Jornal do Commercio/RJ
Nem gás, nem petróleo. A nova aposta do empresário Eike Batista, presidente da EBX, na área de geração é a energia solar. Por meio da MPX, braço do grupo que atua no segmento de energia, Eike anunciou ontem parceria com a chinesa Yingli, especializada na elaboração de tecnologia e equipamentos voltados para a captura da energia dos raios solares.
Ainda sem valor final para o investimento, a expetativa é de chegar a 2015 com capacidade instalada de 1 mil MegaWatts (MW), a US$ 100 o MWh.
Eike Batista disse que a Yingli ficará responsável pelos gastos com a produção dos equipamentos e trará para o País seu conhecimento na área e que, em contrapartida, a MPX vai buscar locais para a instalação das "fazendas solares" e ficará responsável pelas subestações que farão a ligação dos centros geradores ao sistema.
"Inicialmente, traremos célula produtora de equipamentos da empresa chinesa para o Porto do Açu", afirmou o empresário.
Desta célula fabril, sairá o primeiro módulo de placas para a produção de energia celular: projeto-piloto com capacidade para 50 mil MW e que deve começar a operar já em 2009. Segundo Eike, será feito acerto de contas com o grupo chinês, que compartilhará dos rendimentos obtidos com a venda da energia no mercado.
A faixa de preço a ser atingida, de US$ 100 o MWh, ainda é alto frente as demais energias. Hoje, por exemplo, a energia solar tem custo médio de US$ 240 o MWh, enquanto a térmica custa R$ 140 e, a hidrelétrica, R$ 120. "Mas é possível que o custos das demais energias suba, enquanto esperamos queda no preço da solar", disse Eike Batista.
A despeito das críticas de que a energia solar não permite armazenamento e não tem fornecimento contínuo, Eike diz que o importante é saber combinar a energia solar com a hidráulica.
"Desta maneira, o ideal é usar a energia solar durante o dia e, à noite, a hidráulica. A Yingli é empresa de futuro. Em 2007, a empresa faturou apenas US$ 20 milhões, mas seu valor de mercado é de US$ 3 bilhões", explicou o presidente da EBX.
Entre as possíveis regiões de interesse para a construção de fazendas solares, Eike citou o Vale do Jequitinhonha (MG) e áreas no Nordeste, onde a incidência solar é mais intensa.
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