Lopes, representante do Consulado do Canadá no Brasil, o intercâmbio do Canadá com o mercado brasileiro onshore é de longas datas. Remonta à extinta feira Brasil Onshore, da qual a única delegação estrangeira era a canadense.
“Vieram a crise econômica brasileira de 2014, a operação Lava Jato, a pandemia de Covid-10. A Brasil Onshore foi extinta e a Mossoró Oil & Gás começou a emergir, e hoje é esse sucesso retumbante”, confirma, Nadine Lopes observa que, diferentemente de anos atrás, ume época fortemente marcada pela presença da gigante Petrobras, hoje o mercado é diversificado, com empresas de tamanhos distintos, a maioria, pequenas.
Segundo Nadine, o Canadá dispõe de estrutura desenvolvida e experiência de sobra. “E há muita coisa que o país gostaria de compartilhar, de fazer parcerias nesse otimismo que envolve o novo cenário de muitos playres privados”, acrescenta.
Novas tecnologias
Esse intercâmbio apresenta às empresas atuantes no onshore brasileiro novas técnicas relativas, por exemplo, à redução de emissão de metano no onshore em campos maduros, campos exploratórios, transporte (gasoduto), em qualquer operação no setor da indústria de óleo e gás que vai emitir metano e/ou CO2.
“Estamos mostrando o que estão fazendo no Canadá para tentar diminuir essas emissões e estão conseguindo reduzir. Se por um lado continuam com as atividades de exploração e produção, por outro lado conseguem reduzir a emissão de metano, de sequestro carbono, estocar carbono”, diz.
O Mossoró Oil & Gas Expo também permite o acesso de empresas a novas tecnologias em matéria de petróleo e gás, aplicadas em países adeptos de tecnologias de ponta. Na Arena Inovação, por exemplo, coube à Austral Engenharia apresentar tecnologia desenvolvida no Canadá, voltada à substituição de motores convencionais por de ar permanente.
Valter Lima, técnico da empresa, explica que essa modalidade oferece maior eficiência energética, portanto, reduz o consumo de energia, o que é o grande ponto para redução de custo e do impacto ambiental. Ele informa que, no sistema convencional, a uso de gás natural (metano) para impulsionar abertura e fechamento de válvulas. E, cada ciclo, o gás é dispersado na atmosfera.
Além dessas grandes empresas, Valter Lima considera a tecnologia acessível também para operadores de menor porte. E aponta outras vantagens. “Apesar de ter investimento inicial maior, o custo operacional em médio prazo muito reduzido por causa da economia de energia. Há vantagem direta do custo energético, como também aumento da confiabilidade, menos perda de produção em razão de paradas de equipamentos”, observa.
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